Capítulo 34

982 53 9
                                    

Março de 2017.

Se alguém me pedisse para resumir os dois meses atrás eu diria que foram desafiadores e intensos.

Tive que lidar com todo os comentários de pessoas que não gostavam de mim dizendo que meu álbum era horrível. Engraçado que antes da crítica dizer algo, não havia ninguém reclamando. Mas vida de artista era assim e infelizmente há que se esperar de tudo.

O fato era que fui à rádios, entrevistas e programas de TV um tanto quanto desconfortável. Não era algo leve e engraçado como Ellen, James Corden ou Jimmy Fallon. Eram entrevistadores desesperados por arrancar algo, alguma falha, um escorregão que pudesse me comprometer. Eles me perguntavam sobre Justin, tudo sobre nosso relacionamento, me alfinetavam com os comentários ruins do meu álbum. Mas, apesar da tendência de sempre olhar o lado ruim das coisas, reconheço que ouve apresentadores educados e respeitosos e que houve dias em que sorri.

Como por exemplo quando minha música com o Zayn foi lançada. Ela estava sendo um sucesso, as visitas não paravam de subir e era muito pedida nas rádios todos os dias, o que me deu um gás de entender que se meu álbum não havia sido o melhor, não significava que eu era uma artista ruim, mas que só precisava fazer um novo.

E sobre fazer um novo, era algo que demandou muitas reuniões e debates. O motivo foi que eu não sentia mais que precisava fazer um álbum por pressão da mídia. Quando se inicia uma carreira internacional, eu entendo quando é se lançado um álbum atrás do outro, para criar uma estabilidade com o público e fazer seu nome ser firmado no mercado. Mas o que eu argumentava era que já tinha essa constância e agora queria trabalhar com algo que fizesse sentido para mim.

Apesar de Scooter pensar diferente, ele me respeitou e entendeu o meu lado. Me disse que eu iria tomar a decisão e lidar com as consequências, caso houvesse. O que foi justo, já que era eu quem estava escolhendo. Muito se vê grandes empresários e empresas que fazem de tudo para sugar o máximo que o artista pode dar, simplesmente por dinheiro. Pessoas que controlam e fazem o que querem com a carreira do cantor. Felizmente Scooter não era assim, e por isso eu o tinha como um irmão mais velho e um segundo pai ao mesmo tempo. Graças a ele que Justin não se perdeu ainda mais, graças a ele que eu tive êxito na carreira.

Mas hoje seria um dia sem pensar em trabalho, pois era aniversário do Justin e não o via desde janeiro. Quem não via também era Harry, aliás, não conversei mais com ele desde a mensagem que havia me mandado. Isso porque ele disse que iria se afastar e respeitei isso, o que me fez bem para respirar e clarear algumas coisas.

Iriamos comemorar o aniversário de Bieber na casa de Scooter, Pattie estaria lá também e fazia muito tempo que eu não a via. Talvez Jeremy também fosse com os filhos. Estava animada para ter um momento de diversão entre tantos dias de trabalho.

                                         -

Chego a casa de Scooter e vejo que a festa já havia começado. Luzes roxas e azuis no gramado do jardim da frente já davam o início da celebração. A música eletrônica estava ao talo e copos espalhados por toda a casa. Cumprimento todos até chegar ao Scooter, que estava com um copo na mão e conversando com várias pessoas.

- A princesa chegou - ele diz vindo até mim.

- Achei que seria uma celebração simples - brinco com ele.

- Eu também, mas estamos falando de Justin Bieber, não é?

- Falando nele, onde está? - não me aguentava mais em esperar, queria vê-lo.

- Com o Rayn, perto da piscina.

Me dirijo até lá e o vejo sentado na beira da piscina de criança, conversando com Rayn. Esperava que ele estivesse todo arrumado, com pelo menos brincos e colares, típico de um Bieber. Mas ele usava uma camisa branca, com uma bermuda simples e estava descalço. Abro um sorriso, Justin parecia um menino tímido e comportado.

Fool For You | 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora