Capítulo dezessete

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Drake...

Eu ainda não acreditava, que finalmente podia chamar Eva, de minha filha. Até mesmo enquanto a carrego em meus braços, não entendemos muito o que falamos, mas o que vejo em seus olhinhos, é universal, a única linguagem que eu precisava naquele momento.

— Eu nem acredito, estou mesmo com as minhas duas garotas.

Emanuelle sorri, um brilho cintilante toma conta de seus olhos.

— Desculpe por demorar tanto.

— Tudo bem, agora que ela sabe, todos sabem, podemos pensar no futuro.

Ela desvia o olhar, me deixando uma pontinha de incerteza.

— Emanuelle, só tenho, mais dois dias, teremos que falar em algum momento.

Ouço seu suspirar, mas ela se mantém em silêncio.
Eu estava feliz demais, e não queria estragar esse momento, por isso, daria a ela tempo para rever seus sentimentos, se eram tão fortes como os meus por ela. Eu não tinha dúvidas a respeito de como me sinto ao seu lado, do quanto a queria na minha vida.

Já na minha suíte, onde havia um quarto extra, coloquei Eva na cama e liguei a tv. Ela estava eufórica, saltitante na enorme cama.

— Vou pedir o jantar para nós.

Emanuelle, ficou em silêncio, enquanto peguei o telefone e fiz o pedido, eu havia saído de uma reunião quando ela me ligou, precisava de um banho.

— Vou tomar um banho, eu te chamaria para se juntar a mim, mas...

Aponto em direção a nossa filha, e isso a faz corar, mas também sorri, aliviando um pouco a tensão. Dou um beijo casto em seus lábios e sigo até o banho. Imaginar Emanuelle contra a parede do banheiro, fez com que uma ereção crescesse, dura e latejante.
Sei que demoro um pouco mais do que devia, mas precisava que água ajudasse acalmar uma certa parte do meu corpo, isso era o efeito que Emanuelle, tinha sobre mim.
Saio do banho, após me secar e por uma calça de moletom, uma camiseta e pronto para voltar para minhas garotas.

                      *******

Encontro Emanuelle de costas na sacada, Eva continua assistindo, ouço sua risada, mas é Emanuelle, que me intriga. Me aproximo a envolvendo pela cintura, seu cheiro é como bálsamo para minha alma. Sinto seu corpo tenso ao meu contado, o que acende um alerta na minha mente.

— Você parece tensa.

Ela tenta se afastar, mas sou maior e tenho a vantagem de está bem intrigado, afinal, o que havia acontecido com ela.

— Vai me dizer, o que está te incomodando?

— Seu celular estava tocando.

— Geralmente, isso acontece muito.

Sua expressão se torna fria.

— Presumo, que mulheres também, costumam te ligar toda hora.

Franzo o cenho confuso, o que havia de errado, eu estava tomando esporro e não fazia o menor sentido, seu modo abrupto, estava me confundindo.

— Do que você está falando, anjo?

Ela cruza os braços, o rancor transparece no modo como sua postura se eriça.

— Molly, parece bem insistente.

Merda, como não pensei nisso antes, a determinação dela, estava começando a parecer perseguição.

— Molly, é minha cunhada, digo, seria minha cunhada, te falei sobre ela.

Sua expressão suaviza, agora vejo constrangimento.

— Desculpe.

Seguro seu queixo, fazendo com que me olhe.

— Anjo, eu não sei o que faço, para te provar, que sou seu.

— Drake!

Encosto meus lábios nos dela, suavemente eu pressiono, saboreando com minha língua que dança desesperada em busca da dela, sua boca se abre, dando o acesso que preciso. Nosso beijo só para, quando não conseguimos mais respirar. Descanso minha testa na dela, recuperando o fôlego.

— Eu te amo, anjo.

Seus olhos se abrem, confusos.

— Eu deveria ter dito antes, eu me apaixonei por você, na primeira vez que a vi.

Seus olhos se enchem com lágrimas.

— Não há, mais ninguém, em parte alguma para mim, que não seja você.

Ela sorri entre lágrimas.

— Eu também te amo, Drake, desde da primeira vez, isso deveria ser assustador, mas descobri, que viver sem você é muito mais assustador, é enlouquecedor.

A puxo contra meu peito e beijo seus cabelos.
Somos interrompidos, pelo serviço de quarto, nosso jantar havia chegado.

Pedi que arrumasse tudo na sala de refeições. Sim, a suíte era extremamente grande, era como um apartamento de luxo.
Jantamos e aproveitei para interagir com a minha filha, com a ajuda de Emanuelle, isso era possível. Mesmo estando tão feliz, ainda sentia uma frustração, eu queria poder brincar e interagir com a minha filha, entender tudo que ela diz, sem intermediários.

— Estou muito feliz, mas não conseguir conversar com ela, me deixa com uma sensação de incapaz.

Emanuelle desfaz seu sorriso.

— Você não é incapaz, e ela esta aprendendo.

Forço um sorriso.

— Eu quero aprender o seu idioma?

Ela ergue uma sobrancelha.

— Vai querer aprender, sambar também?

Franzindo a testa, eu a encaro, sem a menor ideia do que ela estava falando.

— Sam...bar?

Ela solta uma risada, me deixando mais confuso.

— Esquece, Mister, não consigo imagina-lo sambando.

Reviro meus olhos, apesar de ser a primeira vez que gosto de ouvir esse título, acho que tem a ver com o som nos lábios dela.

— Por que esta sorrindo?

Eu nem percebi estar sorrindo, me inclino, apenas para diminuir a distância entre nós, eu sabia haver olhinhos curiosos, prestando atenção em mim.

— Gostei, de como soa esse título esnobe, em seus lábios, estou imaginando aqui, em como vou querer ouvi-lo, muitas e muitas enquanto...

Olho para minha filha e balanço a cabeça, ela não podia entender, mesmo assim, eu era seu pai, não era hora de bancar o pervertido com sua mãe.

— Você sabe...

Emanuelle cora, consigo ler sua expressão corporal e aposto que ela esta queimando.

— Ok, melhor colocar um pijama nessa mocinha, escovar os dentes e dormir.

Eva faz beicinho, quando Emanuelle, conversa com ela, mas obedece.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora