Capítulo Catorze

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Emanuelle...

Quando Drake se foi, não consegui esconder meu sorriso, quando me virei, dei de cara com minha mãe, sua expressão preocupada, desfez o sorriso em meu rosto.

— O que foi?

Minha mãe mexe no avental, consigo ver o nervosismo, eu volto a insistir que ela fale.

— Mãe, eu te conheço, se quer falar algo, fale logo.

— Você sabe, que quero sua felicidade, sempre sonhei que minha neta, pudesse conhecer o pai, mas agora, tenho medo por vê-la sofrer filha.

Eu queria dizer para minha mãe, que nada disso aconteceria, mas esse medo, também me assombrava, eu sabia que não seria a única a ser afetada.

— Estamos indo devagar, mamãe, não contamos a Eva, que ele é seu pai.

Minha mãe solta um longo suspiro, em outra época, ela estaria surtando, isso mudou após tudo que ela passou.

— Não quero que sofra filha.

— Também não quero, mamãe, mas nunca o esqueci.

Vejo compreensão no rosto da minha mãe.

— Ele quer jantar comigo, pode ficar com a Eva?

Ela abre um sorriso e assenti. Agora eu tinha duas horas para me arrumar, o problema, era que eu não fazia ideia de onde Drake, me levaria, só sabia que não seria num lugar onde eu estava acostumada, isso me deixa nervosa.
Tomei um banho e procurei minha melhor peça no guarda-roupas, o problema, era que toda roupa que experimentava, ainda me sentia mal vestida, me joguei na minha cama, tentando me acalmar.

— Algum problema?

Ergo minha cabeça e vejo Sintia sorrindo.

— Não sei, o que estou fazendo.

Ela se move na minha direção e se senta ao meu lado.

— Esta nervosa, normal.

Esfrego meu rosto.

— Estou apavorada, tudo é sempre tão fora do normal com Drake.

— A vida não é normal.

Sorrio.

— Mas você o, ama?

Esse era um dos meus medos, acho que me apaixonei por Drake, na primeira vez que o vi.

— Estou tão apavorada, parece que estou vendo tudo acontecer como anos atrás.

— Amiga, você nunca se envolveu com ninguém, fugiu das investidas do Hugo, isso tudo, porque é óbvio que você sempre amou esse, cara.

Fico de pé e me olho no espelho, eu havia colocado um vestido branco, com um babado, alcinha e prendido os cabelos num rabo de cavalo, um gloss, nos lábios, e rímel para destacar meus cílios longos. Eu nunca fui muito de usar maquiagem, minhas sardas sempre ficaram em destaques.

— Você esta linda.

Eu queria acreditar, mas quando Drake esta por perto, é intimidador, sua altura, seus cabelos perfeitos, seu peitoral definido, mesmo sob a roupa, dava para deixar a imaginação correr, do quão forte e viril ele é, sempre bem-vestido, com aquele ar confiante, quem olha para ele, ver requinte, luxo.

— Ele é tão diferente.

Sorrio nervosa.

— Olhe para tudo isso, nossos mundos são totalmente diferentes.

Sintia revira os olhos.

— Ele é o pai da sua filha, Emanuelle.

— Isso também é assustador, porque minha mente fica pensando no depois.

— Não pense, viva o agora, saia, converse com ele.

— Eu resolvi viver o agora alguns anos atrás, e agora, olha como estou.

— Você se arrepende?

Eu tinha medo de responder essa pergunta, porque não envolvia somente eu, havia Eva, o meu maior tesouro. Eu sabia a resposta, ao lembrar do sorriso da minha menina.

— Não.

Sintia abre um sorriso e segura meu braço, me puxando com ela, para fora do quarto.

                        ********

Uma batida na porta, chama a atenção de todos na sala. Sim, eu tinha minha pequena plateia, meu irmão Pedro, fazendo seu papel intimidador, minha cunhada, minha mãe e minha pequena.
Respiro fundo antes de me dirigir até a porta, estava indo tudo bem, até eu abrir a porta e me deparar com a visão de um Anjo. Drake estava segurando um buquê de rosas numa mão e na outra, uma caixa grande.

— O que é isso?

Ele abre um sorriso, seus olhos logo encontram Eva.

— Trouxe um presente para a princesa.

Os olhinhos dela cintilam.

— E essas flores, são para sua mãe, a dona...

Abro um sorriso.

— Helena.

Minha mãe corou, seus olhos cintilam assim como de Eva, meu irmão revira os olhos, mas já era voto vencido, as mulheres da casa, não resistem ao charme de Drake. Ele ainda esta sorrindo quando se inclina e sussurra na minha orelha.

— O seu presente, pretendo dar, assim que ficarmos a sós.

Deus, foi como riscar um fósforo no querosene, meu rosto queimava. Drake pisca, quando olha para meu irmão, sua expressão se torna preocupada.

— Ele não entende o que eu falo, certo?

Não consigo conter uma risada.

Após despejar todo seu charme em cima da minha mãe e de nossa filha, seguimos pela viela, até estarmos diante do carro. Eu pude ter um vislumbre completo, quando ele parou para abrir a porta. Deus, aquele homem era perfeito, ele me flagra o secando, exibe um sorriso presunçoso.

— Gosta, do que vê, anjo?

Minhas bochechas ardem, aposto que estou vermelha como um tomate. Drake ergue sua mão e acaricia meu rosto, seu toque só serve para aquecer mais o meu corpo. Quando gemo ao sentir seus lábios quentes e macios pressionando os meus.

— Ah! Anjo, eu não vejo a hora de me afundar por inteiro em você.

Preciso de toda força do mundo para não desmaiar.

— Entra, ou vou acabar fazendo uma loucura.

Sorrio, e entro apressada, eu não conseguiria impedir se ele começasse qualquer coisa.

Drake não quis revelar onde jantaríamos, foi quando o carro parou em frente ao Fasano, que percebi suas verdadeiras intenções.

— Por que estamos em frente ao hotel, onde você esta, hospedado?

Ele curva seu lábio num meio sorriso, seus olhos ardem com uma chama, que me queima.

— Você acha mesmo, que eu dividiria você, com mais alguém, essa noite?

Não sei se dou pulinhos, ou corro com o nervosismo que toma conta de mim.
Drake desce do carro dá, a volta e abre a porta para mim. Um perfeito cavalheiro, ele entrelaçou nossos dedos, e seguiu subindo os degraus da entrada do hotel.
Estávamos diante da entrada majestosa daquele lugar, Drake me puxa contra seu peito, seus olhos brilham.

— Dança comigo?

Olhei em volta, franzindo a testa.

— Aqui?

Ele desliza uma das mãos, parando na minha cintura, me puxando mais contra seu corpo.

— Sim, eu quero dançar com você, não importa a hora, ou o lugar.

— Não tem música, Drake.

— Posso resolver isso.

Fico olhando ele pegar o celular do bolso da sua calça, deslizando o dedo na tela, com a expressão seria, até que um sorriso surge, logo em seguida, uma música começa a soar do aparelho.

— Agora, dance comigo, anjo.

Drake me puxou contra seu peito, me fazendo flutuar ao som daquela música.

Mister PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora