Capítulo 17

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 — Tá sem fome, amiga? - Olívia perguntou quando percebeu que eu estava revirando a comida no prato a dez minutos

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— Tá sem fome, amiga? - Olívia perguntou quando percebeu que eu estava revirando a comida no prato a dez minutos. Nós estávamos no refeitório da faculdade e ela me acompanhava no horário de almoço, antes que eu saísse para o estágio.

— Sem vontade de comer. - Murmurei, desanimada. Ontem eu saí com o Arthur e fiquei muito confusa, mais do que já estava. Ele queria uma segunda chance, queria namorar e eu tenho a sensação de que isso não é o certo a se fazer, mas admito que a possibilidade de finalmente engatar um relacionamento sério me tentava, e eu era muito afim do Arthur antigamente, podia ser que desse certo...

— Tá acontecendo alguma coisa que você não me contou? - "várias", penso, mas não tenho coragem de falar.

— Eu sai com o Arthur ontem. - Ela arregalou os olhos.

— Uau... achei que ele fosse carta fora do baralho.

— Eu também achei, mas ele está insistindo em voltar, namorar e tentar fazer dar certo. - Só para mim que essa ideia parecia absurda? Qual é, eu estava de quatro pelo cara e ele simplesmente transa com outra mulher enquanto deveria estar comigo... agora que eu supero, ele me quer? Ai, céus.

— Se joga, Kyra. Talvez entrar em um relacionamento te faça bem. - Ela sorri e eu me questiono por qual motivo minha melhor amiga me empurra para o cara que sacaneou tanto comigo.

— Você acha?

— Eu acho... você precisa transar, amiga. Só assim para acabar com esse estresse acumulado. - Ah se ela soubesse. Ri junto com minha amiga, mesmo que por motivos diferentes. — O Arthur é bom na hora H? Se for, vale a pena. Se não der certo você pode terminar depois. - Olívia gesticula e eu ri da sua safadeza. Até parece que eu ia iniciar um namoro, me apegar e depois terminar. Iria me causar muito sofrimento, isso sim.

— Eu nem estou tão na seca assim.

— Vocês transaram ontem?

— Não, claro que não.

— Então você tá na seca sim, amiga. Já tem semanas desde que você e o Arthur pararam de sair.

— Hum... se você tá dizendo. - Balancei a cabeça e trouxe o garfo com um pedaço de carne espetada até minha boca.

— O bom que se você começasse a namorar, nós poderíamos sair em casal. - Ela se animou na cadeira e eu a encarei sem entender onde ela estava chegando com esse pensamento.

— Que casal?

— Você e o Arthur, Anthony e eu. - Oli sorriu como se fosse algo óbvio e eu engoli a seco, nervosa.

— Como assim você e o Anthony?

— Claro que se você me ajudasse seria mais fácil, mas como eu vi que você é toda tímida e retraída com seu chefe, eu estou agindo sozinha mesmo.

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