Capítulo 15

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 Saí do carro com as pernas bambas e com a consciência pesada

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Saí do carro com as pernas bambas e com a consciência pesada. As vezes eu queria fazer parte daquela pequena parcela de mulheres que odeia sexo... Quer dizer, não queria não, é algo bom demais para ser detestado. Merda, até meus pensamentos estão ilógicos. Controlei a tremedeira e foquei em entrar na festa de aniversário da Ágatha fingindo que não tinha acabado de dar muito pro meu chefe em seu carro numa rua movimentada. Céus, eu perdi o juízo!

Ficava ainda mais difícil fingir quando o gostoso estava ao meu lado, segurando a base da minha lombar e constantemente roçando as mãos na minha bunda. Respira, Kyra, foca na respiração.

Entramos na boate e estava lotada, mas conseguimos desviar das pessoas e subir as escadas para chegar no camarote que minha irmã tinha reservado. Era o sonho dela ter uma festa em uma balada com tudo incluso para os convidados, mas ela só pôde realizar essa vontade esse ano e mesmo estando grávida meu cunhado resolveu dar de presente esse aniversário.

— Finalmente! Vocês demoraram tanto, eu já estava preocupada. - Ágatha falou quando nós chegamos nós segundo andar, que foi todo reservado para ela. Estava cheio de balões, uma mesa com alguns doces e um espaço reservado para o bolo que estava dentro da caixa e nas minhas mãos. Apesar de parecer grande, o local era pequeno e comportava perfeitamente todos os convidados, sem ficar muito vazio ou muito apertado.

— A culpa foi minha... eu tive que parar no caminho para pegar uns documentos com um amigo. - Anthony mentiu com rapidez, graças a Deus, pois eu já estava com a boca aberta e nervosa.

— Ah sim! - Minha irmã o cumprimentou com um beijo na bochecha e logo depois pegou a caixa do bolo das minhas mãos. — Me ajudem a colocar na mesa, por favor. - Ela saiu andando e só nos restou a seguir. A decoração estava em preto e dourado. Ela posicionou a embalagem em cima da mesa e abriu as laterais da caixa para tirar o bolo lá de dentro, mas murchou assim que o viu, deixando-me envergonhada.

— Ai... - Encarei Anthony, que arregalou os olhos ao ver o estado que o bolo se encontrava. Estava feio, só isso que tenho a declarar.

— O que aconteceu com o bolo? - Ela choramingou e eu juro que vi uma lágrima se formando em seus olhos. O bolo estava amassado nas laterais, a decoração que deve ter dado um grande trabalho foi toda por água a baixo com a movimentação, provavelmente pelos sacolejos que eu e Tony provocamos.

— Será que veio assim? - Fingi-me de desentendida. Eu sabia que não tinha vindo assim, pois assim que a confeitaria entregou, eu abri e conferi se estava tudo ok.

— Você não abriu quando chegou?

— Eu esqueci, gatinha. Me desculpa. - Minha voz transparecia tristeza, e eu estava mesmo. Os sentimentos da minha irmã estavam todos aumentados pelos hormônios da gravidez e a deixar magoada não estava nos meus planos.

Imagina se ela soubesse que isso aconteceu pela minha grande safadeza de não conseguir manter minhas pernas fechadas para o homem que já foi meu cunhado.

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