XXIX

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Fico tentando entender o que ele disse, mas é impossível adivinhar o que ele pretende dizer com aquilo. Então, ainda me segurando, ele fica atrás de mim, me abraçando. Nossos corpos colados. E eu ainda sentindo sua ereção em mim.

Ele sobe suas mãos, que estavam em minha cintura por meu corpo, até chegar em meu rosto. Passa suavemente seus dedos por minha bochecha, meus cabelos e depois repousa sua mão em meus olhos, tampando minha visão.

- Fecha os olhos e não pode espiar – sussurra em meu ouvido

Obedeço. Escuto ele abrindo a porta do meu quarto e me conduzindo para dentro. Só consigo pensar em sua ereção encostada em mim. Me fazendo ficar com mais tesão. Depois que entramos no quarto, escuto ele fechando a porta.

- Fica de olhos fechados. Promete abrir os olhos, somente quando eu falar? – sussurra em meu ouvido, enviando uma onda elétrica por todo meu corpo.

- Prometo – respondo

Sinto ele se afastando de mim e tirando a mão sobre meus olhos. Mas meus olhos ainda estão fechados, como prometi. Ele se afasta até que nossos corpos se desgrudem totalmente e não sinto mais seu toque.

- Pode abrir – diz ele

Então abro os olhos, como pediu. Meu olhos se ofuscam um pouco, com a claridade e aos poucos, recuperam o foco. Meu quarto ainda era o mesmo, mas estava com balões vermelhos, balões em formato de coração. Em todo o quarto, havia luzinhas de led, deixando o quarto todo iluminado, como se fossem infinitas estrelas. O chão estava coberto com pétalas de rosas. Em cima da cama um urso enorme, segurando um cartaz, onde se lia "Quer namorar comigo?".

Meus olhos se enchem de lagrimas ao olhar todo o quarto. E ao olhar para trás, lá estava Bê. De joelhos atrás de mim, com uma caixinha preta aberta entre as mãos. Com duas alianças brilhantes a mostra. Em seu rosto, um sorriso enorme e lágrimas brilhando em seus olhos.

- Eu te disse a verdade no hospital. O que você me fez sentir nesses últimos dias, foi algo que nunca senti por ninguém. Nunca senti a falta de um toque, a falta de um beijo, a falta de um sorriso, como tenho do seu. Eu me apaixonei por você no momento em que bati os olhos em você. Ter ido para o hospital, mesmo naquele estado, foi a melhor coisa que poderia me acontecer, porque assim, eu te conheci. E isso, mudou a minha vida. Você mudou a minha vida e tudo o que mais quero hoje, é ter você ao meu lado, poder gritar aos ventos que você e meu e eu sou seu. Você aceita namorar comigo?

Acho que no momento que vi todo o quarto, eu parei de respirar e não percebi. Lá estava ele, o menino mais lindo que conheci, ajoelhado aos meus pés, me pedindo em namoro. Tento recuperar meu fôlego, mas parece que esqueci como se respira. Lentamente, me ajoelhei em sua frente e segurei sua mão.

- Vo...cê me pegou de sur...presa – gaguejo um pouco, porque parece que esqueci como se fala também – Quando ouvi seu nome, pela primeira vez no hospital, mesmo sem ter visto você ainda, seu nome ficou ecoando em minha mente. Senti uma inquietação. E quando te vi, um sentimento forte tomou conta de mim. Eu só conseguia ver seus olhos em minha mente. Via seus olhos em todo o canto. Então pode gritar aos ventos que eu sou seu e eu vou gritar que você é meu, porque, sim, eu aceito namorar com você.

Lágrimas escorriam por nossos olhos, mas nossos sorrisos irradiavam felicidades. Poderíamos iluminar o mundo com eles.

- ISSO – ouvimos meu irmão gritar no fundo do corredor e rimos.

Então, segurei seu rosto com minhas mãos, enxuguei suas lágrimas e o beijei.

Um amor do outro lado (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora