Capitulo Dezenove

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Drake...

— Isso é loucura, sabe disso né?

Eu estava levando um esporro, quando deveria ser felicitado.

— Jake, eu a amo, e agora vou poder construir uma família, a minha, com a mulher que amo.

— Eu sei disso, mas você esta se esquecendo de algo muito importante.

— No momento, nada é mais importante que a mulher que amo e minha filha.

Jake para com seu andar agitado, suas mãos agora descansam nos bolsos e sua cabeça é jogada para trás, dramaticamente.

— Sério? Diga isso para Molly, quando chegar lá com a Emanuelle e tente explicar a Emanuelle, porque sua cunhada vive com você, há três anos.

Ouvindo em voz alta, causava um certo tremor. Eu amo Emanuelle, e nunca tive nada com Molly, talvez tenha procrastinado, deixando o tempo passar. Eu me agarrei ao meu sobrinho, vendo o que era melhor para ele, porém, isso não quer dizer haver intenções, ou qualquer tipo de interesse em Molly. Eu sabia ter uma conversa aguardando, assim que voltasse, contudo, agora não estaria voltando só.

— Emanuelle sabe, que amo ela, vai entender.

Jake me olha como se eu estivesse perdido a sanidade.

— Você é mesmo inocente, ou esta fingindo para si?

Eu não sei, porque essa mania de todos enxergarem o que não existe, Molly perceberia de imediato que nada aconteceria, quando me visse com Emanuelle. Eu faria de tudo para continuar ajudando, a começar procurando uma casa para ela e Dean.

— Jake, assim que voltarmos, darei um jeito nessa situação, mas por enquanto, não vou arriscar.

Ele ergue as mãos para o ar, como se estivesse se rendendo.

— Tudo bem, mas não diga que avisei.

A noite seria longa, depois que Jake providenciou tudo que pedi, as passagens aéreas, e me deu aquele sermão, fiquei jogado na minha cama, naquela suíte imensa. Tudo daria certo, agora que eu as tinha na minha vida. Fechei meus olhos e tentei adormecer, mas a balbúrdia de sentimentos em mim, não me permitiu dormir de imediato, rolei por longos minutos na imensa cama.

                   *********

Acordei com meu celular tocando. Olho no visor e vejo o nome de Molly.
Ignoro a chamada. Salto da cama e corro em direção ao banho. Uma, ducha demorada, aliviaria parte da tensão. Eu precisava me encontrar com Emanuelle. Não quis interferir na sua despedida, por isso, optei por encontra-la, na hora de seguir até o aeroporto. Estava apavorado, temendo que ela mudasse de ideia.
Minhas malas estavam todas prontas, fechei a conta e combinei com Jake, de vê-lo no aeroporto. Eu não precisava de seus olhos, questionando a todo segundo, pelo menos, não agora, onde encontraria a mulher que amo e minha filha.
Durante o trajeto até a Vila, senti minhas mãos trêmulas, e quando comecei a subir a Viela, meu coração parecia que saltaria. Diante da porta dela e quase sem fôlego, bati na porta, a espera só fazia o pânico me dominar. Voltei a respirar, assim que ele abriu a porta. Esta linda, mas seus olhos estão carregados de tristeza, isso faz algo estremecer dentro de mim.

— Anjo?

Ela me abraça e o pânico aumenta. Será que ela havia desistido.

— Está me assustando, anjo.

Ela se afasta, lágrimas escorrem por sua face, sinto vontade de correr, a segurando em meus braços. Uma vozinha finalmente surge, nos roubando a atenção, com ela, o irmão de Emanuelle, carregando duas malas, que me fazem recuperar o ar.

— Graças a Deus! Por um momento, pensei que...

Ela limpa seus olhos e força um sorriso.

— Não vai se livrar de nós.

Olho para a senhora de sorriso simpático, seus olhos marejados pelas lágrimas, o modo como ela conversa com a filha, a abraça e beija, depois repete o mesmo com Eva. O irmão, também a abraça, é um, cara grande e bem intimidador, porém hoje, tive um vislumbre da sua dor, seus olhos carregados de emoção, por último foi a moça, namorada dele. Eu fiquei parado, apenas observando o amor daquela família.
O irmão de Emanuelle, resolve descer conosco, enquanto sua namorada, ficou com a mãe deles.
No final da Viela, eu estava carregando Eva, e ele as malas, fomos surpresos pelo cretino do outro dia. Havia um sorriso carregado de escárnio, ele disse algo para Emanuelle, estava quase partindo para cima dele, quando seu irmão me impediu, fiquei observando ele dizer algo, sua expressão dura e cheia de ameaças, fez o cretino se mandar.
Emanuelle chorou mais um pouco, enquanto guardava as malas no (porta) malas, abraçou seu irmão demoradamente, então finalmente e ele me cumprimentou, me puxando para um abraço.
Durante o trajeto até o aeroporto, ela se manteve em silêncio, começava a pensar, que estava arrependida. Eva havia adormecido.

— Anjo, não vou mentir, estou muito feliz, mas não consigo te ver assim.

Ela se move, esticando sua mão, entrelaça nossos dedos e observa por um tempo, havia apenas o som de sua respiração, até que resolve falar.

— Desculpe, só estou emocionada, é difícil deixa-los.

— Eu sei, não quero te ver infeliz.

— Eu não estou, acredite.

Acaricio sua mão, tocando com o polegar o dorso, a ergo até meus lábios e a beijo.

— Vou te fazer feliz, prometo.

Ela sorri, devolvendo um pouco do brilho. O carro para diante da entrada para o aeroporto, respiro fundo, segurando a mão dela, e com a outra, seguro Eva. Avisto Jake na sala de espera e faço um aceno com a cabeça, ele se levanta e vem ao meu encontro.

— "Mister"!

Tenho vontade de chuta-lo, mas ignoro. Ele exibe um sorriso ao cumprimentar Emanuelle.

— Olá, seja bem- vinda, Emanuelle.

— Obrigada, Jake, certo?

— Isso, ao seu dispor.

Tenho vontade de revirar os olhos, seu comportamento todo meloso.

— Ok, tudo pronto, esperto.

Ele sorri e enfim seguimos para embarque.

Durante o voo, percebo a agitação em Emanuelle, seguro sua mão e tento acalma-la, mesmo quando meu coração estava saltando, querendo sair pela boca.

— Tente descansar, anjo.

— Não consigo, estou apavorada.

— Também estou, mas não vejo a hora, de tê-la somente para mim.

Ela cora, e isso me deixa levemente desconfortável nas calças, sei onde seus pensamentos estão indo.

— Anjo, posso ver no modo como aperta as pernas, tudo que esta imaginando nessa sua cabecinha.

Ela sorri.

— Drake!

— Olhe, veja o que isso faz comigo.

Seus olhos rapidamente descem até o volume na minha calça, ela deixa uma risadinha escapar, quando a aeromoça para diante de nós, cubro rapidamente com um travesseiro de viagem.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora