Eu acompanhei Jimin até o hospital para que pudesse ver o pai.
Minha mãe nos recepcionou assim que chegamos e nos deixou a par do estado do Sr. Park. Segundo Omma, não era o primeiro infarto que ele teve, e que o segundo sempre é mais problemático e perigoso. Jimin não pareceu surpreso sobre aquilo, então algo me dizia que já sabia que era o segundo ataque que o pai sofreu.
Depois de alguns aconselhamentos da minha mãe e do médico do Sr. Park, Jimin pode ir ver o pai, mesmo que tivesse desacordado, o que era melhor desse jeito. Jimin não ficou muito tempo no quarto, logo estava de volta e me pediu que o levasse para casa. E foi o que eu fiz.
― Obrigado pela carona! ― agradeceu meio desanimado ao sair do carro.
― Jimin!?
Ouvimos alguém o chamar.
Quando saltei do carro pude ver uma mulher mais velha parada em frente a sua casa. Jimin caminhou até ela, que tinha um sorriso condizente nos lábios.
― O que faz aqui? ― Jimin a questionou meio duro.
― Eu vim vê-lo, saber como está, o que mais seria? ― respondeu no mesmo tom.
― Eu estou muito bem, como pode ver. Não precisava ter vindo, então... ― retrucou passando pela mulher e indo em direção a casa.
― Eu soube sobre Park Seojoo. ― continuou ― Como ele está?
Jimin se virou para ela novamente com a expressão mais dura ainda.
― Ele está ótimo. Foi só um susto. ― mentiu, e eu estranhei aquilo, seu pai não estava nada bem segundo o médico e minha mãe, eles disseram que ele devia parar com urgência de beber ou morreria se continuasse com aquele estilo de vida.
― Jimin, eu só queria...
― Não! Nem pense nisso. Eu não quero ouvir as palavras falsas que saem de sua boca. ― a cortou na mesma hora ― Você nem mesmo se preocupa com ele ou comigo, então não tem motivos para estar aqui. Vá embora e não volte nunca mais.
Deu as costas outra vez, mas a mulher o segurou meu braço fazendo com que ele se virasse.
― Você vai me ouvir sim, afinal eu sou sua mãe, seu moleque insolente. ― ela disparou, me deixando obviamente chocado.
Jimin a encarou nos olhos e uma risada escapou do fundo de sua garganta.
― Agora você é minha mãe?! Que engraçado a dezoito anos atrás você não parecia pensar desse jeito já que me deu para sua irmã caçula e o marido dela me criarem. ― rosnou furioso, os olhos a fuzilando com muito hostilidade e magoa aparente ― Park Shinhye, sim era minha mãe, e sempre vai ser. E você não passa de uma estranha que eu não suporto ver na minha frente. Eu a odeio e não a quero na minha vida, exatamente como você não me quis antes. Agora vai embora e esquece que eu existo.
Ele se soltou do aperto de sua mão e entrou em casa batendo a porta com bastante força na cara da mulher que se dizia ser sua mãe.
Eu estava confuso, os pais de Jimin não eram seus pais de verdade? Como eu nunca soube disso?! Por que ele não me contou algo desse tipo? Sou seu melhor amigo, ou pelo menos eu era, imaginava que fosse.
A mulher passou por mim, sem nem ao menos olhar na minha cara, entrou em seu carro esportivo e claramente importado e bastante caro, e foi embora.
Eu por minha vez fui até os fundos e entrei na casa dos Park pela porta da sala. Encontrei Jimin ainda escorado na porta da frente, seu rosto estava vermelho como um pimentão e ele estava chorando também como os pulsos serrados caídos ao lado do corpo.
― Aquela mulher era mesmo sua mãe? ― perguntei meio incerto se devia me intrometer.
― Não... Ela não é minha mãe. ― respondeu meio frio ― Foi só a mulher que me deu a luz, mas não é minha mãe, nem nunca foi ou será.
Eu apenas assenti levemente.
― Bom, eu acho que vou indo... Te deixar sozinho. ― disse eu, sem jeito.
Jimin levantou a cabeça e me olhou nos olhos, vi um sorriso fraco preencher seus lábios, mas não chegando ao seu olhar, que parecia distante.
― Obrigado, Taehyung! Por hoje. Por me acompanhar até o hospital. ― agradeceu sincero, mas parecia incerto de alguma coisa, talvez exitante.
― Não precisa me agradecer, Ji.
― Bom, mesmo assim agradeço a gentileza.
Assenti, ainda sem jeito de estar ali com ele depois de tudo que rolou entre nós. Afinal, era a primeira vez que nos víamos desde aquele dia que ele terminou tudo de vez entre nós e se afastou completamente.
― Eu vou indo, então...
Me movi para sair, quando o percebi dá uma passo na minha direção meio exitante novamente.
― Taehyung...? ― chamou ― Você poderia ficar comigo essa noite? Só hoje.
― Eu... eu não sei...
― Por favor! ― suplicou ― Não quero ficar sozinho. Hoje não.
Eu apenas acabei por ceder, não resistindo ao ver aquele olhar assustado que me lembrou muito quando nós eramos criança.
Então, eu fiquei com ele aquela noite. Como teria ficado todas as noites se pedisse para ficar.
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About Last Night {Vmin}
FanficTaehyung e Jimin era melhores amigos, mas tudo muda quando uma certa noite eles acabam se beijando sem querer. Taehyung sempre foi secretamente apaixonado pelo moreno, mas será que Jimin corresponderá a esses sentimentos? *Capítulos curtos [Conclu...