Capitulo 2

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Sinto um movimento quando aproximo minha perna da dele e percebo que a vagabunda está o provocando por debaixo da mesa. Respirei fundo e aproximei minha boca do ouvido dele e falei:
- Quero ir embora. - Ele ficou sério e me disse:
- Como assim? Estamos no meio do jantar. - Falou e fechou a cara.
- Para mim, esse jantar acabou. - Fechei os olhos, suspirei e continuei.- Você está flertando na minha frente com essa moça. Por um acaso acha que sou cega, Miguel? - Vi a feição dele mudar. Ficou pálido e me olhou com algo em seus olhos que não sei definir se era raiva ou vergonha por ter sido flagrado. Pelo tom que usou, era raiva mesmo.
-Você pode não ser cega, mas é louca! Como eu posso olhar para outra mulher tendo você? Não vamos a lugar algum, porquê quando terminar o jantar, ê o momento de fazer contatos, ou você acha que a empresa se expandiu sozinha?
Parecia que quem estava ali era outra pessoa e não meu marido, que conheço há pouco mais de 1 ano, mas ainda assim nunca tinha falado comigo assim. Ainda não acredito no que presenciei, na troca de olhares, a piscadinha e o meio sorriso. Não posso estar ficando louca. Esperei pacientemente o final do jantar, pois não consegui comer mais nada. Só lembrava da expressão de Miguel dando em cima descaradamente dessa Sarah.
Todos levantamos e enquanto ele foi fazer uns contatos que segundo ele, são para a expansão dos negócios, fui tomar um ar na varanda do salão do imenso buffet. Vejo pelo canto do olho um homem se aproximar de mim, mas nem me viro para olhar, ainda me sinto meio dormente por tudo que presenciei hoje a noite.
-Por quê você está sozinha aqui? -A voz de Pedro soa preocupada ao meu lado. Me virei e solto um suspiro de alívio e tudo o que eu faço é o sufocar com um abraço apertado, algo que nunca fiz antes com ele, pois sua seriedade comigo não me dava espaço para isso. Algumas lágrimas teimam em querer descer dos meus olhos, mas com certo esforço, não as deixo descer. Ao contrário de mim, Pedro fica tenso e não consegue me abraçar da forma como estou precisando então me solto devagar.
-Desculpa, Pedro. Acho que foi porque não tinha ninguém conhecido aqui e me senti tão sozinha.- Ele olhou nos meus olhos e falou:
- Você estava chorando? Cadê o Miguel? O que ele fez? - Perguntou preocupado, olhando ao redor se conseguia encontrar o irmão.
- Não, não estava chorando não. Miguel está do lado de dentro falando sobre negócios. Não aguentei ficar lá e vim tomar um pouco de ar. Aonde você estava que não lhe vi antes?
- Quando cheguei, já tinha começado o jantar então me colocaram na outra extremidade da mesa. Vi vocês de longe e só pude vir falar agora. Vou ficar aqui lhe fazendo companhia.
- Pedro, você quer ficar mais tempo aqui? É que eu gostaria de ir para casa porque estou com muita dor de cabeça. Miguel não quer ir, só fala em fazer contatos. Você poderia me levar, se eu não for te incomodar?
Pedro olhou para dentro do salão e me informou que ia a procura de Miguel para falar com ele, já que não atendeu o celular, se ele não se importasse, me levaria. Quinze minutos depois Pedro voltou com a cara fechada e me chamou, disse que Miguel pediu que ele me levasse pra casa. Eu ainda quis entrar lá para falar com meu marido, mas Pedro, meio estranho, falou que não precisava, pois Miguel estava no meio de uma roda de homens falando de negócios.
Quase não consegui acompanhar Pedro, pois suas passadas eram longas e suas pernas compridas, sem falar no meu salto. Ele parecia com raiva. Será que estava com raiva de ter que sair antes de todos para me levar em casa? Ai Isadora, como você foi pedir isso ao seu cunhado sem ter intimidade com ele, o fazendo sair da festa sem a festa ter acabado?
- Pedro, desculpa ter te tirado da festa. Se você quiser, pode voltar que chamo um carro por aplicativo para me levar. Eu não posso fazer com que você perca a noite por minha causa.
- Isadora, nem continue. Entre no carro que vou lhe levar para casa. - O tom de voz dele ficou mais doce, mesmo tão grave.- Eu não ia continuar nessa festa mesmo, só apareci para marcar presença e você não está me fazendo perder a noite não, eu realmente acho muito bom estar com vc.
O comentário dele fez o que o abraço não fez, me confortou. Saímos do buffet no bairro Dunas e nos dirigimos a agora minha casa, mansão dos Uchôa Lemansk. Miguel achou melhor morarmos na mansão enquanto a cobertura não terminava a reforma. Ele queria que eu mexesse em tudo para deixar como eu gosto. Como não expressei nenhuma vontade em mexer, ele contratou um designer de interiores para reformar.
Fomos em silêncio a metade do caminho, então Pedro perguntou:
-Isa, o que te deixou tão triste? -Me perguntou sem olhar em minha direção.
- Como assim? Eu, triste? Porquê você está me perguntando isso? - Respondi.
Ele me olhou algumas vezes antes de responder, alternando olhar para mim e para a estrada e respondeu:
- Hoje você não tentou me fazer falar nenhuma vez, percebi que você estava diferente. Notei as lágrimas nos seus olhos quando me abraçou.
- Não é nada, só uma dor de cabeça que está me incomodando desde o jantar, mas falando em fazer você falar, você não tem namorada, Pedro? Sempre vejo você tão só. - Ele me olhou, parou no sinal e continuou me olhando quando finalmente respondeu:
- Não tenho um relacionamento fixo.
O olhar dele, me deu um calafrio. Continuou falando.
-Por quê você me pergunta coisas sem parar?
Sem pensar respondi:
- Porquê eu gosto quando você fala, me sinto bem com o som da sua voz. - Paramos os dois olhando um para o outro, fechei meus olhos percebendo o que ficou parecendo, então tentei consertar.- Quer dizer, tenho curiosidade por que você fala tão pouco. Quero lhe conhecer um pouco melhor. - Acho que piorei a situação.
Ele falou, ao mesmo tempo em que o sinal abriu e ele continuou dirigindo:
- Por quê você quer me conhecer mais? - Falou sério, enquanto dirigia olhando pra frente.
- Porquê...porquê, agora somos família. Tenho curiosidade em conhecer um pouco mais sobre meu cunhado.
Pedro ficou calado e parece não ter gostado da minha explicação. Quando chegamos em casa, um pouco mais de meia hora depois de termos saído do buffet, entramos e o agradeci e subi direto para o quarto. Logo alguém bateu a minha porta e eu disse para entrar, era Pedro com um comprimido e um copo com água. Disse para eu me deitar depois de tomar o comprimido e aguardar Miguel voltar. Antes de sair, ele parou no portal e disse:
- Se Miguel demorar e você não estiver bem, me chama. Você sabe qual é o meu quarto? É no andar de cima agora, mas me liga que eu desço, tá bom?
- Obrigada Pedro, não tenho nem como te agradecer. Você realmente me salvou hoje. Vou ficar te devendo essa. Boa noite! - Falei com o coração tão apertado, pois comecei a pensar que talvez tenha dado Miguel de bandeja nas mãos daquela vagabunda. Será que ele teria coragem de fazer isso comigo?
Tirei a maquiagem, tomei um banho depois que Pedro saiu e depois de tomar o remédio, me deitei. Uma hora depois liguei para o celular de Miguel e ele não atendeu. Desliguei, pois ele poderia estar dirigindo enquanto eu ligo. Meia hora depois, liguei de novo, ainda sem atender, caiu na caixa postal. Duas horas e meia depois, ele entra no quarto cheirando a álcool e muito consciente. Não estava bêbado e passou direto para o banheiro enquanto pensou que eu estava dormindo. Deixou a camisa em uma cadeira ao lado da cama. Cheguei perto enquanto ele estava no banho e cheire, nunca me imaginei cheirando a roupa de um homem, mas depois da cena que presenciei foi preciso e só confirmou o que eu já sabia, tinha cheiro de perfume feminino em toda a gola. Isso não vai ficar assim.

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Olá galera!
Sinto tanto pela Isa! E vocês, o que estão achando do desenrolar desse caso de paixão e traição?
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Obrigada e beijinhos!

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