About Last Night {Vmin}

Capítulo 15

Estava sentado no sofá de casa, mexendo no celular quando ouvi baterem na porta da sala e Jimin entrou.

― O que está fazendo? ― me perguntou.

― Nada.

O ouvi suspirar ao sentar ao meu lado no sofá.

― Onde está a Seulgi? Ela não veio para cá hoje? ― perguntei por perguntar, estava tentando ser um bom amigo mesmo chateado com a situação.

Já fazia três semanas que ele havia pedido ela em namoro. Poucas vezes os via juntos, o que era bem estranho. Mas eu prometi a mim mesmo que não iria me meter no relacionamento deles. Não era da minha conta afinal. Se Jimin estava feliz com ela, eu estava feliz por ele. Pelo menos, um pouquinho feliz, um tico que fosse.

― Ela... ― o encarei, bloqueando o celular para prestar atenção nele.

Jimin me encarava com uma duvida no olhar. Arquei a sobrancelha em questionamento.

― Eu... Deixa para lá. ― desviou o olhar encarando a tv desligada.

― Fala, o que foi?

― Eu sei lá... As coisas com a Seulgi estão meio estranhas sabe?! ― confessou, e eu repeli a vontade de bufar e revirar os olhos.

― Estranhas como? ― resolvi perguntar.

― Ela está estranha comigo de uns dias para cá. ― disse, então acrescentou ― Mas acho que de certa forma a culpa é minha.

Franzi a testa confuso, virando o corpo inteiro na sua direção.

― Como assim?

Jimin fechou os olhos respirando fundo antes de abri-los e me encarar no fundos dos meus olhos novamente.

― Acho que eu a magoei, Taehyung. ― disse, me deixando ainda mais confuso.

― Como assim?

― Eu... Eu disse algo que não devia no momento errado. E ela é claro ficou chateada e está agindo estranhamente comigo desde aquele dia.

Mas que moleque pragmático do caralho, ao em vez de contar logo o que havia acontecido ficava nessa enrolação. Suspirei, tentando ter sanidade para conversar sobre aquele assunto com ele, mesmo não sabendo de fato o que rolou.

― Você quer acertar as coisas com ela?― perguntei.

Jimin balançou a cabeça assentindo, mas sua boca respondeu algo diferente.

― Eu não tenho certeza.

Arquei a sobrancelha novamente. As vezes eu me esquecia da bipolaridade do Jimin. Esfregueei os olhos pedindo um pouco mais de paciência dessa vez, e respirei fundo antes de olha-lo novamente.

Meu melhor amigo estava encarando os anéis nos dedos, brincando com eles como fazia sempre que estava desconfortável ou aéreo, normalmente quando havia algo o preocupando seriamente.

― Bem, se você quiser acertar as coisas é só sentar e conversar com a Seulgi. Uma bela conversa para esclarecerem tudo entre vocês é a melhor opção. Sei que se dizer a ela tudo o que sente e for sincero, ela vai entender. ― aconselhei.

― E se eu não quiser acertar nada e deixar tudo como está? ― perguntou levantando o olhar.

― Mesmo assim te aconselho a conversa com sua namorada e dizer o que sente de fato. ― respondi sincero.

Ele suspirou se afundando no sofá.

― Ok, Jimin, já deu! O que foi que você disse a Seulgi de tão ruim assim? ― cansei, eu queria saber o que realmente havia acontecido.

― Eu meio que... eu meio que disse o nome de outra pessoa quando estávamos... quando estávamos você sabe... transando. ― confessou fechando os olhos e soltando o ar.

Eu fiquei sem reação.

O encarei me perguntando que merda meu melhor amigo tinha na cabeça!? Só ele para fazer algo desse tipo. Eu não sabia se eu o repreendia por magoar a menina dessa forma ou por estar gostando de alguém ao ponto de dizer o nome dela enquanto transava com a própria namorada.

― Eu posso saber quem é a pessoa? ― perguntei meio incerto, estreitando os olhos.

Jimin novamente protelou antes de dizer alguma coisa. O que me irritou um pouco. Mas então percebi que parecia ser algo difícil para ele confessar. Eu via em seu rosto a força que fazia em lutar contra si mesmo para me contar. Ele abria e fechava a boca receoso em me dizer.

― Jimin? ― me aproximei.

― Eu não consigo dizer em voz alta! ― soltou ao ficar de pé abruptamente.

Eu o encarei com os olhos arregalados assustado com seu comportamento repentino. Ele estava muito inquieto desde que chegou, mas seja lá o que fosse estava piorando. A respiração dele estava acelerada e inconstante. Ele andava de um lado pro outro com uma expressão nada boa no rosto. Era como se estivesse a ponto de ter um ataque dos nervo ou talvez fosse um ataque de pânico ou ansiedade. Me lembro de que quando éramos mais novos, que ele costumava ter esses ataques sempre que ficava nervoso demais com alguma situação estressante.

― Jimin se acalma, pelo amor de Deus! Você vai ter um troço desse jeito... ― fiquei de pé e o segurei para que parasse. ― O que é que você tem? Me conta.

Seus olhos vieram em busca dos meus.

― Eu estou sufocando... ― era mesmo um ataque de pânico, igualzinho a quando mais novo.

E tudo que eu consegui fazer foi lhe dar um beijo rápido nos lábios para que prendesse a respiração, e o puxei para um abraço dizendo que estava tudo bem, que tudo ficaria bem. E eu nem tinha certeza daquilo, mas naquele momento era o melhor a ser dito.

Ele se agarrou a mim me apertando bem forte, e eu apenas fiquei o tempo necessário até que se acalmasse.