- Impossível termos dado uma volta. Nós andamos reto o tempo todo... Além disso ... - Thomas parecia confuso.
- Acho que a minha memória diminuiu. - Falei e Thomas me olhou. Andei em direção a minha casa sentindo meu coração bater forte. O desejo de olhar meu braço já havia diminuído consideravelmente. - Caso eu volte, por favor. Me desperte - Disse a ele e Thomas apenas balançou a cabeça em modo positivo. Nós três entramos em minha casa. Uma sensação estranha me veio ao peito quando olhei a televisão ligada. o sofá vazio.
- Você está bem? - Thomas tocou a minha mão.
A televisão mudou de canal sozinha.
-Nossa...- Ester resmungou.
''Certamente, apesar de que ainda falta muitas pesquisas para isso'' ( Risos) ''O importante ''..... ''agora com o EXPANSOR 989 ''...''Foi um sucesso.'' A televisão travava. Senti uma leve dor de cabeça.
- EXPANSOR? - Ester arregalou os olhos. Ela então estalou os dedos - IBSS! illusory blue sleeping sickness ou Doença ilusória do sono azul , EU LEMBREI! - Ela gritou. Eu a olhei sentindo minha cabeça latejar e um desespero se formar em meu peito.
- Acalme-se...- Thomas segurou em meus ombros.
- Eu estou esquecendo, Thomas...
- Yohana, 15 anos, deve ter uns 1,59 de altura e tem os cabelos muito macios e um sorriso avassalador.
Sorri.
- Pare de forçar sua mente! - Ele brigou.
- Não é por que eu quero! - Gritei me agachando e sentindo minha cabeça doer. Então vi algo se aproximar. Levantei os olhos e gritei com o susto. Beatriz estava em pé. Ela me olhava fixamente. Thomas agarrou minha mão no susto.
- Ah... Tem bolo na geladeira.
Ester correu em direção a porta e Thomas me puxou. Sai olhando para Beatriz. Ela continuava a me olhar. Uma sensação ruim ecoava em meu peito.
Thomas então fechou a porta e respirou fundo.
- Tem algo de muito errado com este lugar. - Ester falou. - Você viu aquilo? Aquela coisa se materializou bem na nossa frente!
- Minha cabeça está ardendo - Disse.
- Vamos dar uma pausa - Thomas falou me ajudando a andar até de frente a minha casa. Nos sentamos na grama e ficamos lá por algum tempo. Ester se sentou de frente para a casa. A olhando em alerta.
-Ela não vai sair - Thomas falou.
-Eu sei lá. Vai que...Você viu aquilo? - Ela balançou a cabeça em modo negativo - Tudo neste lugar é possível.- Nós ficamos em silêncio por alguns instantes. Aos poucos a dor começou a melhorar.
- Definitivamente minha memória está menor - Disse baixinho.- Será que eu vou morrer Thomas? - Perguntei.
Ele respirou fundo. E fitava o olhar no nada. Parecia muito preocupado.
-Por que você teve que vir? - Sussurrou...
- Agora eu lembro um pouco ... Eu acho que peguei uma doença - Falei.
- Todos nós. - Ester continuava sua vigia desnecessária.
- O que raios é isso? - Thomas perguntou.
- illusory blue sleeping sickness ou Doença ilusória do sono azul - Ester falou. Nós picamos a olhando- Não? Nada? ... - Ela nos olhava como se aquilo fosse suficiente para fazer-nos lembrar - ... Gastei todo meu inglês pra falar isso... - bufou.
-Prossiga... - Thomas cruzou as pernas e parecia um pouco impaciente.
- É uma doença que surgiu em meados de 2034...- Disse tentando lembrar um pouco mais.
- Em 2036 foi o pior ano - Ester falou - Muita gente morreu. - Ela abaixou a cabeça, mas logo pareceu se lembrar e voltou a olhar para a minha casa. - As pessoas simplesmente desmaiavam e não mais acordavam. Ainda tem muita especulação sobre como surgiu. Mas ninguém sabe ao certo.
-Você parece saber bastante sobre isso ....- Thomas falou a olhando.
- Eu tenho 24 anos, meu filho. Eu tinha 5 anos quando perdi meus primos para essa doença. Eu lembro até hoje. - Ela então puxou o ar com força e sorriu - Bem, acabei de lembrar... - Ester baixou a cabeça e eu percebi que seu nariz estava ficando vermelho e seus olhos marejados. - Meus pais..- Ela fungou e então se levantou e saiu um pouco de perto da gente. Conforme Ester falava o reconhecimento surgia em minha mente. Lembro de já ter falado sobre isso com George, apesar de não recordar exatamente as falas.
- Você não lembra? - Perguntei e Thomas estremeceu e então me olhou.
- Não...- Disse coçando a nuca - Eu...Não lembro.- Ele parecia um pouco triste. Me aproximei e apertei seu nariz com força
-Ai! Que mania mais chata! Yona, o que...? Por que? - Seus olhos lacrimejavam, como sempre.
- Agora você parece mais feliz. Não tem problema se não lembrar. Você disse que está aqui a bastante tempo né? E é óbvio que o tempo aqui passa diferente do da terra.
-Passa mais lento. Bem mais lento - Ele falou um pouco melancólico esfregando no nariz e piscando rapidamente. Eu o olhei. Acho que apertei com muita força.
-Como você sabe disso? - Inclinei a cabeça;
- Não sei como, mas passa mais lento. - Disse se levantando.
- Gente... - Ester veio em nossa direção - Se estamos todos com essa doença. Significa que estamos em perigo. - Ela falou e nós piscamos. Balancei a cabeça em modo positivo.
-Aquele hospital definitivamente dá fim a pessoas. - Ester colocou a mão na cintura e pareceu pensar.
-Talvez... Quem quer que cuida de nós não nos levou para o hospital - Disse.
Thomas cruzou os braços.
-Faz sentido... - Ele andava de um lado para o outro - Pelas memórias que tinha... Eu nunca cheguei a repetir uma memória. Mas já passei por aquilo aos bocados.- Ele apontou para o lugar de onde viemos. - Mas esta é a primeira vez que volta a uma memória... - Ele fitou o nada. - Ou talvez a primeira vez que eu consiga reconhecer um lugar que passei anteriormente.
-Por isso... - Talvez por isso ele sabia que aquilo significava morte...
-Eu deduzi que a pessoa morra. - Thomas me olhou - Se a memória é o acesso ao corpo... E esse acesso é destruído
-Talvez a pessoa tenha despertado - Falei e ele me olhou.
- Pode ser também. Mas acordaram muitas pessoas desta tal doença?
-Não. Muito pelo contrário. - Ester respondeu antes de mim - Cerca de 1 bilhão de pessoas morreram.- Thomas arregalou os olhos.
-Certamente isso é uma morte...Mas de alguma forma eu já saiba disso...- Ele voltou a andar ainda com os braços cruzados. Eu peguei a bola e coloquei em meu colo e notei que haviam algumas anotações nela, mas estavam meio apagadas. A girei tentando achar qualquer detalhes que pudesse me chamar atenção e fitei na marca.
'' Adi...''. Não conseguia ler o resto. Então olhei para o céu pensativa. Ester conversava ainda com Thomas sobre o IBSS e ele parecia impressionado com as notícias.
- Expenser 989. - Falei me lembrando um pouco do noticiário. Eles pararam de falar e me olharam - Um aparelho que permite ajuda na cura de doenças mentais. - Resmunguei.
- Certamente tem muitos mistérios que a gente não consegue desvendar. Mas seria bom sair logo dessa prisão temporal. - Ester bufou relaxando um pouco. Ela fitou o céu por alguns instantes. Parecia pensativa.

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DO OUTRO LADO
Ciencia Ficción**CONCLUÍDA** **PLÁGIO É CRIME** O maior medo de Yohana é dormir e não mais acordar. Depois do surgimento de uma doença misteriosa e avassaladora, o mundo nunca mais foi o mesmo. Os casos, mesmo esporádicos, não cessaram fazendo com que as pessoas d...