XVIII. O gosto de um final feliz deixa a dor de Lúcifer muito mais terrível

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1979, TERRA 27, BRASIL

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1979, TERRA 27, BRASIL

Lorenzo não tem muitas certezas, mas de que este não é seu ano e local favoritos tem. Com o companheiro de olhos vermelho e ambos trajando ternos, estão encostados no muro do prédio que o fugitivo odeia com todo seu ser, na universidade de São Paulo.

Ele deixou o México da mesma forma que os Estados Unidos, em 1998, com sua lança de diamante encravada em seu peito; e fez isso repetidas vezes até aqui. Varreu arrepende não é descritível. Andou diversas terras matando a melhor amiga e sente a dor se acumulando. Não tem controle da terra para qual vai por vez e, parado nessa, nesse ano, nesse lugar, sabe exatamente o que vai encontrar. Aquela que convocou em cada uma das vezes que usou a lança de diamante. A Morte.

— Azazel não é aquele que ajudou Lúcifer, você, a fazer merda? — Enzo tenta fugir do assunto que conversam há longos minutos e o outro ri alto demais, levando o cigarro de palha que fuma à boca.

— Eu amo essa história — começa, soltando fumaça. — Você sabe que esse ciclo existe há milhões de anos..., mas, quando Paulo estava ajudando os humanos a criarem a bíblia, eu me intrometi um pouco.

Os cantos da boca de Lúcifer ainda estão erguidos em um riso regrado, ele está se divertindo, isso é nítido mais e incomoda Lorenzo.

— Sempre quis ser o cara mal — aponta para si. — Não sou o melhor dos estereótipos de bad boy? — Lorenzo está o encarando inexpressivo, mas pensa no óbvio. — Sei que você acha, consigo ler sua mente ainda. Sabe, Azazel não é um anjo. Os que realmente existem — repensa o que falou. — Certo — desencosta do muro desgastado no qual estava encostado e coloca-se de frente a Lorenzo. — Os " anjos" ficam no inferno, esperando suas almas voltarem. As mônodas completas, ou demônios, — riu mais uma vez —, eu criei esses termos aliás, estão presos na terra. Por todos esses milhões de anos que o ciclo acontece — ergue os braços como se fosse capaz de abraçar o céu azul para o qual sua face está voltada. — Ficamos presos aqui. Esquecidos e lutando pela menor das possibilidades de voltar para casa — engole em seco. — Receba é a única mônoda completa no inferno.

Lorenzo está pensativo. Não gosta de prestar tanta atenção em Lúcifer, ele já mostrou o quanto pode ser persuasivo ao inventar uma história e tem medo de acreditar em suas palavras e ser mais uma de suas piadas forçada.

— Minhas piadas não são forçadas — encara para Lorenzo, os óculos de sol cobrem seus vermelhos olhos. O outro ri, sempre esquece que Lúcifer sabe tudo o que ele pensa, é bem invasivo.

— Por que não você? — Sua pergunta confunde Lúcifer. — Se você é a estrela do inferno, por que Rebeca... — olha para o sol triunfante no céu, depois encara Lúcifer mais uma vez. — Lúcifer?

Ele ainda olhava para o sol, mas olha para Lorenzo quando chamado. Respira fundo, dá os ombros.

— Um de nós tinha que ficar lá. — Há dor em sua voz.

FUGITIVOS DO INFERNO 02 -Triângulo Da Morte [EM ANDAMENTO] Onde histórias criam vida. Descubra agora