Capitulo 23 Isa

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Cheguei na clínica ás dez e quinze da manhã, atrasada duas horas e parece que não basta o meu começo de manhã cheio de acontecimentos, pois a primeira pessoa que vejo é Miguel, sentado na recepção, falando no celular.


- Ah, ela acabou de chegar aqui. Ok! Obrigado. Falo com você depois.- desligou o celular e veio em minha direção segurando meu braço com força. - Aonde você estava? Lhe liguei mais de quinze vezes e você não atendeu, vim para a clínica e você não estava!


- Minha mãe precisou de mim Miguel, agora solta o meu braço porque está todo mundo olhando.- Puxei meu braço.


- Vim te buscar! Não precisa nem entrar, vamos.- Segurou meu braço de novo e saiu me puxando.


- Espera! - puxei meu braço novamente- Tenho que trabalhar, como assim veio me buscar? Eu não vou pra lugar nenhum com você!


- Você vai sim! Já falei com o Dr. Matheus. Não precisa eu dizer que você não tem escolha, não é minha vida?- Falou baixinho.


Abaixei minha cabeça, respirei fundo e o segui. Fui inspirando forte para segurar as lágrimas de raiva. Haviam dois motoristas que eu já conhecia da empresa. Um dirigiu o carro de Miguel, o qual entramos e o outro pegou a chave do meu carro para levá-lo para casa.


- Miguel, acho bom que seja algo importante. Não posso deixar de viver por capricho seu.


- Você vai adorar, minha vida. Estou fazendo isso por você, por nós!


Vinte minutos depois, paramos em um hotel cinco estrelas, de frente para o mar, chamado Marina Park Hotel e descemos.


- O que viemos fazer aqui?- Perguntei incrédula, já que estamos em pleno meio da semana.


- Você vai ver- Segurou minha mão e entramos no hotel. Fomos direto para a suíte presidencial.


- Eu não quero ficar aqui com você.


- Quer ficar com quem então, Isa?- Ele parou de andar e perguntou muito sério.


- Miguel, eu prefiro ser consultada antes de decisões como essa.


Entramos na suíte e minha mala com algumas roupas de praia e outra com roupas dele estavam em cima da cama.


- Vamos nos vestir e sair daqui a quinze minutos.- Começou a tirar a gravata e fez assim com o restante da roupa até estar pelado. - Ainda não vi você se despir, minha vida.


- Porque eu não quero me despir.


- ISA!!!- Ele gritou.


Só tinha biquínis na mala, junto à cangas e saídas de banho. Escolhi o mais coberto, a parte de baixo era uma calcinha de cintura alta preta e a parte de cima bem cobertinha preta também. Entrei no banheiro para vestir e quando saí, ele falou.


- Não adianta, querida, você pode vestir qualquer coisa, fica gostosa do mesmo jeito - Ele falou sorrindo.


Vesti um vestidinho transparente preto também e descemos para a marina do hotel aonde tinha uma lancha enorme com o nome Suzana parada, com dois homens de pé próximos a lancha, um com um quepe e bem vestido.


- Querida, essa é nossa lancha. Comprei há dois dias e chegou a documentação hoje.


Fiquei parada olhando aquela loucura. Sei que ele não gosta de sol e mar, o que ele está fazendo?


- Porque você comprou um barco?- Perguntei sem entender sua atitude.


- Não é um barco, é uma lancha de 36 pés, minha vida. É muito confortável. Esse é o comandante, senhor Prata e seu ajudante Batata- cochichou no meu ouvido- Não sei como a pessoa quer ser chamada de batata! Ainda não deu tempo de mudar esse nome que está na lancha, mas vai levar o nome da mulher da minha vida.

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora