Capitulo 42 Pedro

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Desci em frente ao loft de Débora. Toquei o interfone e não ouvi nenhuma movimentação, toquei mais duas vezes e dei as costas para a porta na intenção de ir embora, já que o motorista estava esperando dentro do carro e parecia não ter ninguém em casa, quando escuto o som da chave girando na fechadura.

Débora me recebeu sem pular nos meus braços, sem tentar me beijar na boca e somente com um sorriso no rosto mais falso do que os peitos da Victoria Beckham.

- Pedro, que bom que já está de volta - se aproximou e espalmou as duas mãos em meu peitoral, se impulsionando para cima para alcançar minha boca e já tendo feito isso um milhão de vezes, não conseguiu disfarçar seu desconcerto. Segurei em seus pulsos e a afastei antes de que conseguisse encostar em minha boca.

-Você sabe que não me engana, não sabe? - me olhou com espanto, enquanto eu a segurava fortemente - em nome da amizade que temos, eu espero que seja honesta comigo, Débora. O que deu em você para me mandar aquele vídeo?

-Me solta, Pedro! Ué, a Isa não lhe deixou depois de me ver pelada na sua cama? Vocês não terminaram? Agora podemos retomar o que tínhamos antes dela aparecer e bagunçar tudo, inclusive sua família - tentou me beijar de novo, mas virei o rosto.

-A Isa não me deixou, como você falou. Já me entendi com ela, existem algumas coisas que resolveremos antes, mas é com ela que vou ficar até meus últimos dias - olhei dentro de seus olhos - por que eu a amo como nunca na vida amei nada, nem ninguém. Me sinto doente quando ela está longe e com um puta sentimento de completude quando estou com ela- a sacudi enquanto ela chorava- Você sabe o que é isso? Hein?

- Não! Me solta! Ela não te merece, Pedro. Eu sou sozinha, preciso tanto de você! - chorava e falava entre soluços.

-Tem mais alguma coisa aí, me fale logo Débora, antes que eu saia por essa porta e esqueça que eu te conheci um dia. O que te fez mandar aquele vídeo, sabendo que eu estava com a Isa? ME FALA LOGO! -gritei.

- Não foi o que, mas quem? - falou aos prantos. Miguel, só pode ser ele.

-O que Miguel fez? Te ameaçou? Te chantageou...me diz! - ela não conseguia para de chorar.

- Pedro, por favor!

-Débora, fala agora ou eu vou atrás dele agora mesmo e o faço falar - ameacei, apertando tanto as mãos fechadas, que chegava a doer.

- Ele...ele estava na boate em que eu estava há algumas semana atrás e pagou um cara que conheci lá para me drogar. Pedro, estou com tanta vergonha!

- Continua - rosnei.

- Ele era muito bonito e nos curtimos enquanto estávamos na boate. Saímos de lá para um motel e não lembro como, só sei que fiquei muito doida. Quando percebi, nos meus lapsos de lucidez que eram raros, estávamos eu, o rapaz e Miguel fazendo um ménage. Pedro, eu te juro que não sei de onde o satanás do seu irmão surgiu- Débora sentou em um sofá, ainda chorando e eu sentei no outro, irado com as atitudes de Miguel.

- E depois, Débora? - perguntei tentando conter a raiva que borbulhava no meu sangue como lava.

-Acordei assustada no outro dia pela manhã, ainda no motel, com Miguel pelado ao meu lado me olhando. O rapaz já tinha ido embora. Pedro, Miguel gravou a noite de sexo que tive com ele e o outro e me mostrou orgulhoso. Depois do meu desespero, ele disse que mandaria para toda minha família e que postaria nas redes sociais se eu não o ajudasse a afastá-lo da mulher dele.

- Espera, quando foi isso? Foi antes do episódio dos canos quebrados? - perguntei desconfiado. Não pode ser! Ela baixou a cabeça, fitando as mãos em seu colo.

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora