Capítulo 24

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Sorrimos um para o outro.

Ele então olhou para a antena e começou a escalá-la.

-VEM! - Disse esticando a mão para mim. Segurei sua mão e então comecei a escalar também. Thomas pediu que eu fosse na frente para caso perca o equilíbrio. O vento batia tão forte que eu tinha a impressão que a qualquer momento aquela antena iria cair. Além disso ela rangia tão alto que me dava essa impressão.

Eu me sentia nervosa e ansiosa. Será que...

Atravessamos algo. Fechei meus olhos e de repente vi meu cabelo caírem na direção contrária como se a gravidade estivesse mudado de direção.

-Thomas...- Resmunguei sentindo que estava caindo. Caindo para cima. Não fazia o menor sentido, mas agora era como se estivesse no teto de algo. Meu corpo foi sendo puxado de forma que meus pés perderam a aderência e meu corpo girou no ar. A única coisa que me segurava era minha mão aquele pedaço de ferro. Gritei quando notei que fiquei pendurada. Minha mão escorregava. Eu não conseguia ver nada do outro lado a não ser uma escuridão absurda.

Escorreguei completamente e meu corpo caiu, mas Thomas me segurou. Pisquei ao notar que meus pés tocaram em algo.

-Tho... Thomas. - Falei mais calma - Eu acho que toquei algo.

-Que? - Ele gritou e soltou minha mão. Cai em pé. Então ouvi um barulho de algo caindo atrás de mim.

-Thomas? - Perguntei sem vê-lo.

-Eu... ah - Ele suspirou - Estou bem...- Sua voz estava aliviada.

- Onde será que estamos? - Perguntei tentando tocar em algo. Minha visão estava demorando para se acostumar, mas então eu avistei uma pequena luz vindo de longe.

- É um corredor, eu acho. - Thomas falou. - É ... - O ouvi correr. Thomas passou por mim rapidamente em direção a luz. O segui percebendo que agora podia ver as paredes e o teto escuro. - É a minha... É a minha memória! - Ele parecia feliz. - Eu não estou morto! Eu não estou MORTO! - Ele ria enquanto corria. Corri atrás dele. me sentindo repleta de esperança. A luz ficava maior e maior. Então Thomas parou e ficou estático.

-Thomas? - Diminui o passo percebendo que seus ombros estavam encolhidos.

Me aproximei dele e vi um lugar grande. Parecia uma sala espelhada Ali havia uma porta, mas ela estava destruída. Entrei no lugar. Tinha o teto alto e muitos espelhos quebrados por todos os lados. Havia restos de metais no chão. Grandes placas de metal que pareciam ter caído do céu, como se estivesse desmoronando.

- É um laboratório. - Olhei para ele percebendo restos de coisas que pareciam leitos. Restos de máquinas antigas... Andei para o meio de toda aquela destruição para quem sabe eu encontrasse algo que me renderia boas respostas.

Thomas mantinha a cabeça abaixada. Pisquei sem saber oque fazer quando vi lágrimas descerem pelo seu rosto. Ele fungou e enxugou as lágrimas com a manga da sua camisa. Estava prestes a ir em sua direção, mas de repente ouvi um barulho alto. Me agachei assustada.

-Thomas?! - Gritei ao abrir os olhos e vê-lo agachado no chão também. Ele segurava o ombro. Percebi que sangrava. - Tho...

Alguns homens apareceram. Não tive reação a não se me esconder atrás de uma das placas de metal. Percebi que machuquei ainda mais minha mão em um cacto de vidro.

Meu coração batia tão forte. Me senti um pouco tonta. Minha respiração ficou ofegante.

-Achamos o garoto! - O homem olhou para Thomas e depois olhou em volta, mas pareceu não achar-me. - Parece que finalmente você encontrou. - Ele disse.

Thomas não o respondia. Levei a mão ao peito. Será que...

-Termine logo com isso. - Thomas falou. Pisquei. Não! O que ele está falando?

-Que ótimo... - Uma outra pessoa surgiu do corredor escuro. - Mas antes, copiem as informações do computador. - Sabe se lá quando vamos conseguir essas informações novamente. Ele olhou para Thomas.- Fazem mais de vinte anos. Garoto.- Disse indo em direção a Thomas e o chutou no abdômen. Thomas gritou e se encolheu contra parede. E você não mudou nada, olhe só. Será que achamos uma cápsula do tempo sem querer? - Ele riu sarcasticamente se agachando e puxando o cabelo do menino.

Cerrei os punhos e mordi os lábios. Comecei então a desatar a corda que prendia meu outro braço.

DO OUTRO LADOOnde histórias criam vida. Descubra agora