Capitulo 8 Pedro

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Quando Isa deu as costas e saiu batendo a porta da frente, minhas mãos fecharam automaticamente em punho e parti pra cima daquele imbecil, desferindo golpes. Ele reagiu no começo mas viu que eu não ia parar, então passou a se defender e pedir para eu parar. Malho há muito tempo e parei o Muay Thay há dois anos, quando o trabalho passou a consumir todo meu tempo.
Parei de bater, quando ele caiu no chão e deitou em posição fetal, com as mãos abertas protegendo a cabeça. O sangue que antes estava correndo solto no meu sistema, agora começou a acalmar. Não sou covarde e sei quando alguém se rende. Desabei sobre o chão cansado e com os nós dos dedos sujos com o sangue que saiu do nariz de Miguel que quebrei e do supercilio, porque rompeu a pálpebra e o sangue não parava de jorrar.
Me levantei, entrei no banheiro da suíte e peguei uma toalhinha de mãos que achei, joguei em cima dele que pressionou em cima do ferimento. Miguel tentou abrir o olho, mas não conseguiu. Lembrei da minha primeira disputa em um torneio de Muay Thay, meu oponente era mais experiente do que eu e na época eu tinha dezessete anos. O direto dele foi no meu olho direito e demorou dois dias para que eu conseguisse enxergar com aquele olho de novo. Doía e incomodava demais. Miguel merecia mais por quebrar o coração da Isa, mas não posso fazer isso por respeito a nossa mãe.
- Eu mereci esse seu ataque Pedro, mas não vou aceitar mais nenhum golpe. Vou encontrar Isa e me desculpar até o fim de meus dias se for preciso, mas ela tem que acreditar em mim, eu a amo, Pedro.
- Miguel, passei o dia com ela hoje...
- VOCÊ O QUE? Está explicada toda aquela proteção com a minha mulher, você é apaix...- Miguel vociferou!
- ACHO BOM VOCÊ CALAR A PORRA DESSA BOCA IMUNDA ANTES DE SUJAR A IMAGEM DA ISA! Não é nada disso que você está pensando. Senhor Fernando, o pai de Isa, teve um infarto hoje cedo. O carro dela quebrou, teve que enfrentar a chuva e foi na hora em que eu saía de casa.
- Porque vocês não me avisaram? Eu que tinha que estar com ela nesse momento. Meu Deus, tudo só ficou pior agora. Ela já estava fragilizada por causa do pai e ainda me vê em uma situação como essa. - Miguel falou segurando a toalha, que agora estava vermelha de tanto sangue.
- Se você tivesse ligado o celular, saberia quantas ligações fizemos para você. Miguel, lhe pedi tanto que não fizesse Isa sofrer.
- Pedro, eu não tinha a menor intenção em fazer isso. Fui com Saulo para a audiência sobre a minha prisão que tomou toda a manhã, nos deram um chá de cadeira como se eu fosse um desocupado. Só foi acontecer no começo da tarde, saí do fórum ás quinze e trinta. Vou ter que doar um ano de cestas básicas para uma ONG que ajuda famílias de polícias que foram vítimas de bandidos. O juiz disse que isso iria pagar a tentativa de suborno que cometi. Quanto ao crime de atentado ao pudor, Saulo conseguiu um acordo com o juiz amigo dele, por baixo dos panos, vou pagar pela reforma da cozinha da casa dele.
- Absurdo, Miguel!- Falei com mais raiva.
- Você queria o quê, que eu ficasse dezoito anos preso? - Miguel pegou o celular e começou a ligar para Isa, mas ela não atendeu. Ligou mais algumas vezes, sem retorno dela.
- Quem sabe assim você faria menos burrada! Mamãe ia sofrer , mas você pensa que ela não sofre quando você apronta? Ontem mesmo, ela ficou tão abatida que nem jantar na mesa ela quis, pediu que levasse no quarto. E o papai, o que você acha que ele sentiria quando soubesse aonde sua safadeza lhe levou?- Miguel sempre ficava arrasado quando lembrava do papai. Ele levantou e começou a calçar os sapatos. O sangue voltou a derramar em seu olho sem parar E seu nariz que sangrava um pouco, aumentou por ter baixado a cabeça.
- Para, Pedro. Não vamos falar no papai. Você não entende, eu não queria. Vim para olhar como estava o andamento da reforma do banheiro principal e a decoração da sala. Luiza ligou para meu celular dizendo que estava perto da empresa, perguntando se poderia ir tomar café comigo. Falei que estava vindo para o apartamento, ela pediu para eu passar na farmácia e comprar um remédio para gripe, pois achava que estava gripando, pegaria comigo quando eu chegasse em casa. Quando parei em frente ao elevador, já no prédio, encontrei Amanda entrando no prédio dizendo que iria encontrar uma amiga que mora aqui.
- Aí você achou que era uma boa ideia comer sua amante na cama que vai dormir com sua esposa? - Ironizei.
- Claro que não, Pedro. Depois do rolo que me meti por causa dela no domingo, eu não queria conversa. Amanda perguntou se eu morava lá e conversou tanto que acabou me convencendo a levá-la para ver a nova decoração. Quando fui mostrar o quarto, cara, ela me empurrou na cama, abriu minha calça, enquanto eu dizia que tinha funcionários no banheiro principal, que fica somente a dois cômodos da minha suíte, ela já tinha fechado a porta. Me chupou de um jeito, Pedro, como se eu fosse a porra de um cantil cheio de água no deserto. Me diz, irmão, como que se pensa com uma mulher com o corpo escultural, pelada , que não sei que horas ela tirou o vestido de puta que vestia, com a boca sedosa pintada de vermelho no meu pau!
Comecei a ligar para Isa, mas ela não atende. Toda aquela conversa sobre a fraqueza que meu irmão tem com mulher, já estava tirando minha paciência. Quando olhei para Miguel, já tinha sangue por todo lado. A camisa toda manchada de vermelho e ele andava para um lado e para o outro. A toalha já não suportava mais, estava encharcada.
- Não tem jeito, Miguel, ela não atende. Está sem carro, deve ter ido de taxi para o apartamento dos pais. Vamos, vou te levar para o hospital e quando sairmos de lá, passaremos no prédio e perguntamos ao porteiro se ela passou por lá hoje a noite. Deixa seu carro aí que você pega amanhã. Você não merece mas, nossa mãe não gostaria de saber que além de te deixar nesse estado, ainda neguei ajuda.
Fomos para a emergência do hospital particular mais próximo. Miguel levou três pontos perto da sobrancelha e alguns rolinhos de algodão dentro do nariz. Deitou no banco do passageiro. No prédio dos pais da Isa, o porteiro falou que há muito tampo não a vê. Fomos para casa sem saber como ela está. Desligou o celular e mesmo quando estava ligado, não atendeu.
- Miguel, amanhã vamos conversar com nossa mãe e ligar para a clínica que Isa trabalha, para tentar falar com ela, vê como ela está. Vou fazer isso.
- Não vai fazer nada, a mulher é minha Pedro. Eu que tenho que correr atrás dela, não você. - Miguel falou se exaltando.
- Tudo bem! Pode tentar, mas se não der certo, faço eu. Acho mais fácil ela falar comigo, irmão
- Vamos ver! Pedro, ela está com raiva agora, mas a Isa me ama, tanto quanto eu a amo.
Será que mesmo depois de ter visto o que Miguel fez, ela vai ficar com ele?
Quando chegamos em casa, Luiza vinha da direção da cozinha, com um copo na mão e parou quando viu a situação do rosto de Miguel.
- GUEL!!! O que houve com seu rosto? - Falou pegando na mão de Miguel e o levando até o grande sofá.
- Lu, como você está? Esqueci seu remédio no meu carro.
- Remédio? Que remédio? - Luiza perguntou confusa.
- Você não falou que estava com sintomas de gripe?- Miguel perguntou distraído, enquanto tentava encostar a cabeça no encosto do sofá.
- Ah, sim, a gripe...isso. Passou! Achei que fosse, mas acho que era poeira, só isso. - Luiza respondeu desconcertada.
- Você não respondeu, Guel. O que houve com seu rosto? Quem fez isso? Vocês se envolveram em uma briga com alguns caras, é isso? Porque a bochecha de Pedro está vermelha também.
Respondi já desviando do assunto por hoje.
- Foi uma briga sim, mas falaremos os detalhes amanhã pela manhã, na frente de nossa mãe. Sei que Dona Bete vai tomar um susto e vai ficar chocada com tudo, mas isso é assunto para amanhã. Vamos Miguel!
Há algo de muito estranho nessa história, Luiza pareceu tensa quando Miguel perguntou do remédio. Sei que ela não gosta de Isa e não imagino sua reação quando souber da história amanhã. Algo me diz que ela torce pelo fim do casamento dos dois. Espero estar errado.

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Olá galera!
Sou só eu ou mais alguém aí gostou da surra que Pedro deu no Miguel?
Comentem aí o que vocês acharam, depois votem para me incentivar a continuar escrevendo.

Obrigada e beijinhos!

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora