(releia daqui) XV. O Que é Real?

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Música indicada: You Said You'd Grow Old With Me

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1823, TERRA 5, MÉXICO


Ele lembra desse lugar. Como de fato poderia esquecer? Não faz nem um dia que esteve aqui. Lorenzo ainda está confuso com isso do tempo.

Dias, horas, segundos. O que é real? Ele tem um passado, no fim?

Apega-se ao que tem certeza. Aqui é onde empalou a mulher de cabelos vermelhos e semblante delicado.

Seus pés descalços tocam a areia do deserto quente e não há nada além de areia ao seu redor. Lorenzo sabia que sua atitude o levaria até Teodora, mas não acreditava que dessa forma. De certa maneira, pensou em um milhão de locais diferentes onde poderia encontrá-la além desse. Porém, agora que está aqui, sozinho e desnudo, com suas asas negras libertas e os olhos brancos, não sabe o que fazer.

Poderia sim voar até o local onde sabe ter o bar de um homem velho e infame, um senhor tarado que morreu pelas mãos de Teodora, mas prefere apenas andar. Esconde seus atributos sobrenaturais e, como antes, começa a caminhar abaixo do sol de quarenta graus sem soar. Enquanto o faz, as memórias quase interrompem sua respiração.

Ao lado das mônodas, sente-se uma criança aprendendo a andar e para qual os pais mentem sobre a existência do papei Noel. Lorenzo sabe que deveria carregar um sentimento diferente desse, mas não poder para mudar a intensa sensação de que há muita coisa sendo jogada para debaixo do pano, como a história de Lilith e Caim, e odeio esse tipo de jogo.

Ele já havia desistido de andar e voava sem pressa até chegar à entrada deteriorada do bar de madeiras pintadas de azul já muito desgastadas. Só então percebe. Pela janela no teto do estabelecimento, nota ser observado por Teodora, nua e sozinha.

Balança a cabeça negativamente, ultrapassando o teto com velocidade e pousando no chão sobre um dos joelhos antes de erguer a cabeça e suspirar.

- O-o que é isso? - A voz assustada deixa os lábios de Teodora. - Não, por favor - implora quando o ser com seu objeto brilhante na testa se coloca de pé e da dois passos até a fugitiva.

- Sou eu - sussurra e encara Teodora, com os olhos coloridos dela brilhando em lágrimas, uma dor angustiante se apossa de seu coração. - É bom ouvir sua voz - confessa para ela, que arregala os olhos assustados antes de ser puxada para perto dele com velocidade e ser carregada ao céu azul sem que pudesse dizer nada.

No ar, ele abraça a mulher assustada, sente o coração dela batendo rápido e não se afasta. Está ofegante, sente tanta falta dela. Tanta falta do cheiro do cabelo, da pele macia e do calor inigualável. Depois, ele a afasta, ainda a segurando pela cintura. Ela agora o olha diferente, passa as mãos por seu rosto e depois sobre a pedra brilhante.

- Caim - surpresa, ele ainda mais, tem seus olhos cobertos por lágrimas.

Mas, não tem tempo de dizer mais nada antes do objeto dourado que ele tem em mãos a atravesse. Eloísa o havia ensinado a guardar sua lança de outro dentro na mão esquerda, e fazê-la quase uma parte dele. Os lábios de Teodora estão abertos e deixando o sangue cair enquanto ela o encara com estranheza e medo.

Ele repete baixinho que aquilo é para o bem dela, mas no fundo sofre quase como se a lança o tivesse atravessado também. Lorenzo treme, porque no fundo queria ter sido atravessado de fato.

FUGITIVOS DO INFERNO 02 -Triângulo Da Morte [EM ANDAMENTO] Onde histórias criam vida. Descubra agora