Capítulo 27

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Ele ficou longos segundos apenas bebendo antes de dizer algo.

― Eu te entendo. ― então, falou soltando outro suspiro, mais longo que o anterior ― Eu também fiquei arrasado nas primeiras semanas que eu só sabia beber. Eu bebi tanto que achei que ia entrar em coma alcoólico. Mas me imaginar como meu pai, me fez parar para refletir toda a minha situação atual naquele instante. Foi aí que eu decidi mudar. Mudar completamente.

― Foi quando começou a procurar por trabalho?

― Isso.

― E escolheu a borracharia?

― Não foi uma escolha, foi o único lugar que quis me contratar. ― suspirou ― Não tenho experiência em nada, e nem mesmo tinha terminado o ensino médio naquela época. Nossa, eu falo como se não tivesse sido a poucos meses atrás... ― soltou um riso sem humor ― De qualquer forma, o dono da borracharia precisava de uma ajudante, mesmo sem experiência. E cá estou eu, todo dia levantando com os galos e indo dormir tarde por fazer hora extra em uma pizzaria, outro trabalho que consegui, com recomendações do Jungkook, claro.

― Por que dois empregos? ― questionei.

Jimin soltou um riso.

― Quanto você acha que eu ganho na borracharia, Taehyung? ― perguntou retoricamente ― Não dá nem para pagar as costas do hospital que gastei com a internação do meu pai. Tive que arrumar esse segundo trabalho para poder ajudar nas costas de casa e com Seulgi também, além disso. Não quero que falte nada para meu filho.

Sorri ao ouvi-lo dizer aquilo.

― Por que esse sorriso idiota no rosto? ― perguntou.

― Eu fico contente em ouvir você falando meu filho. ― comentei.

― Por quê?

― Sei lá... Vai ver é porque nunca o imaginei tendo todo esse cuidado e pensando no futuro dessa maneira tão madura.

― É, bem, nem eu.

Nos rimos.

Não sei porque estávamos rindo, mas estávamos.

Bebemos um pouco mais em silêncio. Apenas aproveitando a companhia um do outro naquele vasto jardim. Quando nossos olhares se encontraram não precisávamos de palavras para demostrar o que sentínhanos um pelo o outro, estava explicito em nossos olhares desejosos. Jimin quem deu o primeiro passo, chegando perto e me beijando, assim como havia sido no nosso primeiro beijo.

Sua boca foi muito bem recebida pela minha, que estava morrendo de saudade já. Sua língua pediu permissão para avançar e eu dei total liberdade. Minha mão agarrou a cintura dele o puxando para mais perto, diminuindo qualquer distância entre nós. As suas avançaram para meus cabelos.

Com um piscar de olhos, Jimin estava em meu colo. Cada perna de um lado do meu quadril, suas mãos ainda agarradas aos meus fios em desespero. As minhas apertavam sua cintura com força por debaixo de sua blusa. Nosso primeiro beijo de reconciliação foi afobado e desajeitado. Queríamos matar a saudade.

― Vamos entrar ― ele murmurou entre os beijos.

Eu apenas consegui assentir, sem verbalizar. Estava sem fôlego e meu coração estava batendo loucamente em meu peito, não me deixando pensar de forma coerente.

Jimin ficou de pé facilmente, me puxando com ele na direção da sua casa. Largamos as latinhas ali mesmo, sem nos preocupar com nada além de unir nossas bocas novamente. Demos alguns passos meio desastrados para dentro da sua sala. Sem acender a luz ou parar para respirar, subimos as escadas em tropeços e caímos na cama de Jimin, toda desarruma.

Como esperado, mesmo que Jimin fosse o passivo em nossa relação, era sempre ele quem comandava tudo. A noite era uma criança quando ele se empolgava. E eu adorava aquilo. O jeito que ele conseguia ser tão sexy e  excitante só de me olhar do seu jeito safado. Nossa noite foi de pura luxúria e de novas tentativas, que me proporcionaram uma nova visão do que era realmente fuder com alguém de verdade. Jimin me mostrou um outro lado dele, que eu estava cada vez mais ansioso e excitado em conhecer.

Na manhã seguinte, ao acordar, não o vi na cama ao meu lado. Deduzi que tivesse indo trabalhar logo cedo. Mas quando me vesti, não encontrando minha camiseta. Eu desci pretendendo voltar para casa, quando ouvi uma música vindo da cozinha. Caminhei desleixado e preguiçoso até lá, para encontrar um Jimin, vestindo minha camiseta, que batia quase em seu joelho, balançando-se de um lado pro outro ao som de Die For You do The Weeknd enquanto preparava nosso café da manhã.

Te falar, que foi uma das visões mais bela que já tive na vida. Fiquei ali parado o observando mexer o quadril e os ombros no ritmo gostoso e meloso da música. Por alguns segundos ele mal me notou, e quando o fez levou um leve susto, mas que logo se transformou em um sorriso. Tirando os dedos da massa que estava fazendo, lambeu antes de vir até mim e colar os lábios nos meus.

― Bom dia! ― sorriu.

― Bom dia, Ji.

Mas uma vez não precisavamos dizer mais nada, para expressar nossos sentimentos um pelo outro naquele momento.

About Last Night {Vmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora