"- Me diz que eu posso te beijar... - Assoprei no seu pescoço e depois dei uma leve mordiscada, atiçando-a. - Diz, bebê. Não quero ser acusado de coagir minha funcionária novamente. - Continuei distribuindo mordidas e beijos no seu pescoço e colo. A...
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— Essa peça terá que ser refeita. - Anthony falou e eu arregalei os olhos quando vi que era um trabalho meu. — Quem estava responsável por isso? - Ele questionou na frente de todos os outros na sala, deixando-me envergonhada. Ele sabia que esse era meu trabalho, não custava me chamar pessoalmente para dar um puxão de orelha.
— Eu estava. - Tentei reunir toda a coragem e força de vontade para falar isso em voz alta. Assim que Tony ouviu minha voz, inspirou profundamente, demonstrando sua falta de paciência, principalmente comigo. Passaram-se alguns dias desde que ele me viu com Arthur e nossa relação profissional e pessoal está indo de mal a pior.
Nós passamos um pelo outro e nenhum tem coragem de falar um mísero "oi" ou "boa tarde". Simplesmente fingimos que nenhum dos dois existe e coexistimos no mesmo ambiente como se nada houvesse acontecido, porém o clima fica extremamente ruim. Eu não queria desistir do meu trabalho, mas continuar aqui nessa situação por muito tempo vai se tornar insustentável. Não dá para trabalhar em uma empresa que o seu próprio chefe te odeia e prefere fingir que você não existe.
— Essa imagem não está apropriada. Nem essa fonte. As cores e a iluminação estão até ok, mas dá para melhorar muito. Ajeite isso e dê seu melhor, quero pronto amanhã pela manhã. - Se ele tivesse me dado três tapas seria menos desapontador. Já são 16 horas e ele quer que eu mude tudo isso para amanhã, é quase impossível.
Jaque sorria vendo toda a cena. Ela estava adorando a forma que o Anthony tem me ignorado esses dias. E estava adorando ainda mais quando ele era grosseiro comigo. Já Diego e Levi me encaravam com pena. Os dois me ofereceram ajuda, sabendo que o prazo era curto demais para tantas mudanças. Eu aceitei a ajuda deles, cada um ficou responsável de procurar um elemento e depois juntaríamos tudo.
Foi uma correria. Os minutos passavam tão rápido que mais pareciam segundos e Jaque via toda aquela cena como um filme de comédia, o tempo todo soltando risinhos debochados e nos observando como se fossemos a oitava maravilha do mundo. Eu tive vontade de esganar aquele pescoço magro, e essa vontade ia crescendo com o passar dos dias, mas não desceria a esse nível. Jaque é uma mulher baixa e eu não faço a mínima questão de me igualar a ela.
Quando eu lembrava de Jaque, automaticamente me dava pena do Anthony por ter que conviver com aquela mulher. Todo dia ela fazia questão de contar uma história dele na nossa sala, dizendo que transaram muito, que conheceu a família dele e que aquele tal chupão nos seus ombros dias atrás foi uma loucura que eles fizeram no escritório.
Eu não preciso nem dizer que me remoía de ciúmes, não é? Mas aos poucos eu ia controlando esse sentimento e tentando apagar qualquer memória boa que eu tinha do Anthony, que além de estar com outra – que, diga-se de passagem, adorava esfregar isso na minha cara – ainda começou a me tratar de forma rude e fria.
— Acho que ficou ótimo. - Levi comentou quando paramos para ver o resultado final. O relógio já indicava 18 horas e a empresa estava vazia, apenas nós três ficamos para trabalhar até tarde. Senti-me extremamente grata por ter pessoas capazes de me estender a mão no momento de aperto.
