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Pov Carol

Eu estava falando com meus amigos, quando notei que Day me mandou algumas mensagens, eu visualizei mas não deu tempo nem de ler, minha campainha tocou e eu fui correr atender, já sabia quem era.

- E aí, maninha? - Rafa me abraçou forte.

- Saudade, Rafa. - Fazia três meses desde a última vez que nos vimos, isso por conta dos inúmeros shows que eu fazia sem parar.

- Eu amo a pessoa que inventou as férias. Apesar de amar muito minha profissão, às vezes é muito desgastante ficar na estrada por meses, sem ver amigos e familiares.

- Então, vamos conversar sobre aquele assunto? - Rafa me questionou e eu neguei.

- Espera a Nana chegar, ela vai te ajudar na bronca. - Falei e ele riu.

- Não vou te dar bronca, vou te aconselhar.

- No momento você vai fazer um lanche pra taurina aqui.

- O de sempre?

- Isso!

- Não sei como não engorda!

- É um dom que você, mero mortal, não tem.

- Infelizmente, mas estou feliz com minha barriguinha.

- AH! Faz três lanches, a Nana vai chegar logo.

- Beleza!

Vinte minutos mais tarde Elana chegou, bem quando os lanches ficaram prontos. Nós comemos e conversamos bastante, mas logo o assunto mudou e eu queria sair correndo.

- Então, Carol...

- E que comecem os sermões! - Falei e Nana negou.

- Carol, não vamos te dar sermão ou bronca, só queremos conversar com você.

- Cara, você é uma mulher independente, tem seu próprio ap, não precisa mais da mamãe, então por que sente tanto medo de se assumir para ela.

- Não é medo ...

- É o que então, amiga?

- Não sei. Não sei como ela vai reagir. E se ela parar de falar comigo, igual aconteceu com você?

- Hoje em dia conversamos normalmente, Ca. Não se preocupe com isso.

- Eu juro que tento não pensar, mas é difícil.

- Sair do armário é sempre difícil quando sabe que seus familiares não aceitaram tão de boa, mas Carol, vai viver a vida deles ou a sua? E quando eles partirem, hein? Ai você vai correr atrás da vida e da felicidade que nunca teve?

- Mas...

- Estou falando agora, me escute.

- Okay.

- Carol, você é crescida, não mora mais na casa da mãe, tem sua carreira, seu dinheiro. Então para de viver a vida que a mamãe te impôs. Você é mai que isso, mana. Sai dessa caixinha e vai viver! Porra! Eu fico irado quando vejo você perdendo a chance de ser realmente feliz por causa da mente atrasada da mamãe.

- Mas, Rafa, a mamãe me deu tudo.

- E daí? Ela não vai te dar felicidade, Caroline! Você corre atrás dela, não tem como embrulhar a felicidade e dar de presente.

- Mentiu, porque tem como embrulhar alguns lanches dar de presente.

- Você entendeu, garota. - Ela falou rindo.

- É eu entendi, mas tipo ... - Eu parei para pensar em uma resposta, mas nada me veio à cabeça.

- Você não tem argumento. - Rafa falou e riu.

- Carol, me responde uma coisa. - Foi a vez de Elana falar. - Compensa você deixar de ser feliz?

- Pela minha mãe, sim.

- Você é mais cabeça dura que a mamãe, misericórdia. - Rafa falou estressado.

- Tá gente, deixa pra lá, okay?

- Vai ficar fugindo? - Rafa perguntou e eu dei os ombros.

- Okay, né. - Elana falou e se levantou. - Vou pra casa.

- Já?

- Sim, eu vou sair hoje. - Ela falou e sorriu.

- Com a Thay?

 - É ...

- Vai dar namoro. - Eu cantarolei e ela riu alto.

- Nada haver, Caroline.

- Se você, diz...

- Tchau, Rafa, você é o mais legal dos irmãos Biazin.

- HEY!

- Tchau, chata. - Ela me abraçou e foi embora.

- Também vou indo.

- Vai sair também?

- Vou, com uma amiga minha. Ela está com problemas com o namorado e eu vou dar conselhos para ela.

- Boa sorte! - Eu ri.

Assim que Rafa foi embora eu sentei a sala e comecei a pensar na conversa que tivemos. Eu odeio esse sentimento de achar que eles estão me obrigando a tomar minhas decisões. Eu sei que eles só querem meu bem, mas me sinto mal com tudo isso. Eu quero ser alguém que minha mãe se orgulhe, eu sei que ela planejou uma vida toda pra mim. Ela sonha que eu me case com um homem bonito e gentil, que tenhamos três filhos lindos e um "final feliz". Mas sempre que eu me imagino casando, não é um homem que está ao meu lado, mas ao mesmo tempo, sempre que isso acontece, eu me sinto mal.

Acho que eu preciso de um banho para relaxar e esquecer isso!

A minha ideia claramente não funcionou já que os pensamento me bombardearam, não consigo pensar em mais nada além disso. Acho que preciso conversar com alguém que não saiba disso tudo. Preciso do conselho de alguém de fora.

- É isso! - Falei e sai do banho, me troquei rapidamente e peguei meu celular. Vi que Day tinha mandado mais duas mensagens mas não respondi, apenas peguei um Uber para o meu destino.

The Interview - Au DayRol | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora