Capítulo Quinze

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Drake...

Eu me senti, voltando à realidade. Sabia que seria intenso, porque era ela, a dona de todos meus pensamentos. A sensação de entrar nela, é a mesma que adentrar ao Paraíso. A puxo contra meu peito e inspiro o cheiro doce de seus cabelos.

— Anjo?

Ouço seu suspirar, acaricio seu ombro.

— Você esta bem?

— Maravilhosamente bem.

— Então, porque está tão quieta?

Ergo seu queixo, a fazendo me olhar.

— Da última vez, eu me senti assim.

Fecho meus olhos, sentindo onde essa conversa iria chegar.

— Também me senti, anjo.

Seus olhos fogem do contato com os meus, eu a forço me olhar.

— Eu não a deixei porque quis, eu tive meus motivos.

Ela morde o lábio.

— Desculpe, eu sei, mas não consigo evitar, esse medo que estou sentindo.

A aperto contra meu peito.

— Não quero deixa-las, anjo, eu quero poder conhecer minha filha, saber o do que ela gosta, quero vocês ao meu lado.

— Como, Drake?

— Quero que vocês, vão comigo.

Sua reação, não é das melhores, eu entendo que parece muito rápido, mas, eu já era dela, desde daquela noite, há três anos.

— Você sente, não sente?

Ela fica de pé, se movendo agitada, eu até não me importo com a visão de seu corpo lindo e nu, mas a sua reação desvia qualquer atenção.

— Drake, isso é loucura!

— Eu querer vocês ao meu lado, ou sentir tudo que sinto por você, desde da primeira vez, Emanuelle?

Ela para, franzindo a testa.

— Como posso tirar minha filha do país, de perto da minha família?

Aquilo me magoa profundamente.

— Eu pensei, que fosse nossa filha, Emanuelle.

Ela esfrega a testa, respirando fundo.

— Drake?

Ok, ela conseguiu me acertar duas vezes. Eu estava aqui, entregando meu coração a ela, me abrindo, quando estava nítido, que ela relutava contra tudo que eu sentia, ou dizia.

— Drake! É só isso que você tem a me dizer?

— O que você espera ouvir, que uma noite e estou disposta a atravessar o País, com você, deixando minha família, aqueles que me apoiaram?

Fico de pé, sentindo minha garganta se fechar.

— Eu nunca pediria isso, mas é exatamente assim, que você entende, certo?

Pego uma calça de moletom e visto, frustrado e precisando de espaço, caminho até a sacada, olhando a noite iluminada.
Ouço seus passos cautelosos, parando ao meu lado, agora vestida.

— Vou pedir, para o Hank, meu motorista leva-la.

Sua expressão se transforma em dor.

— Drake?

— Não consigo falar com você, Emanuelle, não agora, por favor.

Seus olhos se enchem de lágrimas, sinto vontade de abraça-la, mas sinto que ela voltaria a me afastar, logo depois, como fez agora a pouco, após eu ama-la.

— Eu pensei, que conversaríamos.

— Eu também, mas você veio preparada para rebater tudo que eu falo, transformando isso, numa discussão.

As lágrimas escorrem pelo seu rosto.

— Claro, e você já tem a solução, me afastando.

Ela se move em direção a porta.

— Porque, não estou surpresa com isso, Drake.

— Não vou discutir, Emanuelle, parece que você tem a resposta para tudo.

Ela se vira e sai apressada, meu coração se afunda, causando uma dor, dilacerante. Eu estou disposto a tudo por essa mulher, só queria uma chance para provar tudo que estou sentindo por ela, mas parece que mesmo eu afirmando que não tenho culpa por partir, no seu interior, ela me culpa, olhando em seus olhos, eu vi tudo isso. Doía ver o julgamento em seus olhos, mas a dor que começava a ramificar em meu coração, era realmente devastadora. Sem conseguir controlar o impulso, corri até a porta, olhei para o imenso corredor e a vi parada, o elevador chega, e eu corro o mais rápido que consigo.

— Emanuelle?!

Ela se vira, e ergue seus olhos. O que vejo, termina de estraçalhar meu coração.
Paro com meu peito ardendo, e a puxo para meus braços.

— Me perdoa, anjo.

Sinto seu corpo convulsionar, enquanto lágrimas jorram de seus olhos, eu quero segura-la em meus braços, então eu faço, a seguro e carrego até meu quarto.

                         *******

Ainda em meus braços, a apertei contra meu peito.

— Eu passei a ser seu, naquela noite, anjo.

Beijo o topo de sua cabeça.

— Não deixei de pensar em você, ou até mesmo sonhar, e agora que a tenho em meus braços, estou com tanto medo, tenho muito mais a perder agora.

Ela funga e pela primeira vez, ergue seu rosto, limpo os últimos vestígios de lágrimas e a beijo.

Após uma nova rodada de sexo, me lembrei que a convidei para um jantar. Pedi que entregasse no quarto, onde podíamos ficar a vontades.

— O cheiro, esta, divino.

Ela diz, com um pequeno sorriso.

— Tenho que confessar, a comida é saborosa, acho que tem a ver com as especiarias, no preparo.

— Sim, a comida brasileira é marcada pelo sabor autêntico.

Ela saboreia o camarão, perfeitamente preparado, um gemido de satisfação, escapa entre seus lábios. A reação é imediata nas minhas partes.

— Eu quero que Eva saiba, que sou seu pai.

Ela me encara, vejo aquela mesma relutância de antes. Respiro fundo, quero que essa noite, termine perfeita.

— Não pode esconder isso dela.

Ela parece ofendida, contudo, vejo ser exatamente isso que ela vem fazendo.

— Preciso de um tempo, tenho que, prepara-la para tudo isso.

Me sinto frustrado, afinal, perdi anos da vida da minha filha, e agora que a tenho, sou obrigado a fingir, que não a tenho, porque a mãe dela, a mulher que possuí meu coração, se esconde no seu próprio medo.

— Ok, quanto tempo?

Ela demonstra seu nervosismo, pode parecer que a estou pressionando, mas tudo que quero é fazer parte da vida delas.

— Drake, eu não sei.

Um golpe certeiro, quando penso que estamos progredindo, ela se arma contra mim.

— Tenho mais três dias aqui, você tem no máximo, vinte quatro horas.

Ela franze a testa, sua expressão agora, era de mágoa.

— Então, depois você voltará para seu país?

Eu disse que não queria transformar essa noite em um dilema, mas tudo era complicado. Antes que eu pudesse responder, meu celular toca, os olhos de Emanuelle seguem em simultâneo, que os meus. Fecho os olhos, ao olhar o nome no visor, aperto rejeitar. Quando volto a olhar para ela, vejo mais que mágoa, desconfiança, essa era palavra.

— Não vai atender?

Sua voz sai áspera, comprovando minhas suspeitas.

— Não é nada importante.

Seus olhos fogem dos meus, por um tempo, o silêncio se instala, deixando o clima tenso.

— Preciso ir, esta tarde.

Solto um suspiro.

— Quando posso, vê você e Eva?

Odeio o modo como ela fica pensativa, quando deveria esta tentando nos unir.

— Eu te ligo.

Finjo que acredito, até porque, não quero encerrar a noite, sem beija-la novamente.

— Vou por uma camisa, e ligar para o Hank.

Ela força um sorriso, e eu me movo para pegar uma camisa.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora