Capítulo 12

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- Como eu irei contar o que eu não sei. - Ele coçou a testa. Olhei para a bola que ele segurava. Uma bola velha de futebol. Thomas percebeu que eu olhava para a bola. - Esta é a sua mente ou as suas memórias. - Disse me olhando. - Não sei ao certo.- Ele parecia bem confuso. - É o máximo que sua mente consegue recriar neste lugar. É meio que sua ligação com este lugar e sua porta de saída para fora dele. Mas isso é apenas algo que deduzi.

Olhei em volta. Tudo era muito bem reconhecível. Mas essa história estava bem confusa.

-Por que não pergunta para sua irmã?- Ele falou me olhando. - Talvez entenda melhor o que eu estou falando.

Fiz como ele disse. Voltei para casa e abri a porta. Beatriz estava no mesmo lugar. Me aproximei meio apreensiva e tomei o controle de sua mão. Ela não fez absolutamente nada.

-Beatriz. Eu ... Você não se sente estranha?- Falei.

''O importante é que os experimentos feitos até agora com o EXPANSOR 989....''

Olhei para a TV e apertei para que ela desligasse, mas o controle não funcionava.

'' Foi um sucesso. De 3000 casos, dentre eles pacientes em coma, 2881 foram ...''

Corri para a tomada e puxei ela da tomada, ela desligou, mas de repente voltou a ligar.  Me afastei olhando a tela que iluminava toda a sala escurecida pelas cortinas.

''...melhora significativa.''

(A apresentadora ficou surpresa e olhou para a plateia presente)

Olhei para Beatriz. Ela estava com o controle apertando os botões. Quando ela... - Procurei o controle que havia deixado na mesa de centro... Não estava lá.

- Você não desenvolveu esse poder, sabia?

''É ou não é uma novidade, gente?! ( Risos e palmas)''

- Beatriz... - Sussurrei olhando fixamente para ela. Me abracei sentindo lágrimas descerem pelo meu rosto e uma espécie de pânico iniciar em minha mente. Fui em direção a ela e toquei em seu ombro a chacoalhando. Ela não reagia. Finalmente parei e ela me olhou. Tampei os ouvidos.

- Ah. Tem bolo na geladeira, sabia?

- Meu deus! - Fui em direção a porta e sai. Mordia o lábio inferior e sentia muito medo. Olhei para Thomas. Ao mesmo tempo que segurava meu braço. Ele suspirou.

- Entende um pouco mais agora? - Perguntou.

- Okay. Se isto é minha mente ou memória ela se limitou a um tempo bem curto. - Falei. Ele balançou a cabeça em modo positivo. - Como eu faço para parar isso?

- Tuchê. - Ele sorriu - Eu não sei . Se soubesse, por que eu estaria aqui? Por isso estou tentando procurar uma saída. Deve haver um por quê ou um motivo pelo qual isto está acontecendo.

DO OUTRO LADOOnde histórias criam vida. Descubra agora