Capítulo I

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Notas do autor: A Genevieve citada por Sakura, seria a "Sakura" de amor e sangue. Sim essa sakura tá fazendo propaganda, bjs ❤️











Meu coração batia fracamente, como se eu pudesse ouvi-lo no corpo de uma terceira pessoa. Batia devagar a cada segundo menor o número, maior a dor, meus sentidos ficavam cada vez mais distantes, mas como uma forma de autoproteção, me projetei em um campo de flores, e as flores vermelhas flutuavam em volta da minha cabeça, como se algo tão bonito fosse me atacar de forma teatral e artística. Seus espinhos estavam apontados para mim, o vermelho em suas pétalas parecia sangue, pois a flor era como meu vestido branco, mas elas se mantinham paradas, como se a gravidade tivesse deixado-as, pois eu poderia andar no campo livremente.

Ignorei o chamado da morte que me oferecia a bela rosa e estendia suas mãos cadavéricas em minha direção, e continuei a deslizar por entre a grama e os galhos. Como em todos os meus sonhos, mais uma vez não havia sons, e era dessa forma que eu captava sua irrealidade e rompia meu medo pelo desconhecido, pois se não era real, não poderia me machucar.

Em minha caminhada em busca de algo, me pego pensando em como fui parar aqui, mais uma vez, eu não sei. Mas me lembro que eu estava na sala e... não me lembro de nada depois disso, a sensação de vazio me toma sem permissão e me aperta em suas mãos grandes. Foi errado trazer a busca pelo que perdi, para o meu paraíso sem perguntas, pois as flores voltaram a se mover, virando mais uma vez em minha direção e quando se soltaram do que lhes prendia, seus espinhos rasgaram o vento e cortaram as folhas das árvores que caíam, vindo sedenta por minha carne, para roubar o sangue de meu corpo e voltar a enfeitar as flores antes brancas. Ergui meus braços para me proteger inutilmente, e quando senti a dor aguda em meu ombro, seguida de outra na altura de meu umbigo, vi o exato segundo em que duas vinham em direção aos meus olhos.

Sem ar, eu me levantei puxando-o com força, salva em meu último segundo novamente, de volta a realidade, confusa e com diversos rostos que não conheço ao meu redor, entre eles, estavam Karin e Kakashi.

— Kami-sama, que bom que acordou. — Kakashi falou e ele parecia preocupado. Olhei em volta, eu estava em uma sala pequena com tons de branco e azul clarinho, ao meu lado havia uma bolsa de soro, e meu ombro doía. — Karin havia dito que você desmaiou. Naruto precisou te trazer pra enfermaria, e tiramos um pouco do seu sangue.

— Quem... Quem é Naruto? — Fiquei confusa em minha dúvida, busquei o rosto daquele que me trouxe entre todos os outros.

— O que aconteceu com você? — Karin perguntou, e eu poderia responder se não tivesse um garoto loiro me encarando, penso que talvez ele seja... — Naruto, para!!

Ele sorriu sem jeito e coçou a nuca, mas não era só ele que estava me incomodando, havia diversas pessoas me olhando, menos aquele que pensei ter visto.

— Eu... nossa, agora eu não sei o que dizer.

Kakashi se virou para as pessoas que me encaravam. A loira me olhava de forma estranha, mas eu não sei decifrar o que ela estava pensando, e a de olhos perolados sorriu minimamente antes de se virar pra sair.

— Agradeço que tenham vindo aqui pra ver se ela está bem. Mas podem se retirar? — Kakashi falou e de um a um, todos eles saíram, menos o Naruto e Karin. — Vocês dois também.

— Eu sou a guia dela aqui, e quero saber o que aconteceu. — Os dois olharam para o loiro que começou a me assustar. — Naruto dá pra você sair?

— Hm? Ah, certo. Claro, desculpe. Espero que fique bem. — Ele se levantou.

— Obrigada. — Karin cruzou os braços esperando alguma coisa. — Eu não me lembro bem o que aconteceu...

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