Harry's Sky || h.s

q u a t r o

s k y

                                  Nem acredito que ele tem namorada e não me disse nada. Mas ele não tinha obrigação de te dizer! O meu subconsciente avisa. Eu sei que não, mas irritou-me imenso vê-lo a beijar a tal de Angy, a popular da escola, que todos os rapazes querem, e até mesmo o Harry. Os rapazes são todos iguais... Babam-se por qualquer uma que use saias curtas e tops com quase as mamas á mostra. E vejo que o Harry também é um desses. Depois de sair do bar, decidi nunca mais lá por os pés.

Ia quase a correr no corredor, quando sinto a alguém bater contra mim, fazendo-me cair de rabo no chão.

"Aauu..." queixo-me.

"Oh... oh... desculpa!" Diz um rapaz que já o tinha visto na minha sala. Era o Zayn, e era da minha turma. "Desculpa mesmo! Tas bem??" Abano a cabeça, sem dizer uma única palavra. "Queres ir a enfermaria?"

"N-não... não e preciso!" Digo, enquanto me recomponho. "Desculpa eu.. eu e q-que ia a correr e não te vi."

"Não... eu é que ia distraido com o telemóvel. Desculpa..." ele agora sorria. Que lindo sorriso, um dos melhores que já tinha visto. Coro, e sorriu para ele. Mas quando reparo no Harry a observar-nos com raiva nos olhos, viro costas a Zayn, deixando-o sozinho, e corro para as casa de banhos.

Quando entro na casa de banho, lá dentro encontrava-se Angy e as suas amigas. Decidi sair dali, outra vez, fechando a porta atrás de mim.

Decido ir para a sala de ciências, a última aula do dia.

"Boa tarde, alunos!" O professor quase grita, chamando a atenção dos alunos qe se encontravam em pé. "Sentem-se rápido, e abram os livros na página 34..."

Só queria ir para casa, e parecia que o tempo estava contra mim, pois passava o mais lentamente possível. Só queria esquecer o que aconteceu hoje. É um daqueles dias para esquecer. Bufo.

h a r r y

Estava com raiva da Sky e principalmente de Zayn. Odiei vê-los aos dois aos sorrisinhos no corredor. O que será isto? Ciúmes? Não... sim!! O meu subconsciente grita. Talvez! Quem sabe... dou razão á vozinha que não parava de gritar 'sim' na minha cabeça. Estúpido subconsciente.

Durante a aula não tirei os olhos de Sky, que permaneceu a aula toda calada e de cabeça baixa. E todo por minha causa. Eu sou um otário idiota. Mas sou um apaixonado pela Sky. OK, OK... acabei de admitir que gosto dela, mas é a verdade. Eu gosto dela, mas tinha a Angy. Ugh...

A última aula tinha acabado, e eu encontrava-me a caminho de casa, a pé, porque mais uma vez tinha perdido o autocarro. Eu nunca fui adpeto de autocarros, e eles pareciam que também não eram meus adeptos. Sempre que posso, perco o autocarro.

Quando cheguei a casa, a minha mãe ainda não tinha chegado do trabalho. Subi as escadas e entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Estava demasiado cansado, e deixei-me cair na cama, acabando por adormecer.

s k y

Encontrava-me no shopping... tinha decidido a última da hora ir às compras. Não me apetecia ir para casa ... precisava de relaxar, e nada melhor do que ir às compras.

Acabei por entrar em muitas lojas, demasiadas até, e só comprei um top branco curto e uma saia daquelas que as raparigas usavam na escola, só a esconder o rabo. Era preta e justíssima. Não sei o que me deu para comprar este tipo de roupa, que não fazia nada o meu género.
Claro que sabes, fui por causa do Harry! O meu subconsciente diz. Ok, acho que lhe tenho de dar razão, fui por causa do Harry. Se ele gosta da Angy assim vestida, também vai gostar de mim. Acho eu...

Já em casa, estava agora a olhar para a minha nova roupa. Depois de uma discussão com a minha mãe por ter chegado tarde, estava sem paciência. Ao jantar houve um silêncio absoluto entre eu e os meus pais. Até fiquei admirada de a minha mãe não dizer nada... ela que nunca se cala.

Desde que cheguei a Londres, que a minha vida tem andado mal. Só desilusões atrás de desilusões. Também, desde que cheguei, só falei uma vez com o meu avô, e única vez que lhe dirigi a palavra só lhe disse olá. Fico triste por saber que tenho um avô que quase não me fala nem dirige a palavra. Gostava de ter um avô que se preocupasse comigo, e quem me dê lições de vida. Eu acho que é essa a obrigação dos avós. Essa e a de amar-nos e cuidar de nós.

Acordei com o som irritante do telemóvel. Como odeio acordar cedo. Saí da cama, ainda meia a dormir, e dirigi-me para a casa de banho. Tomei um duche rápido, só mesmo para acordar e relaxar um pouco. Peguei numa toalha e enrolei-a ao meu pequeno corpo.

Vesti a tão desejada roupa que comprei, e senti-me logo péssima com ela colada ao meu corpo.

"Fogo, como e que alguém consegue andar com isto..." resmungo para mim mesma. Desço até a cozinha.

"Que roupa e essa, filha?" A minha mãe quase grita.

"Gostas? Decidi mudar um pouco de estilo. Fico bonita?" Perguntei, corando um pouco.

"Sim... mas... não achas que é demasiado?" Ela diz, um pouco insegura.

"Não... não e demasiado..." digo com brutidade. "Xau... vou para a escola!"

"E não comes nada?" Ela grita ao ver-me ir em direção á porta da rua.

"Não tenho fome..." menti ,respondo-lhe da mesma maneira que ela me perguntou, gritando. Estava cheia de fome, mas comida alguma coisa na escola.