Capítulo 12

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Fui até a porta da sala abrindo para que Jimin todo encharcado pudesse entrar.

― O que faz aqui a essa hora? ― o questionei, indo pegar uma toalha para que se enxugasse antes que ficasse resfriado.

Não demorei a voltar o enrolando na toalha e trazendo-o para dentro. Nos sentamos no sofá ao que enxugava seus cabelos molhados. Jimin permaneceu de cabeça baixa a maior parte do tempo. Estranhei, então segurei seu queixo levantando seu rosto. E foi aí que eu vi, o hematoma roxo e um corte em sua bochecha esquerda.

― JIMIN O QUE FOI ISSO?!

― Não foi nada demais. ― resmungou afastando seu rosto.

― Nada demais?! Tá me zoando né? ― segurei seu rosto novamente para ver melhor o corte que ainda sangrava.

Levantei indo até o armário da cozinha e peguei a caixa de primeiros socorros da minha mãe, voltando a sala.

― Quem fez isso com você? Diz logo que eu vou o arrebentar. ― exigi enquanto limpava o sangue em seu rosto com um algodão.

Ele afastou meu toque suspirando antes de me responder.

― Foi o imbecil do meu pai.

― Como é que é?

― Ele chegou bêbado em casa novamente, nenhuma novidade nisso... Mas quando me viu sentando no chão da sala com uma de suas garrafas de Whisky assistindo os vídeos da época de escola da Omma, ele surtou do nada e acertou meu rosto com a garrafa por fúria e me mandando nunca mais tocar naquelas fitas de novo. ― contou.

Arregalei os olhos.

― Que absurdo, Jimin! Esse homem passou totalmente dos limites agora... ― me enfureci ficando de pé abruptamente.

Pensei em caminhar até a porta, mas Jimin me segurou com força me jogando contra o sofá novamente.

― Você não vai até lá, nem pensar. ― disse preocupado comigo, imaginei.

― Mas olha o que ele fez com você, Jimin! ― protestei muito irado.

― Isso é só mais um arranhão de nada.

― Mais um? Quantos arranhões ele deixou em você afinal? ― questionei.

Jimin apenas riu.

― Foi só maneira de falar, Taehyung. Relaxa aí!

Respirei só um pouquinho mais aliviado.

Levei o algodão ao seu corte novamente terminando de limpar. Estava passando o remédio para não inflamar, quando Jimin gemeu e afastou minha mão uma segunda vez.

― Já chega! Não precisa passar mais nada. ― se afastou.

― Desculpa!

Deixei o algodão de lado e caixa de socorros também.

Jimin se acomodou no sofá descandando a cabeça no encosto. Estava de olhos fechados e tinha um leve rubro no rosto, o que significava que havia bebido bastante aquela noite. Bem, ele havia dito que estava com uma das garrafas de Whisky quando o pai chegou e o acertou com a mesma. Minha pergunta era o quanto havia bebido?

― Jimin acho que você vai precisar de pontos. ― eu disse quando vi o corte voltar a sangrar novamente.

Suspirou, balançando a cabeça.

― Não vou não.

― Jimin voltou a sangrar...

― Deixa, Taehyung!

― Mas...

― Simplesmente esquece esse corte, por favor! ― pediu me encarando nos olhos.

Também soltei um suspiro alto assentindo, mesmo odiando a ideia dele se recusar a receber tratamento. Me encostei também, olhando para a tv desligada na nossa frente.

― Eu posso dormir aqui? ― perguntou, me fazendo encará-lo.

― Que pergunta idiota, óbvio que você vai dormir aqui, mesmo se você não quisesse. ― argumentei.

Jimin deu risada, me fazendo encará-lo mais uma vez, franzi a testa. Do que ele estava rindo?

― Por que está rindo? ― perguntei.

― Você fico fofo quando se preocupa comigo. ― soltou o comentário.

Eu não esperava por isso. Desviei o olhar meio sem graça, ficando levemente corado e não passou despercebido pelo Jimin bêbado.

― Você fica uma graça corado também. ― disse, dando risada.

― Você está bêbado. ― falei.

― Não o suficiente. ― murmurou ― Podia estar mais, me ajudaria ao menos esquecer a dor na bochecha. Essa merda!

― Tem uma garrafa de vinho da minha mãe na geladeira. ― comentei sem pensar.

Não precisei dizer duas vezes, Jimin levantou e foi pegar a garrafa. Ao voltar tirou a rola do vinho e bebeu do gargalo mesmo e depois me ofereceu, mas eu neguei. Eu não ia beber em plena terça-feira, amanhã teríamos aula bem cedinho. Mas eu sabia que tentar impedi-lo de beber não seria uma boa ideia.

Jimin bebeu a garrafa toda em menos de 15 minutos e logo já estava todo sorridente e mole sobre o sofá. Sua voz saia rouca e baixa, e também meio enrolada. Ele havia ficado completamente bêbado. Dava risada de qualquer coisinha do nada.

― Onde pensa que vai? ― perguntei assim que ele se levantou do nada, quase caindo no carpete.

― Vou colocar uma música para gente ouvir. ― ele disse caminhando até o rádio.

― São quase cinco da manhã, que música o que garoto! ― eu o segurei ― Acho melhor você tomar um banho gelado e depois tomar um café bem forte.

― Eu não quero nada disso... eu quero ouvir música. ― reclamou, tentando se desfensilhar de mim, mas eu o segurei bem forte.

Jimin amoleceu nos meus braços, me olhou sorrido e me surpreendeu ao segurar meu rosto e me roubar um beijo, antes de simplesmente apagar nos meus braços.

About Last Night {Vmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora