-GEORGE-
Ele não sabia quando. Mas eles uma hora ou outra iriam achá-los. George olhou para o soro ligado a veia dela. Ele não sabia por mais quanto tempo poderia continuar fugindo. Por quanto tempo poderia continuar enganado a sua família. Por quanto tempo aquela comida ia durar. Sua mãe estava preparando o seu alimento para ser colocado pela sonda. George não gostava de ver sua amiga daquela forma. Definhar. Será que ele estava errado e eventualmente ela iria morrer para esta maldita doença que matou seu pai?
Ele estava cansado. Dolorido e aborrecido.
-Por quanto tempo mais, Hana. Por quanto tempo mais vai me fazer esperar? - Ele segurou sua mão com força e chorou. Ela então apertou sua mão.- Hana! - George arregalou os olhos e a olhou.
-DO OUTRO LADO-
- Por sua culpa temos passado por muitas coisas. - O homem falou - Sabe quantas pessoas morreram?
- Minha culpa?! - Thomas elevou o tom da voz. Ele encarou o homem com raiva e rancor. O homem riu. - Seus malditos, foram vocês que... Com a ganância... Essa maldita mania de querer coisas que não podem ter... A culpa é...- O homem deu um tapa no rosto de Thomas o calando.
-Você não passa de um rato de laboratório. E você sabe muito bem o que acontece com ratos quando eles perdem a funcionalidade. - Aquele parecia ser o chefe deles. Ele parecia estar se divertindo enquanto torturava Thomas antes de matá-lo. Eu não iria deixar isso acontecer....
Eu o observei . Os outros homens os deixaram sozinhos enquanto estavam em busca de algo ali. Segurei a corda. O homem continuava a dar tapas no rosto de Thomas. Respirei fundo e me levantei. Me aproximei lentamente com bastante cuidado no que eu pisava. Apertava a corda com força. A senti esquentar e uma sensação de conforto dominar meu corpo. Como se alguém estivesse me apoiando naquele momento. Respirei fundo.
Então notei que meu reflexo aparecia em um pedaço grande de espelho atrás de Thomas. Sem perder tempo corri em sua direção e pulei nele passando a corda por seu pescoço. Ele gemeu se remexendo e nós dois fomos ao chão. O homem tentava tirar a corda do seu pescoço enquanto me imprensava contra o chão. Ele era pesado. Minhas mãos ardiam assim como meu braço. Ele era forte e eu estava perdendo a força.
- Eu sei o que acontece com eles... - Thomas falou se levantando e então apontou a arma para o homem. Seus olhos estavam marejados.- Eles são sacrificados...- Thomas olhou para mim - Saia...
Empurrei o homem para o lado e girei o corpo. Thomas atirou. Fechei os olhos. Então ouvimos passos rápidos vindo em direção aquele salão. Me levantei e tirei as peças de vidro que ficaram grudadas em minha pele.
Olhei para o homem com a boca aberta. Ele sangrava bastante. Thomas segurou minha mão e me puxou para o corredor.
- Para onde estamos indo?
- Não podemos ficar aqui.
- Mas, Thomas...
- NÃO! - Ele continuou correndo e me puxando. Finalmente chegamos aos limites da sua memória.- Suba.- Ele falou juntando as mãos para que apoiasse meus pés. Subi e atravessei me vendo em um cenário completamente diferente. Agora estava de cabeça para baixo e podia tocar o telhado de uma casa. Thomas me empurrou e veio logo atrás em um pulo. Ele caiu no telhado. Eu o segurei e nós dois saímos girando e caímos lá de cima em muitos galhos e folhas e quando eu entendi o que havia acontecido já estava no chão. Meu corpo estava dolorido e exausto. Me sentia fraca.
Thomas riu ao ver minha situação. Eu tirava galhos da minha roupa e ele me ajudou a tirar folha dos meus cabelos. E eu fiz o mesmo com ele. Limpei seu rosto delicadamente enquanto ele me olhava fixamente. Parecia calmo, mas ao mesmo tempo pensativo. Quando terminei o que fazia reparei que estava em um lugar bonito. Era como uma casa de frente para o mar, no topo duma colina. Ventava bastante e a visão era maravilhosa. O dono ou dona daquela casa também tinha um jardim muito bonito em volta de sua casa. Agradeci por não serem cactos.
- Essa com certeza foi a aventura mais louca da minha vida. - Thomas jogou o corpo para trás e deitou na grama.
- Você lembra... - Disse e ele me olhou.
-Se não de tudo. Quase tudo...- Seu olhar estava calmo e ele olhava o céu. Sorriu. Olhei para o teto da casa, me pergunto se eles virão atrás de nós.
- Não virão. - Disse seguro de si.
- Como você sabe disso? - Perguntei.
- Por que este lugar... - Ele virou o corpo - Eu o descobri.
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DO OUTRO LADO
Science Fiction**CONCLUÍDA** **PLÁGIO É CRIME** O maior medo de Yohana é dormir e não mais acordar. Depois do surgimento de uma doença misteriosa e avassaladora, o mundo nunca mais foi o mesmo. Os casos, mesmo esporádicos, não cessaram fazendo com que as pessoas d...