Me encontro encurralada em um beco sem saída, tão assustada quanto um gato que foge de seu predador. Seus olhos transpassam minha alma, de forma que, mal consigo respirar, e prender a respiração me toma a concentração, visto que nos dias que se passaram sem meus remédios, a qualquer momento me vejo cair dura no chão de pedra e bater com força a cabeça. Talvez tenha sido isso que aconteceu, não encontro mais dúvidas sobre isso, visto que estaria brincando em um jogo cego, presa demais em minhas amarras de dúvidas e porquês sem respostas.Sinto que no fim, estou sozinha a muito tempo, e ter sido abandonada fosse um tipo de teste que me aguardava para o futuro. Ao começar por eu estar claramente louca por pensar que a minha primeira amiga é um lobo, mas o que me leva a completa insanidade é acreditar que dessa vez não são apenas devaneios incompletos da minha mente, e que preciso ir atrás de respostas, mesmo que ficar perto dela vá me dar calafrios e me deixar assustada.
Mas um monstro de cada vez para enfrentar, pois me vejo sem meios para devolver as indagações de Naruto, ou qualquer fôlego para fazê-lo, visto que, os olhos de diamante negro lapidado, já sabem de tudo, só por me encarar tão profundamente, como se a pergunta do Uzumaki na verdade fosse sua, dita ainda mais alto com seus olhos mudos, mas duvidosos ao garoto ao meu lado.
De viés, olhei para Sai que também me encarava como quem quer dizer que não sabe bem o que dizer. Mas o que diabos eles teriam haver com isso? Somos adolescentes, talvez quiséssemos sair um pouco. Mas aí o peso no meu braço me faz recordar de que seguro uma mala pesada, e isso só me entrega mais. Não quero que saibam que sei de tudo sobre o segredo de Karin, mas é quase inevitável não suar e ficar nervosa com a forma que os dois me olham.
— Eu...
— Para que essas malas?
Naruto desceu as escadas, enquanto Sasuke continuou lá em cima, atento aos meus movimentos.
— Eu estava... — Ele chegou próximo e tomou a bolsa da minha mão, encarando Sai com desconfiança — Eu estava indo embora!
Falei, alto e em bom som para quem quiser saber, que saiba de uma vez das minhas intenções óbvias. Pensei que fosse agir como um velho rabugento como bem vem sendo, mas Naruto me olhou com preocupação.
— Indo embora? E por que? A essa hora ainda...
Porque tenho medo de encarar Karin e ela perceber na mesma hora que sei de tudo, tenho medo de me entregar e novamente não me lembrar de nada. Sinto que dessa vez descobrirão o que estou fazendo, e iriam abrir cada gaveta e o chão oco para pegar minhas provas, e se isso vier a ocorrer, então não terei mais forças.
Mas se eu trazer todo o foco para mim, talvez deixem que Sai vá em paz para o quarto dele. Ainda está me olhando, como se dissesse que não era uma boa ideia, então, foi isso que eu fiz, um pouco de sinceridade me tirará dessa.
— Porque não suporto mais ficar aqui!!! — Ouvi Sai suspirar — Porque eu sinto que todos estão mentindo para mim. Esse lugar me assusta... eu sinto que estou drogada o tempo inteiro... você Naruto, não me conta nada, só me enche com mais indagações. E eu não quero tentar ser amiga de pessoas que não me suportam — Encarei Sasuke, e ele não fez questão de desviar os olhos — Eu quero voltar para o orfanato... foi uma péssima ideia ter vindo para cá.
Eles me encaram como se eu fosse louca, e talvez eu seja. Olhei para o Sai, e fiz sinal pra ele subir novamente.
— Se precisar de mim outra vez, é só chamar.
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É você?
RomanceEm busca de um novo cenário para mudar sua vida, Sakura sai do orfanato para mudar de cidade e se internar em um colégio na cidadezinha pacata de Konoha. O que ela não entendia, era que pelas suas costas, existia um mundo sobrenatural, repleto de s...