Harry's Sky || h.s

t r i n t a e s e t e

                            Depois de passarmos a manhã dentro de água, e se não fosse Liam estávamos o dia todo por causa da Sky, saímos e fomos almoçar ao bar da praia. Estamos ainda no inverno, mas o pouco sol que havia, fez as pessoas sairem de casa e encherem o bar aproveitando ao máximo o calor preporcionado pelo fraco sol.

"Fui incrível! Há muito tempo que não fazia surf." Sky suspirou e Liam assentiu. "O que vamos pedir?"

"Eu quero um bitoque, e tu Harry?" Liam perguntou.

"Pode ser o mesmo!" Sorri.

Por fim, o empregado veio apontar os nossos pedidos. Depois de pedirmos o que queríamos comer, instalou-se um silêncio constrangedor entre nós e o empregado. Liam olhava confuso para todos, o empregado olhava para Sky, formando uma enorme raiva em mim. Ele estava praticamente a tentar seduzir e cada vez parecia estar a babar-se mais.

Não queres um babete?

Olhei de olhos arregalados para Sky, pensando que ela também o olhava, mas estava inteiramente enganado. Encontrei Sky de olhos esbugalhados e lábios pressionados numa linha reta. Tinha a testa enrugada e parecia pensativa enquanto olhava para todos os recantos da minha cara.

Sorri para ela e gargalhei para mim próprio por Sky não estar a prestar atenção ao tal empregado mas sim a mim. Sentia-me vitorioso por saber que a rapariga mais perfeita só tinha olhos para mim como eu tenho para ela.

s k y

Tinha consciência da possível careta que permanecia na minha cara ao olhar para Harry. Queria estudar as feições deste rapaz. Queria estudar todas as linhas traçadas na sua face, as marcas e queria perder-me na floresta que davam lugar a esmeraldas nos seus profundos olhos. Queria e quero conhecer toda a cara angelical de Harry. Queria saber quando ele estava feliz, zangado, triste, sensível, distante ou simplesmente se me estava a ignorar, coisa que certamente não faria. Ou faria? Não sei porque admirei o seu rosto agora. Podia o ter feito noutro sitio, noutra ocasião mas não. A luz do sol que batia na sua cara dava-lhe um ar de anjo, a pele brilhante graças à água do mar que lhe dava um ar doce e suave a sua pele. Os pequenos fios de cabelos ainda presos na testa davam vontade de os tirar e beijar toda a sua cara.

"Harry, mor!" Ouvi a voz fina e estérica de Angy. O que faz ela aqui? O mesmo que tu! Consciente ataca.

"Angy? O q-que fazes aqui?" Harry levantou-se de repente.

"Eu vim á praia. E tu?"

"E-eu também!" Harry fala um pouco exaltado.

"Bem, eu vou andando. Não quero incomodar o almoço." Angy olha para mim e sorri. Cínica. "Espero que tenhas gostado da noite passada!" E ai o meu mundo caiu. Tive uma enorme vontade de vomitar. Ela é nojenta. Olhei para Liam e ele, tal como eu, tinha os olhos arregalados.

"O quê? " Harry quase grita, chamando a atenção de toda a gente do estabelecimento. "O que disseste?" Ele agora agarrava o braço de Angy com força. Todo o seu corpo estava tenso, de dentes cerrados e punho fechado. Não gostava deste Harry, mesmo não estando-o a ser para mim.

"Tu ouviste muito bem o que disse. Pode ser que esta noite estejas disponível, outra vez!" Ela provocava.

"Cala-te puta! Pára de dizer mentiras." Harry agora sussurava, ao aperceber-se do escândalo que havia feito. Angy ria-se.

"Posso ser puta, mas tu ontem gostaste!" Eu não queria acreditar no que estava a ouvir. O Harry? Como fui capaz? Porquê ele?

As perguntas para as quais não tinha respostas, voavam descontroladamente na minha cabeça. A minha respiração estava a começar a ficar descontrolada e uma enorme dor de cabeça atacava-me obrigando-me a fechar os olhos com força na tentativa de fazer desaparecer a dor, mas fui completamente uma tentativa falhada. A vista era impedida pelo imenso nevoeiro que se formava nos meus olhos, fazendo todo ficar turvo, quando voltei a abrir os olhos. Ainda conseguia ouvir o meu nome ser chamado por dois tons de voz diferentes, mas tudo começava a desaparecer aos poucos, deixando-me numa escuridão termenda. Eu acho que a escuridão vai acabar por me engolir num buraco frio e escuro sem piedade.

Deixei-me ser levada pelas minhas.pernas que corriam desenfureadamente para fora do bar. Cada vez corria mais e os meus pés enterravam-se na areia, deixando-me cansada. Mas não podia parar. Eu não quero voltar a vê-lo porque o ódio é o sentimento mais próximo do amor. Uma coisa tão simples que de certo para ele significaria o mundo. Mas eu não podia, eu não conseguia.

"Sky!" Não queria olhar para ele. Não queria ver ninguém. Porque só me acontece a mim? Que mal fiz eu para merecer tudo isto que me acontece? Lágrimas salgadas saiam-me dos olhos tornando a minha vista ainda pior do que já estava e fazendo-me arder os olhos. Algumas morriam no meu peito, outras fugiam e caiam na areia.

Como fui possível o Harry fazer-me isto? Eu amo-o e ele disse que ia esperar por mim porque eu ainda não estava preparada para estar com ele como ele queria... e ...