Capitulo nove

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Drake...

Três anos depois...

Já se passaram três anos, meus sonhos ainda eram invadidos pelo mesmo sorriso, eu sempre acordava suado, com meu peito doendo e uma ereção ridícula. Como alguém que nunca mais vi, podia assombrar minha mente. Eu nunca mais retornei a Flórida, após meu estado catastrófico, Molly me ajudou a reerguer, e com isso, me tornei seu protetor, a acolhi quando seus pais a escorraçaram, quando descobriram sobre a gravidez, ela foi crucificada, seus pais não perdoaram o erro cometido por sua filha, estragando seus planos, tornando ela, sua grande empresária, assumindo os negócios do pai. Agora, Molly vive na mesma casa que eu, ei, calma lá, não pensem coisas sórdidas, nossa relação é de amigos, eu a ajudo com Dean, meu sobrinho está com quase três anos, ele lembra muito meu irmão, falando nisso, podem me chamarem de Mister, depois de todas as merdas que fiz, resolvi me tornar o responsável, o grande patrono da fazenda, isso fez com que meu pai, voltasse a olhar, a confiar em mim.
Parece que enfim, estou a altura do barão do café.
Acordo com o sol da manhã, invadindo meu quarto, tomo um banho para relaxar antes de começar o dia cheio de tarefas. Olhando pela janela do meu quarto, podia se ter uma vaga ideia do quanto era grande a propriedade. Depois que me seco, me troco e desço, sentindo o aroma de café, recém-passado.
Molly ergue seus olhos, exibindo o mesmo sorriso de diariamente.

— Bom dia. Mister.

Reviro meus olhos em resposta a sua provocação. Molly sabia que aceitei o título, apenas para satisfazer meu pai, bom, eu tinha que infla seu ego de alguma forma, aceitar o título, foi o passo mais fácil, mesmo não me agradando.

— Isso, definitivamente, não tem graça, Molly.

Ela serve uma xícara com café, mas não disfarça o riso.

— Onde esta Dean?

— Dormindo, por favor, tente sair em silêncio ou vai ter que aguentar aquele garotinho cheio de energia, o dia todo no seu pé.

Tomo um gole do café, movendo os ombros em resposta. Eu não ligava de passar meu dia, ouvindo meu sobrinho, ele era um garotinho esperto, perguntava sobre tudo, isso me fazia sentir, um pouco mais próximo de Drew, meu irmão, ficaria orgulhoso do seu filho.

— Gosto da companhia do garoto, isso deixa meu pai, menos rabugento.

Molly cruza seus braços.

— Então, você o usa para se proteger do seu pai?

Ergo uma sobrancelha e a encaro.

— Eu não o uso, mas tê-lo por perto, facilita as coisas, principalmente, o convívio com meu pai.

Ela balança a cabeça, nesse momento, ouvimos passos apressados vindo ao nosso encontro. Quando me viro, dou de cara com um par de olhos azuis, cabelos num tom dourado, uma mini cópia do meu irmão.

********

A vida na fazenda, não era de todo ruim, mesmo assim, aquela sensação de vazio, ainda insistia em permanecer em mim.

— Então, precisamos fazer essa viagem, os melhores produtores de café, habitam o Brasil, se quisermos recuperar o domínio do café, precisamos fazer essa pesquisa.

Confesso, que de tudo que meu pai falou, a única palavra que ouvi, foi Brasil.

— O senhor disse Brasil?

Meu pai franze a testa.

— Foi só o que ouviu, esse tempo todo?

Merda, fui pego na minha própria distração.

— Desculpe, o que tem de tão importante no Brasil?

Meu pai esfrega a testa, já demonstrando sua irritação.

— Drake, você esta aqui mesmo, de verdade, por que preciso que tenha interesse, se esforce.

— Desculpe, pai, quer repetir, prometo ouvir tudo.

Meu pai me lança um olhar, buscando algo, enfim, respira e volta a falar.

— Tudo bem, mas vamos conversar durante o jantar, sua mãe esta esperando.

— Pai, a Molly e o Dean estão me esperando.

Meu pai trava o maxilar.

— Drake, Molly não é sua esposa e Dean, não é seu filho, portanto, pare de alimentar essa fantasia.

Aperto meus dedos, sentindo a raiva queimar.

— Pai!

Eu o alerto, não gostava dessa mania dele implicar com Molly.

— Tudo bem, Drake, se quer continuar fingindo, não vou dizer mais nada, mas agora, vamos, sua mãe esta aguardando.

Eu evitava qualquer conflito, fazia o meu melhor, mas essa mania dele e de todos de meterem na vida de Molly, era irritante, para mim, ela sempre seria minha cunhada, sempre houve amizade e respeito, a maldade, estava nos olhos de quem via, no nosso caso, havia muitos.

— Senti sua falta, você raramente vem jantar comigo e seu pai.

Minha mãe era mais uma que fantasiava coisas.

— Mãe, eu moro bem ali, vocês podem irem até lá.

Ela torce o lábio, vejo como tenta se conter.

— Então, pai, o que pretende com a viagem até o Brasil?

Meu pai me encara.

— Eu não, você irá, afinal, quem assumirá os negócios.

Tenho vontade de sair correndo, toda vez que ouço meu pai pronunciar em voz alta.

— Eu?

Imagens do sorriso que me assombram voltam com força, meu coração trepida.

— O Jake, irá com você, ele é um excelente consultor, vai te instruir com exímio.

Eu nunca pensei, que iria até o Brasil, mesmo que a negócios, todos esses anos, sinto pavor, medo por nunca ter buscado informação sobre ela. Minha covardia me encurralou, me tornando um prisioneiro.

— Dizem, que é um País com grandes belezas, você vai gostar.

Eu só conseguia pensar numa única beleza, seu nome, assim como seu cheiro, estava cravado em minha alma, Emanuelle, como estaria.

— Sim, muitas belezas.

Meu pai volta a falar sobre os planos, estava todo animado e eu, já não conseguia prestar atenção em mais nada.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora