Capítulo Doze

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Emanuelle...

Parecia algum tipo de alucinação, esta diante do homem, responsável por destruir meu coração, era algo inacreditável. Juro que pensei que estava louca, com minha mente pregando peças, no momento que ele disse meu nome, tive vontade de correr, se não fosse por Eva, eu teria feito. Agora, estou aqui, diante do mesmo rosto que me fascinou, três anos, o deixou mais belo, uma fisionomia séria, nada do, cara despojado que me fez suspirar, óbvio que ele fazia minhas pernas fraquejar.

— "Mister"?

Digo, franzindo a testa.

— Longa história.

Reviro meus olhos, havia tanto a se falar, mas nesse exato momento, estou perdida, confusa e com muita raiva.

— Preciso, voltar para minha filha.

Me viro, querendo seguir, esquecer que essa parte da noite existiu, claro, que Drake, ou seja, lá quem ele fosse, não facilitaria as coisas.

— Eu pensei que fosse, nossa filha.

Respiro fundo.

— Ela sempre foi minha, sempre contou comigo, então, não venha querer cobrar algo.

Ele me lança um olhar irritado, seu maxilar travado.

— Eu nem sabia da existência dela, pelo amor de Deus.

Deixo um sorriso amargo surgir no meu rosto, contorcido pela raiva.

— Se soubesse, faria diferença?

Isso o, deixa, furioso, seus olhos transmitem mágoa, raiva, sua expressão até parece genuinamente transtornada pela dor.

— Claro que faria, ter que ir embora e deixa-la, foi difícil, mas esses anos todos, foi você que esteve presente em meus sonhos, Emanuelle.

Eu não cairia nessa sua lábia mansa, seus olhos brilhantes.

— Eu não sou a mesma tola, de anos atrás, então, me poupe.

Tento me livrar dele, mas sou puxada, ficando parada diante dele.

— Eu não fui embora, por que quis, tive meus motivos.

Deixo uma risada escapar, era meu meio de lidar com mentiras.

— Claro, e quais foram esses motivos, espere, deixe-me adivinhar, você encontrou uma nova aventura, uma nova virgem tola, pronta para de jogar em seus braços?

Ele se afasta, parece ter levado um soco, com cada palavra cuspida na cara dele. Um silêncio longo se instala, restando somente o som da sua respiração pesada.

— Como pensei. "Mister" sei lá do que.

Volto a me mover, mas paro.

— Eu tive, que voltar, para ver meu irmão morrer.

Sua voz soa baixa, embargada. Eu não consegui me mover, paralisada sem reagir, sentindo o nó se apertando cada vez mais forte.

— Meu irmão Drew, assumiu os negócios da família, enquanto eu estava fugindo, ele só tinha vinte dois anos, e ficou lá, se eu não tivesse fugido, ele estaria vivo.

Sinto meus olhos arderem, conforme as lágrimas se acumulam.

— Ele deixou a namorada grávida, morreu sem conhecer o filho.

Não suporto mais a dor em seus olhos, seus ombros estão caídos, seu peito sobe e desce tão rapidamente, era como se não conseguisse respirar.

— Eu me entreguei por vários dias na minha autopiedade, se não fosse a Molly.

A menção ao nome de uma mulher, me causa ciúmes, porque era eu, que desejava conforta-lo.
Seus olhos se erguem, e meu coração se afunda. Lágrimas correm livremente por seus lindos olhos verdes.

— Eu nunca quis deixa-la, mesmo depois desses anos, nunca deixei de pensar em você.

Ele se move, diminuindo a distância entre nós, sua mão se eleva, tocando de leve meu rosto, fazendo meu corpo despertar.

— Você foi a melhor coisa, que aconteceu, Emanuelle, e agora, olhando para você, é como se o tempo, nunca houvesse passado.

Solto suspiro.

— Mas passou, Drake.

Sua expressão murcha, a mão que estava me tocando, rapidamente se afasta.

— Tudo bem, mas não pode ignorar o fato, que temos uma filha, quero conhecê-la.

Eu deveria ficar feliz com isso, não consigo, porque sempre foi eu e ela, não pensei que um dia, esse encontro fosse acontecer, mas aconteceu no dia do aniversário dela. Se eu acreditasse em sinais do destino, diria que esse fora o maior.

— Preciso conversar com ela, com todos da minha família, eu nunca toquei em seu nome, nem contei o que houve entre nós.

Ele franze a testa, e concorda com a cabeça.

— Tudo bem, estou hospedado no Fasano.

Ergo uma sobrancelha.

— Uau, de uma simples cabana a hotéis cinco estrelas.

Um meio sorriso surge ao me encarar.

— Posso, acompanha-lá, até sua casa?

Eu já vi essa cena alguns anos atrás, mas agora, diferia, eu não estava sozinha num quarto de hotel.

— Não acho, que seja uma boa ideia.

Ele ergue uma sobrancelha, seu olhar me olhando como se buscasse algo.

— Só estou querendo ser gentil.

Curvo meu lábio num meio sorriso debochado.

— Sabemos bem, que acompanhar alguém, no seu caso, não acaba muito bem.

Ele respira fundo.

— Não estou com segundas intenções, Emanuelle, pelo menos, não na casa onde mora com sua família.

Abro a boca para, responde-lo, mas suas palavras de antes, me deixam sem reação, um sorriso pretensioso, surge em seus lábios, demonstrando o quão feliz ficou por me afetar.

— Mister?

A voz de antes, estava ali, o mesmo homem, bem-arrumado, barba feita, cabelos negros impecáveis, olhos curiosos na penumbra, era alto e forte, sua postura era de alguém elegante.

— Um minuto, Jake.

O homem assenti, olhando de mim para Drake, uma expressão intrigada.

— Então, posso te levar para casa?

Ele não desistiria, eu estava exausta e aposto que Eva estava cochilando nos braços de Pedro.

— Vou até à barraca da minha mãe, pegar Eva e me despedir.

Ele assenti. Eu espero que ele permaneça ali, mas se move assim que dou o primeiro passo. Olho para ele incrédula.

— O quê?

Reviro meus olhos.

— Não precisa me seguir, espere aqui.

Ele me ignora e continua a caminhar agora, ao meu lado.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora