Minha mãe lançou um olhar sério para nós dois.
― Vocês se acertaram, então? ― perguntou, ainda séria.
Assentimos.
― Sim, sra. Kim. ― Jimin a respondeu.
O olhar de Omma, estava começando a me deixar inquieto, até que um sorriso brotou em seus lábios levemente rosados.
― Fico feliz, em saber disso. ― disse ela, vindo nos abraçar. Mas não se demorou, pois estávamos no hospital, no seu lugar de trabalho.
Tínhamos ido ver o pai de Jimin. Eu disse que ficaria no carro o esperando, mas ele insistiu para que entrasse com ele. E fomos abordados pela minha mãe que logo me questionou de não ter dormido em casa e tivemos que contar que eu estava na casa do Jimin.
― Bom, garotos, o seu pai já está podendo receber visitas, então vão lá. ― ela comunicou, nos autorizando a entrar.
Jimin segurou minha mão, me levando com ele até o quarto do Sr. Park. Que estava acordado quando entramos. O mais velho nos encarou, seus olhos se focando em nossos dedos entrelaçados, para logo voltar a nos encarar com o semblante indescritível.
― Oi, pai! ― Jimin o cumprimentou com carinho, e um sorriso fraco nos lábios rosados.
Ele se aproximou da cama onde seu pai estava sentado com uma bandeja de café da manhã, me puxando junto.
― Olá, Taehyung! ― Sr. Park me cumprimentou também depois de sorrir sem jeito para o filho.
― Olá. Como o senhor está? ― perguntei educado.
― Melhorando aos poucos, e me adaptando, né!? ― sorriu meio sem graça.
― As coisas vão bem então. ― também sorri.
― Tomou seu café da manhã e os remédios direitinho, pai? ― perguntou Jimin.
O mais velho balançou a cabeça assentindo.
― E está se acostumando bem ao grupo de apoio? Todos são legais com você? ― mais duas perguntas.
― Fique sossegado, todos me trataram super bem. E eu só fui a duas reuniões. Todos são bastante acolhedores. ― respondeu, tranquilizando o filho.
Jimin sorriu, feliz em saber.
Ficamos mais um tempinho com o pai dele, jogando conversa fora. Jimin lhe contou como foi a primeira ultrassom da Seulgi e o quanto ele estava nervoso naquele momento. O clima entre os dois nem parecia aquilo que vínhamos presenciando nos últimos anos. Os dois pareciam feliz em compartilhar daquele simples momento de conversa, como se fosse a coisa mais incrível do mundo.
E talvez fosse mesmo para eles dois.
Depois de passarmos boa parte da manhã no hospital fazendo companhia ao Sr. Park, tivemos que dizer adeus. Jimin precisava ir trabalhar, o Sr. Yu havia deixado chegar mais tarde naquele dia, pois não estavam recebendo muitos pedidos nem tinha muito trabalho a ser feito.
Deixei Jimin na porta da borracharia, ele me agradeceu pela carona e por ter ficado ao seu lado lá no hospital com seu pai. Se despediu com um beijo casto em meus lábios e saltou do carro indo trabalhar. Sorri ao vê-lo olhar por sobre o ombro me olhando antes de entrar na borracharia.
Eu voltei para casa, apenas para pregar minha coisas e ir para aula. Eu começariam meu curso aquela tarde e estava bem empolgado. No dia seguinte eu teria uma entrevista de emprego em uma loja de roupas, que Yoongi conseguiu arrumar para mim. E eu estava extremamente nervoso. Mas procurei me distrair e não pensar nisso o restante do dia. Mais tarde eu iria buscar Jimin na pizzaria, onde trabalhava até tarde.
Durante a aula, fiz uma amiga. Seu nome era Park Jihyo, e ela me contou que estava fazendo aquele curso porque queria ajudar em casa com seus avós, que já eram bem velhinhos e precisavam de cuidados especiais.
Bom, minha motivação ao encolher ser Cuidador de Idosos, veio de minha mãe. Eu me recordava de quando ela estava começando na enfermagem e precisou muitas vezes me levar com ela para o hospital onde trabalhou no início de sua carreira. Lá haviam muitos idosos de que necessitavam de sua ajuda e aquilo me comoveu, e eu acabei por me apaixonar por cada um deles, que muitas vezes acabavam por ficar de olho em mim enquanto Omma estava atarefada.
Eu me lembrava com muito carinho de todos os idosos daquele pequeno hospital. Todos fizeram da minha infância crescida entre noites mal dormidas no hospital durante vários plantões, algo bom de se recordar. A maioria deles já se foram, mas continuariam vivos em minha memória. E na de Omma também, acreditava eu.
Saíndo do curso, passei no hospital onde minha mãe trabalhava, para deixar algo para ela comer. As vezes eu fazia isso, pois ela nunca lembrava de comer se alguém não a lembra-se disso.
― Como foi no curso? ― Omma me perguntou, assim que deixei a comida dela.
― Foi bem interessante. Eu gostei da professora, ela parece ser bem legal e é fácil de apreender com ela. ― comentei com um sorriso.
― Fico feliz, querido! ― acariciou meu rosto, então me olhou com mais atenção ― As coisas com o Jimin, como estão? De verdade.
Jimin e eu havíamos conversado melhor naquela manhã sobre nossa relação. E havíamos descido ir devagar com tudo aquilo, viver um dia de cada vez, sem pressão e sem rótulos. Nós já tínhamos passado por muita coisa juntos, como amigos, como melhores amigos e iríamos passar por muito mais em um novo relacionamento. Apenas seríamos nós mesmos e sempre um ao lado do outro, independente das dificuldades que enfrentaríamos. Não parecia ser uma tarefa muito complicada ao nosso ver. Mas só o tempo diria.
― Vão bem. ― sorri, ao respondê-la ― Vamos seguir um dia de cada vez.
― Okay. Fico feliz por vocês! ― voltou a me acariciar no rosto.
Eu também estava feliz.
Muito, na verdade.
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About Last Night {Vmin}
Fiksi PenggemarTaehyung e Jimin era melhores amigos, mas tudo muda quando uma certa noite eles acabam se beijando sem querer. Taehyung sempre foi secretamente apaixonado pelo moreno, mas será que Jimin corresponderá a esses sentimentos? *Capítulos curtos [Conclu...