c i n c o

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                                Quando chego á escola, notei que era alvo de olhares, assobios e comentários por parte das raparigas. Como odiava ser o centro das atenções. Mas era isso que queria hoje, meter ciúmes no Harry. Corava e sorria á medida que ia andando para a sala. Entrei e enterrei-me na cadeira. Estava muito envergonhada...

Assusto-me com a campainha a dar sinal que iam começar as aulas.

De repente, os alunos começam a entrar, até o Harry aparecer na porta.

Vejo que a sua boca forma um perfeito 'o' de só olhar para mim... Sorri-lhe e ele engoliu em seco. Adorava vê-lo assim, sem palavras.

"Oh Harry, vais ficar ai á porta ou vais entrar..." alguém grita de trás de mim, mas não me viro para ver quem é. Harry, atrapalhado, lá entrou de cabeça baixa para esconder a sua cara vermelha. Ri baixo com a situação dele.

h a r r y

Nem quis acreditar que ela veio assim para a escola por minha causa. Quer dizer, acho que foi por minha causa. Não fui? Estou confuso, muito. Quando a vi, congelei e quase deixei de respirar, e eu bem vi a cara de triunfo e o seu sorriso vitorioso dela quando fiquei parado a porta quase babado e de olhos arregalados. Ela estava linda.

Durante o dia reparei como os rapazes olhavam para ela, como se fossem cães com fome que iam atacar a qualquer momento, e eu não gostava disso.

s k y

Quando finalmente cheguei a casa, não queria acreditar no que via.. o Harry estava á porta de minha casa, e quase rezei pra que ele não tenha falado com a minha mãe. Por momentos não queria ir pra casa e seguir em frente desaparecerndo até ele ir embora, mas também queria saber o que ele queria me dizer.

"Humm.. olá. O que estás aqui a fazer?" Pergunto.

" Queria te dizer uma coisa." Ele diz e cora instantaneamente.

" Força!"

"Humm... q-queria dizer q-que estás muito bonita hoje!" Ele quase engasgou-se.

"Obrigado" sorri.

"Mas fica a saber que eu gosto mais de ti com as tuas roupas largas e descontraídas, acho que é mais o teu estilo."

Levo aquilo como um elogio, mas respondo:"Eu visto o que eu quiser, e não és tu que me disses o que devo ou deixo de vestir." Meu deus, isto é tão ridículo.

" Eu sei, mas não gostei de como os rapazes te olhavam!" Coro e vejo que ele também está vermelho.

" Oh.. mas tu não te deves preocupar comigo, mas com a tua namorada. Ela também e alvo de olhares e tu estás aqui a dizer que não gostaste quando eles olharam para mim? Tu és doente!" Cospo. Não sei porque é que lhe disse que ele era doente, mas naquele momento não pensei nem medi as palavras que me saiam da boca. Ugh...

Ele olha para mim com a boca aberta e com raiva atrás dos olhos. "Desculpa se sou assim...olha eu não devia ter vindo aqui! Vou embora!" Diz e vira-me as costas. Congelo ao ver a reação dele e entro em casa furiosa. Tento subir as escadas de dois em dois mas a merda da saia não me deixou.

"Nunca mais vou usar estas roupas de esterco! Que nervos.. " quase grito.

Quando ia para me deitar, ouço gritos vindos da cozinha. Num ápice, Desço as escadas, e entro na cozinha, vendo o meu pai sentado á mesa com as mãos na cabeça, e a minha mãe a chorar.

"Mãe... pai... o que se passa?" Pergunto com um nó na garganta.

" O teu... teu pai traíu-me, traíu-nos!" Ela quase grita, apontando para o meu pai.

"O quê? Não estou a entender!" E não estava mesmo. Ontem estava tudo bem, e hoje aqui estão eles a discutir. "O que se passou?"

"O teu pai... eu encontrei-o com outra!" Ela agora chorava mais.

O quê? O meu pai a trair a minha mãe? Depois do que eles passaram juntos, os dois. Como é que ele fui capaz? Desde que chegamos aqui, a Londres, só há problemas.

"Não fui bem assim..." o meu pai defendeu-se, mas logo a minha mãe o interrompeu.

"Eu bem ouvi ela a gemer e tu também... eu vi tu e ela no teu escritório. Eu vi..." ela respira "... tu a entrares dentro dela contra a secretária!"

O quê?

"Pai? Como?" Perguntei, e já as lágrimas a escorrerem pela minha cara abaixo. "Como foste capaz de nos trair? COMO?" Gritei.

"Desculpa filha, eu não sei onde estava com a cabeça..." ele murmura.

"Saí.... saí daqui! JÁ!" A minha mãe gritou.

"Já... " desta vez suspirou. O meu pai olhou para mim, mas eu virei-lhe a cara. Tinha nojo dele. Ouvi a porta fechar, e não consegui segurar, outra vez, as minhas lágrimas. Vi a minha mãe a chorar e agracei-a com todas as minhas forças, que agora eram poucas.

"Desculpa filha... d-desculpa!" Ela sussurrou. Porquê que ela me estava a pedir desculpas? Será que ela também traiu o meu pai? Não... ela não o faria.

"Shh... está tudo bem. Nós vamos ultrapassar esta fase, juntas!" Assegurei-lhe. E ela acenou a cabeça. Larguei e dei-lhe um beijo na cabeça. "Vou dormir... adoro-te mãe."

"E eu a ti, filha!"

Harry's Sky || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora