Traição

Capitulo 25 Isa

Entramos no carro no estacionamento do hotel. Miguel estava sério e não me olhava. Ele dispensou o motorista e sentou pronto para dirigir, mas parou e ficou segurando o volante olhando pra frente.

- Miguel, você está bem?- Perguntei já me preocupando pela falta de ação dele.

- Eu vinha tendo umas desconfianças, umas suspeitas sabe, Isa! Ontem tudo se encaixou.- Falou baixo, ainda olhando pra frente.

- Não estou entendendo, que suspeitas Miguel?- Ele olhou pra mim.

- Quando fiz sexo oral em você, há dois dias, você estava gostando, me chamando de amor, pedindo para eu não parar. Quando você acordou e viu que era eu que estava com a boca e os dedos na sua buceta, você gritou comigo. Depois pensei “quem ela achou que estava a chupando”?- Ele ergueu as sobrancelhas e continuou- Ontem você me disse quem era o seu amante.

- Como assim, Miguel? Você me drogou?- Perguntei me estressando, pois não me lembro de ter falado nada.

- Então é isso que você tem a dizer? Ok, vou te dizer como eu fiz para ver essa sua carinha de santa se desfazendo. Pedi a alguém que batizasse o vinho que você tomou ontem com algumas drogas, coisa pouca. Pedi que fizesse bem suave para você despertar logo. Coincidiu de você não ter comido nada, então rapidinho você me respondeu tudo o que eu queria saber.- Terminou com um sorriso no rosto e eu me exaltei.

- Seu canalha, seu mau caráter, sem escrúpulos,  desgraçado...- Eu gritava enquanto tentava bater nele, quando segurou meus pulsos.

- Não venha falar de caráter quando você vem dando pro meu irmão e me fazendo de trouxa. Aquele desgraçado te defendendo direto e eu achando que era por quê ele achava que você não merecia, mas na verdade ele estava comendo minha mulher pelas minhas costas. Sabe o que você está merecendo? Ver seu papaizinho atrás das grades, isso sim. – Eu parei de lutar e ele soltou meus pulsos.

- Miguel, você sabe que ele morreria se fosse preso. Você sabe do procedimento que ele passou há algumas semanas.

- Você sabe também, mas ao invés de cuidar do seu pai, estava fazendo papel de puta, na cama do meu irmão.

- Não é assim. Nós nos apaixonamos Miguel, mas faz pouquíssimo tempo, apenas dias que deixamos nos levar pelos sentimentos. Diferente de você que está a mais de um ano me traindo. Eu já não me considero mais casada com você desde quando lhe peguei na cama com outra mulher.

- Eu já lhe disse, elas eram só sexo. Você se diz apaixonada pelo seu cunhado! Não quero mais saber, vamos. – Ele dirigiu feito um louco, no caminho de volta para casa.

- O que você vai fazer, Miguel?- não falava mais comigo- Para esse carro, eu vou descer! – continuava dirigindo veloz, até pararmos em frente a uma delegacia, quando ele olhou pra mim.

- Não Miguel, não faz isso por favor! Meu pai pode morrer. Não desce, Miguel.- Eu falava e chorava, segurando em seu braço, lhe implorando para não denunciar meu pai.

- Pensei em algumas coisas que você pode fazer para que eu não o denuncie, mas antes se recomponha.- Limpei minhas lágrimas e só me desmanchei por dentro por ter que me submeter a isso.- Nós vamos voltar a viver como casados, viajaremos para Paris e na volta mudaremos de vez para a cobertura.

- Eu faço o que você quiser, mas não denuncia meu pai!- Pedi depois de concordar com esses termos ridículos dele.

- Ah, meu irmão não pode saber que já sei do romancezinho entre vocês, está ouvindo? Se ele descobrir, seu papai vai ver o sol nascer quadrado, meu bem.- Falou passando a mão em meu cabelo. - Trate de melhorar essa cara, quero lhe ver feliz enquanto eu conto as novidades para aquele Caim, que me apunhalou pelas costas. Não lhe contei, falei com o Dr. Matheus, você entra de férias hoje.