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Pov Day

O programa saiu do ar e eu corri pra tomar água, minha boca estava seca demais. Senti algum corpo se aproximar e logo eu escutei aquela voz.

- Está brava que eu fiz isso?

- Não estou brava. Eu só tenho muita vergonha de cantar.

- Mas você canta tão bem.

- Só não dê risada se eu desafinar.

- Não vou, prometo. E se você desafinar, eu desafino também.

- Boba, não precisa.

- Qual música quer cantar comigo?

- Não sei, eu gosto muito de Sempre Que Der.

- Ótimo! Faz a voz do Vitão?

- Faço. - Eu sorri e ela me acompanhou.

O sorriso dela é tão lindinho né?

- Oi casal! - Thay falou animada. - Finalmente vai mostrar sua linda voz pro mundo.

- Nem comece Thaylise.

- Calma, fica tranquila.

- Só preciso tomar meu calmante. - Falei e corri pro camarim. Assim que voltei o programa entrou no ar novamente.

- Gente eu esqueci do violão. - Carol falou e saiu, acho que ela não percebeu que já tinha entrado no ar. Ela voltou e ficou parada.

- Cê sabe que já está no ar né?

- Oops. Vamos lá então? - Ela me olhou e não sei porque, mas me passou uma confiança tremenda.

- Vamos. - Eu respirei fundo e começamos a cantar.

Eu respirei fundo e fechei meus olhos. Carol começou a cantar e eu fiz o grave. O lado bom é que parecia que nossas vozes estavam combinando. Quando a música acabou eu estava me sentindo leve.

Eu sorri e quando abri os olhos, Carol me olhava com brilho nos olhos.

- E foi isso gente. - Eu falei sorrindo.

Eu estava realmente feliz, pela primeira vez na vida eu cantei na frente de mais de três pessoas.

- Até a próxima. - Carol falou alegre.

- Deus me livre, nunca mais te trago aqui.

- Falsa.

E o programa acabou.

- EU TÔ ORGULHOSA DE VOCÊ. - Thay veio me abraçar e eu comecei a chorar. Logo Gabe se juntou.

- Você conseguiu, amiga. - Ele falou e ambos pareciam querer chorar também.

- Para de chorar, eu vou borrar a maquiagem. - Thay falou limpando minhas lágrimas.

- Desculpa a pergunta, mas porque ficaram tão feliz?

- Eu meio que tenho, ou tinha, não sei, um trauma em relação a música e pessoas.

- Se sente a vontade de contar? - Nana perguntou.

- Uma vez eu participei de um festival, fiquei ensaiando por meses, mas na hora de cantar eu desafinei e cantei a música errada, todo mundo riu de mim. Eu não aguentei e saí do palco. Eu tive que ir pro hospital porque comecei a passar mal, crise de ansiedade e pânico. Eu fiz pelo menos três anos de tratamento com psicólogo para perder meu medo e é só por isso consigo exercer minha profissão.

- E-Eu não sabia. Day me perdoa... - Eu a interrompi.

- Está tudo bem. - Eu falei e sorri.

- Sei que não.

- Carol, por favor. Não se culpe. Está tudo bem. - Eu falei olhando pra ela.

A ruiva concordou balançando a cabeça e eu fui para o meu camarim. Quando eu já estava sem maquiagem, alguém bateu na porta.

- Entra.

- Licença. - Era Carol.

- E aí, gatinha.

- Não vai surtar de novo.

- Besta. - Eu ri.

- Posso conversar com você?

- Fique à vontade.

- Eu realmente não sabia daquilo. Não queria te pressionar nem nada do tipo.

- Carol, eu já falei que está tudo bem.

- Não, Day. Você tinha um trauma e eu te coloquei em uma saia justa em um programa ao vivo. Você ia cantar de qualquer jeito, até porque poderiam ... - Eu segurei em sua cintura e a puxei para perto. Ela se calou na hora.

Eu olhei bem em seus olhos e falei calmamente.

- Está TUDO bem, Carol. Eu não iria fazer se eu não quisesse, acredite. Eu não faço nada que me deixe desconfortável. Você me passou confiança e eu só confiei. Eu só tenho que te agradecer por me fazer cantar, eu tinha medo de tentar e dar ruim e olha só! Eu consegui! Eu estou muito feliz que finalmente superei isso cem por cento. Obrigada.

Eu estava olhando em seus olhos e ela sorriu. Carol começou a se aproximar, mas saiu de perto bruscamente quando ouviu uma batida na porta.

- Entra. - Falei pegando minha bolsa.

- A gente só está esperando vocês. - Thay falou entrando ali.

- Estamos indo. - Carol falou e praticamente correu dali.

- O que rolou com ela?

- Acho que a gente ia se beijar.

- Como assim?

Eu expliquei pra ela tudo o que aconteceu e depois fomos para fora do set. Dessa vez eu estava com meu carro, assim como Nana. O grupo se dividiu e ficou assim:

Carro da Nana: Vitão, Luísa e Thay.

Carro da Day: Bruno, Gabe e Carol.

Carol foi na frente comigo e fomos escutando e cantando música por todo o caminho, apesar dela não ter falado mais nada comigo.

Chegamos em uma balada, que estava lotada, mas conseguimos entrar graças ao Bruno, que era sócio do lugar. Ficamos no camarote o tempo todo. Sei que todos nós começamos a beber muito.

The Interview - Au DayRol | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora