Harry's Sky || h.s

v i n t e e d o i s

                             Nunca pensei que a minha vida ia mudar tanto desde que cheguei a Londres. Claro que o Canadá será sempre a minha casa, mas acho que já não sinto a vontade de lá voltar. Sim, eu tenho lá quase toda a minha família e amigos, mas o medo de permanecer no Canadá ainda se apoderava de mim. Tinha medo que ele me apanha-se e fizesse o que fez á pelo menos um ano atrás. O que ele fez ainda estava muito presente na minha vida, e eu queria ultrapassar esse passado. Queria esquecê-lo e todas as coisas más que ele me fez.

Eu agora quero começar uma nova vida longe de todo e todos dos que me causaram problemas e desilusões. Agora ia começar uma vida com a minha mãe, o meu avô apesar de todo, com Harry e Liam. Eu sabia que Liam daqui a algumas semanas ia voltar para o Canadá, por isso tinha de aproveitar o máximo de tempo com ele. Eu adoro-o do fundo do meu coração e se lhe acontecesse alguma coisa eu nunca me iria aperdoar e o mesmo se repete ao Harry. Apesar de o conhecer á quase um mês, eu ainda não sei muito bem a história dele, nem ele a minha mas eu tenciono contar-lhe todo, até a única coisa que me faz odiar-me e chorar.

Estamos á uma semana nesta 'relação' e eu não sei se é o correto. Nós nem somos namorados.

Sinto que estou a avançar muito depressa com Harry e isso deixa-me um pouco assustada. Não assustada por ser namorada, se é que posso chamar a nossa 'relação' assim, mas sim assustada de me vir a arrepender de qualquer decisão que tome. Eu tenho me vindo a apaixonar por ele a cada semana que passa, dia que passa, a cada minuto que passa e a cada segundo que passa. Sinto que somos feitos um para o outro. É o que todos dizem:' os opostos atraem-se' e definitivamente eu e o Harry eram-mos totalmente diferentes. Mas tenho medo de estar a avançar com ele, e se for falar com ele, ele me deixe e isso é uma coisa que eu não quero. Se isso acontesse-se eu não sei o que seria de mim sem ele. A sua presença faz-me esquecer todo, faz-me sentir protegida e bem. Faz-me sentir feliz. Eu amo-o e sei que ele me ama a mim, mas eu tenho de ir com calma antes que me arrependa.

Depois de acordar com Harry ao meu lado, de ele me acariciar e beijar, ele teve que ir embora deixando-me só com o seu fantasma nos meus lábios e na minha cama. O seu aroma ainda estava presente e não resisti em inalar o perfume que ele tinha deixado nos lençóis. Sorri e com algum custo levantei-me da cama. Desci até a cozinha onde lá encontrei o meu avô.

"Bom dia avô!" Disse dando-lhe um sorriso, ao qual ele respondeu mantendo-se em silêncio. Não percebi. Ainda ontem estava a falar comigo e com Harry com toda a alegria que eu nunca imaginei que tivesse, e hoje simplesmente ignorou-me. Revirei os olhos e suspirei. Preparei umas tostas e um sumo e saí para a sala. Liguei a televisão e vi um programa ao calhas.

O programa não me interessava minimamente, por isso peguei num livro e saí para a rua. Estava um dia com um certo calor por isso tinha vestido uns calções de cinta subida, uma camisola cinza larga e umas vans pretas. Adorava andar descontraída em casa e em todo o lado. Claro que havia dias e momentos em que me 'produzia' mais, mas era raro.

Já estava a meio do capítulo 37 do livro, quando ouço alguém chamar-me. A voz era doce e feminina. Olhei para o sítio de onde vinha a voz e vi a minha mãe.

"Mãe!" Levantei-me e corri para ela, abraçando de seguida. "Estava tão preocupada!"

"Eu sei. Eu saí ontem á tarde para tratar de uns assuntos e quando cheguei já era tarde. Ainda cheguei a ir ao teu quarto, mas já estavas a dormir e o Harry estava lá contigo e não queria te acordar. Está tudo bem. Não é preciso te preocupares." Ela explicou e eu suspirei.

"Podias-me ter deixado um bilhete, uma mensagem. Sei lá! Qualquer coisa!" Quase gritei. "E hoje? Onde foste?"

"Fui trabalhar. Eu ainda fui ao teu quarto.mas tu e o Harry estavam a dormir, não vos quis acordar."

"Oh..." fui a única coisa que me saiu da boca. "Desculpa! Fui estúpida." Disse.

A minha mãe beijou a minha testa e entrou dentro de casa, deixando-me sozinha com o sol, o livro e os meus pensamentos.

Voltei a sentar-me no chão encostada a uma das imensas árvores do jardim e fui assim que permaneci o resto da tarde. A ler, a ouvir os pássaros, a sentir o sol a aquecer o meu corpo e com a cabeça cheia de pensamentos fugitivos e confusos.

O Liam tinha ido para o estágio e eu tive pena. Queria que ele ficasse aqui a ajudar-me a desifrar os meus pensamentos. Ele sempre fui o meu 'psicólogo' para tudo. Ele sabe toda a minha vida, e nunca o iria desapontar e mentir.