É você?

Capitulo VI

Querido diário, já faz duas semanas que me encontro louca nesse hospício, nada nunca fez sentido e isso já virou rotina, cada dia mais estranho, não vejo Sasuke a uma semana, não falo direito com Karin a um tempo, Naruto também sumiu, e tenho evitado Sai com todas as minhas forças. Ao menos, Hinata e Tenten tem falado comigo, elas impedem que meus dias virem uma mistura de pânico, pavor e completa ansiedade fantasmagórica, já que as coisas que me assombram ainda acontecem. No entanto, ainda que Hinata me desperte curiosidade, e umas coisas estranhas e falta de memórias ocorram quando também estou com ela. Sinto que eu estava perto de algo, mas minhas lembranças foram tomadas de mim, mas talvez seja impressão.

Prosseguindo, a duas semanas atrás, eu juro ter sido beijada, e isso não foi desmentido, mas também me lembro de ter deixado Sai falando sozinho com Naruto, e de ter sido atacada por um homem, ele me chamou de Sakuya...

Só que, no dia seguinte, ou melhor, dois dias depois eu estava no colégio, com uma dor pungente no pescoço, e sem explicações como sempre. De acordo com Hinata, eu saí com ela e voltei com ela para casa, mas que no domingo, bati a cabeça na escada quando subi no telhado para pegar um gato de olhos negros, algo sem sentido e raso, como se eu não merecesse saber mais que isso. Kakashi voltou na segunda, e me trouxe mais remédios, já que os meus haviam acabado, o problema... é que esses pareciam mais fortes, o gosto amargo estava ali novamente, e me senti mais lenta, mais fadigada e pouco participativa nas aulas. Aquela semana foi um inferno atrás de outro, durante a noite fui sufocada por uma mão invisível, no banheiro tentaram me afogar, na cantina eu juro por todos os deuses que uma faca voou e tentou acertar minha cabeça. E quando me deitei, uma breve lembrança correu por minha cabeça, uma em que eu ainda estava nas garras daquele homem, e outro surgiu nas sombras, tão alto quanto aquele que habita meus sonhos sem permissão, e seus olhos resplandecentes me assustaram, parecia irritado, e não vi mais que isso quando de repente senti mãos geladas ao redor da minha cintura, até apagar simplesmente, nada mais que isso.

Mas conheci alguém, ou melhor, eu acho que conheci, no meio da noite escutei sons pelos corredores, e a cinco dias atrás, um papel passou pela minha porta com um simples "Busca respostas?" E nada mais. A princípio pensei ser uma brincadeira de mal gosto, talvez de Ino, que está sempre me encarando estranho no intervalo, junto com aquele Suigetsu, mas na noite seguinte recebi a mesma mensagem, e um espaço para responder, então eu coloquei "Quem sabe. Tem para me dar?" Me assustei quando coloquei debaixo da porta, e no mesmo segundo ele respondeu "Me encontre na floresta, daqui cinco dias" após isso, por um tempo não tive mais nada, e os papéis que guardei sumiram.

Graças a esses eventos, resolvi arrumar um diário, e fazer anotações de todas as coisas que tem me acontecido. Pensei em começar a partir do momento em que entrei nesse colégio, mas minha cabeça doía e raciocinar se tornava cada vez mais difícil, eu ficava cansada com facilidade, outra vez, da forma que eu ficava no orfanato, a sensação diferente de quando entrei e Karin passou a me dar o remédio todos os dias quando acordava, então... eu sei que é errado, e que Tsunade-sama não ficará feliz com isso, mas mesmo assim, parei de tomar simplesmente para fazer um teste, e se as dores voltarem eu voltaria com o tratamento. Mas nada aconteceu, meu foco voltou e fiquei até melhor nas aulas de química avançada, tão mais ágil, que ao sentir algo gelado em minhas costas, eu me afastava no mesmo segundo e tudo sumia...

Me livrei da minha salvação e doença, para então analisar, e quando parei para pensar sobre tudo, tomei nota de que coisas estranhas me ocorrem desde sempre, e as pílulas estavam dificultando minha percepção. Recuperei memórias antigas de quando eu estava no orfanato, recuperei rostos perdidos que eu não me lembrava mais, recuperei conversas estranhas e sussurros.