Capítulo vinte um

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Drake...

Eu achei que seria complicado, ter que contar sobre Molly, mas o meu pai, decidiu bancar o arrogante, criando um clima péssimo. Agora em vez de lidar somente com Molly, tenho que fazer de tudo para que  o desprezo do meu pai, não chegue até ela. O que tornava minha missão difícil, era que ela já tinha o visto, seu olhar duro deferido na sua direção.
Tirando essa merda, minha mãe foi uma excelente pessoa e se apaixonou por Eva imediatamente.
Após o jantar, retornamos ao quarto, colocamos Eva num sofá cama e nos acomodamos na minha antiga cama.
A puxei contra meu peito, acariciando seus cabelos.

— Quando vamos, conhecer sua casa?

Merda, eu tinha que acordar cedo e dar um jeito de ir até Molly, a essa altura ela também devia está irritada, eu havia desligado meu celular para evitar qualquer ligação da sua parte pertinente.

— Vou resolver umas coisas logo cedo.

— Tem algo de errado com sua casa?

— Não Anjo, só preciso ajeitar tudo.

Ela fica em silêncio, penso que talvez tenha pego no sono, mas seu suspiro carregado de melancolia, me diz que está confusa.

— Anjo, eu só quero o melhor para você, podemos conversar amanhã?

— Tudo bem, vou dormir.

Eu aperto contra meu peito e inspiro o cheiro em seus cabelos, lentamente o som da sua respiração se acalma, eu me rendo ao sono logo em seguida.

                    ***********

Desperto cedo, ela ainda está adormecida. Tomo cuidado ao sair da cama e vou em direção ao banho. Uma, ducha rápida, me seco e me visto.
Estava chegando a cozinha, quando ouço vozes, meu corpo, retesa de imediato. Porra, o que ela está fazendo aqui?
Molly está sentada, segurando uma xícara com café enquanto conversa com meu pai. Ótimo, tudo que eu precisava, os dois juntos logo cedo.

— Alguma reunião, logo cedo?

Pergunto, num tom sarcástico. Meu pai é o primeiro a falar, claro que estava ansioso para despejar seu veneno.

— Eu estava contando a Molly, sobre a grande surpresa que você resolveu nos trazer.

Eu precisava controlar a ira dentro de mim, não queria que Emanuelle, acordasse com uma discussão entre mim e esses dois, que aparentemente se uniram para me aborrecer.

— Eu já lhe disse, pare com seu discurso escroto.

— O que o seu pai disse, é verdade?

Lanço um olhar de alerta para Molly, eu não devia satisfação da minha vida a ela.

— Molly, esse assunto, não tem nada a ver com você.

Ela cruza seus braços me encarando com raiva.

— Não é da minha conta, você traz uma mulher, com uma criança, para morar com você e diz que não é da minha conta.

Soco a mesa fazendo as coisas saltarem. Os dois estavam de olhos arregalados, e eu estava queimando de fúria.

— Calem a porra da boca, vocês não sabem nada sobre mim.

Aponto na cara da Molly, estava na hora dela ouvir umas verdades.

— E eu não devo satisfação da minha vida a você, Molly, entendeu?

Sua expressão se torna melancólica, sua postura muda para vítima.

— Desculpe.

— E quanto ao senhor, não pretendo ficar aqui, e saiba que só voltei, porque fiz uma promessa, mas não estou disposto a ficar aqui e vê-lo maltratar a minha mulher e minha filha.

Passo por eles, precisava de ar, e nesse momento só distante deles conseguiria.
Respiro fundo quando sinto o sol aquecer meu rosto.
Ouço os passos de alguém se aproximando.

— Então, essa é a garota dos seus sonhos?

— Molly, não vou falar sobre isso, não agora.

Ela seria esperta se ouvisse, mas parece tão disposta quanto meu pai a me infernizar.

— E quando vai falar, ou pretende levar a sua namoradinha para morar conosco?

Ela estava mesmo testando minha paciência. Eu me pergunto agora, se todo esse tempo estive enganado.

— Molly, não existe, nós, pelo amor de Deus, o que houve com você?

Ela deixa uma risada escapar entre lágrimas.

— O que houve comigo, Drake, quer mesmo saber?

— Estou mesmo tentando entender, pensei que fossemos amigos.

Outra risada, carregada de desprezo.

— Amigos? Quando seu pau estava na minha boca, e você gozou, pensou mesmo que ainda fossemos amigos?

Ela devia, está louca, nunca fiz nada por livre espontânea vontade, sempre pensei que fosse a merda de um sonho.

— Você não pode me culpar disso, foi você que invadiu a merda do meu quarto, isso foi loucura.

— Isso foi tudo que pensei em fazer, quando te proporcionava prazer todas às vezes, eu tinha que me controlar ao ouvir o nome dela, sabe como foi difícil para mim?

Ok, agora eu estava extremamente assustado, eu havia entendido aquilo mesmo.

— Você disse, "vezes", Molly?

Ela tenta desviar seus olhos, se sentiu pega em algo.

— Molly, que porra você fez?

— Drake, eu...

Ela começa a gaguejar, lágrimas voltaram e minha raiva estava efervescente em mim. Avanço na sua direção e seguro seu braço.

— Fale!

— Eu só fiz por amor...

Senti meu estômago nausear, estava prestes a gritar na cara dela, cobrar uma explicação, quando Emanuelle surge na porta. Sua expressão se torna confusa me olhando enquanto seguro o braço de Molly, que parece em pânico se desfazendo em lágrimas. Sinto que devo uma explicação rápida a Emanuelle, por isso, largo Molly e sigo até está diante dela.

— Anjo, preciso falar com você?

Ela olha sobre meu ombro, sua testa franzida.

— O que está acontecendo?

— Anjo, vou conversar com você, mas preciso terminar essa conversa aqui.

Ela olha na direção de Molly e volta a me encarar, por mais que não existisse nada, algo em seu rosto mudou, seus olhos estavam opacos, sem aquele brilho.

— Por que você estava segurando no braço dessa moça e, porque ela está chorando?

Merda, eram muitos "Por que" numa única frase, e, eu ainda, não obtive minhas próprias respostas.

— Essa é a Molly, minha cunhada.

Eu parecia finalmente está conseguindo o controle, até a voz esganiçada de Molly, jogar uma desilusão.

— Ele te contou que sou a cunhada dele?

Emanuelle concorda.

— Te contou que moramos juntos?

A dor e mágoa tomou conta do rosto de Emanuelle, seus olhos estavam agora me encarando com decepção. Molly havia conseguido, porque Emanuelle havia entendido tudo errado. Tentei me explicar, mas ela já estava se virando e correndo para longe de mim.

— Você é louca.

Molly nem se abala ao falar.

— Eu disse a verdade, foi você que mentiu para ela.

— O modo como você falou, você tinha concepção do que estava fazendo Molly. Como pode?

— Como você pode, trazer outra mulher, quando passei anos me dedicando a você.

A minha complacência por ela, estava transformando minha vida num inferno, pena que percebi um pouco tarde.

— Você ainda me deve explicações.

Aponto para ela e me viro. Precisava esclarecer as coisas com Emanuelle. No final, Jake estava certo.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora