About Last Night {Vmin}

Capitulo 2

Estávamos sentados no sofá da sala jogando uma partida de vídeo game, quando Jimin soltou o controle e suspirou alto.

― Vamos dar uma volta. ― disse pegando seu casaco e me puxando pela mão porta a fora com ele.

Só deu tempo de pegar minha carteira.

― Para onde vamos?

― Sei lá. Só quero espairecer um pouco, quem sabe beber também. ― sorriu ladino.

Como sempre qualquer coisa estava bom para ele, contanto que pudesse acender um cigarro e beber.

Subimos rua cima com ele ainda segurando minha mão, indo na direção do posto de conveniência mais próximo que ficava no nosso bairro. Entramos no estabelecimento sendo encarados pela menina do caixa, que me recordo de se chamar Rosé, acho que era esse o apelido dela. Ela tirou o pirulito da boca demorando os olhos em cima de Jimin que aquela altura já tinha soltado minha mão e seguiu até os destilados no fundo da loja. Ele pegou uma garrafa de vodka indo para o caixa em seguida.

― Posso ver o rg de vocês? ― a menina pediu, mesmo que ela estivesse babando no Jimin naquele instante, tinha que ser responsável quanto a vender bebida para menores de idade.

Jimin revirou os olhos, me olhando.

― Tae!

― Aqui está. ― entreguei o meu, tinha acabado de completar dezenove anos na semana passada, ou seja, podia comprar bebidas alcoólicas.

Não que fizesse muito diferença, Jimin era alguns meses mais velho que eu, mas não andava com a identidade.

A menina nem mesmo olhou direito a meu rg, logo o devolveu, sorrindo na direção do meu amigo, que parecia ignorar gratuitamente a presença dela. Jimin fazia isso as vezes com as pessoas, nem era por mal, ele só tinha algo melhor para fazer do que dar atenção a toda pessoa que dava em cima dele.

― Deu ₩ 4406. ― disse ela, eu entreguei o dinheiro, já que eu tinha sido o único que saiu com carteira de casa ― Seu troco.

Peguei as moedas.

Jimin já estava do lado de fora com a garrafa de vodka e seus fones de ouvido apostos. Me juntei a ele, e antes de caminhamos sem rumo ele colocou cuidadosamente um dos fones em mim e sorriu ao dar play na música Starboy do The Weeknd, um dos cantores favoritos dele desde os quinze anos. Andamos pelas ruas vazias de Busan em silêncio ouvindo a playlist totalmente aleatória de Jimin e cantarolando em algumas partes das músicas que tocavam. Só paramos quando chegamos a uma pracinha deserta, por conta do horário, já que era tarde da noite. Hora de todos estarem dormindo e nós estávamos ali.

Jimin abriu a garrafa dando um gole longo, antes de passá-la para mim. Em seguida acendeu um cigarro largando os fones ao que subia em cima do pequeno canteiro. Eu o observei, se mover lentamente enquanto andava na ponta do muro se equilibrando com agilidade.

Sorri quando ele me encarou, abrindo um fraco sorriso também.

― As vezes eu só queria que meu pai, fosse como a sua mãe. ― comentou, de repente ― Não só a fato de passar a maior parte do tempo fora, isso seria ótimo, mas adoraria que ele fosse compreensivo e legal, sabe? Não um babaca bêbado que não consegue superar nada na vida. E por isso culpa os outros pelos seus próprios fracassos. ― soltou um riso sem humor nenhum.

Passei a garrafa de volta para ele, que a pegou dando outra golada daquelas.

― Problemas a parte... O puto do Namjoon, convocou geral para passar o fim de semana na casa dele. Os pais dele vão viajar, pelo o que disse. ― comentou, mudando totalmente de assunto, ele fazia muito isso, sempre sendo inconstante ― Ele disse que ele e o Seokjin vão comprar as bebidas. Ou seja nosso trabalho é arrumar as garotas. ― riu.

Apenas permaneci calado.

Ele já sabia que eu estava dentro, independente, não precisava dizer nada. Onde Jimin fosse, me levava junto e vise versa. Era como se fossemos um só na maioria das vezes, eu acreditava que era isso que as pessoas achavam de nós.

Lá vem os melhores amigos inseparáveis.

Ele se sentou ao meu lado e pegou o outro lado do fone novamente, e ficamos ali sentados bebendo e ouvindo música até o amanhecer. Vimos o nascer do sol ao som de We Found Love da Rihanna com Calvin Harris. 

Querendo ou não o refrão daquela música dizia muito sobre nós. Mesmo que não soubessemos naquela época ainda.