t r i n t a e c i n c o

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                              Depois de sentir uma presença no meu quarto, ignorei. Mas nunca pensei que fosse Sky. Ela estava tão vulnerável, tão frágil, tão bela.

Depois de ela se ter sentado em cima de mim, só queria a manter assim, abraçada a mim e eu ela.

Eu chorei. Chorei por ela e ela por mim. Acho que nunca tinha mostrado o meu lado mais sensível, mas com ela é diferente. Ela põe os meus sentimentos num turbilhão. Ela deixa-me expolos. Com ela não tenho vergonha.

Fui um parvo em ter feito que ela se tivesse ido embora naquela maneira.

Ela disse que precisava de ir com calma e eu estúpido 'atirei-me' a ela. Mas ela faz-me ficar assim. Ela faz-me deseja-la, quere-la só para mim de todas as formas.

Eu sei que ela disse que tínhamos de ir devagar, mas fui mais forte do que eu. Estou agora sentado no meu sofá, depois de correr para Sky quando ela escapou por 'entre os meus dedos'.

Fui um caralho. Podia estar agora com ela, mas não! Fui um parvo em ter feito aquilo e deixá-la fugir.

Só espero que ela não esteja zangada. Porque sem ela não sei o que será de mim. Eu amo-a. Em tão pouco tempo eu já a amava e eu tenho medo que isso acabe, tal como tudo na vida.

[Pvo Sky]

Arrependi-me imenso em ter saído assim de casa de Harry, mas eu não podia ceder. Não assim e não agora. Era muito cedo.

Almocei sozinha, como na maior parte das vezes. Fiz uma coisa rápida como lasanha.

Fazia sol lá fora. Embora não muito quente, chegava para me reconfortar. Saí á rua e sentei-me numa cadeira. Tinha na minha mão direita uma caneca de chá de camomila e no meu colo um livro. Não. Um livro não. O tal livro que amo.

Simplesmente deixei-me levar pela preciosidade que tinha em mãos e todo á minha volta.

Depois de chegar ao capítulo 40 parei. Tinha aquela necessidade de parar por hoje. Olhei á volta e uma coisa chamou-me a atenção. A garagem.

Meu deus... eu nem sabia que a minha própria casa tinha uma garagem!

Pousei o livro na pequena mesa e a caneca. Levantei-me e caminhei em direção á tal desconhecida garagem.

Entrei e a primeira coisa que vi foram enormes caixotes das mudanças. Maior parte das coisas ainda estavam encaixotadas e outras apenas deixadas ao abandono. Depois de termos vindo do Canadá, nunca mais tivemos tempo para arrumar as coisas.

Depois de quase um hora a reviver o passado, a rir com coisas que deviam ter ficado do outro lado do atlântico e posto á parte algumas coisas que queria, vi uma coisa que nunca mais pensei ver depois de ter vindo para Londres. Posso dizer que fui difícil tentar me desfazer da vida que levava lá, mas fui bom por um lado.

Aproximei-me mais e toquei no objeto que me fez amar o mar, a praia, o sol e o desporto marítimo. Estavam a frente dos meus olhos as minhas pranchas de surf.

Tinha cinco, mas só pode trazer três comigo. E claro que trouxe as minhas preferidas e em melhor estado. Já praticava surf desde os 6 anos de idade por influência do meu pai e avô paterno. Agarrei no enorme saco próprio para transportar as pranchas e nos fatos de surf.

Levei todo para a sala e fui lá que vi melhor o estado delas. Estavam com um pouco de pó, mas logo o removi. Estava em pulgas para me por em cima delas e ser livre no mar. Adorava a liberdade que tinha quando ia surfar. Sentia-me tão bem, tão eu. Sentia-me como um peixe na água. Sempre adorei mar. Corre-me sangue de surfista nas veias graças á família do meu pai e a ele. Adorva ir todos os dias de manhãzinha surfar com ele.

"Sky!" Ouvi uma voz chamar. Era Liam. Estava tão perdida nos meus pensamentos que nem o ouvi a entrar.

"Liam!" Digo, gargalhando.

"O que estás a fazer? Isso são..."

"Sim, são!" Interrompiu. "Amanhã vamos surfar, ok?" Faço beicinho.

"Claro que vamos! Oh meu deus... á que tempos que eu não faço surf. Onde é que encontras-te as pranchas?" Ele senta-se ao meu lado e passa a mão na prancha á nossa frente.

"Na garagem. Estou em pulgas para ir surfar!" Guincho e abraço Liam. Liam era também me companheiro no surf no Canadá. Ela começou com a minha influência, e nunca mais parou. Isto simplesmente era um tipo de droga para nós.

"Também eu. Amanhã às 5 da manhã?" Assinto. "Então não te esqueças de acordar!" Ele diz gargalhando, o que me faz dar-lhe uma chapada no braço. Ele levanta-se e começa a subir as escadas para o andar de cima, mas pára.

"Leva o Harry. Ele vai gostar!" Ele diz e eu acento.

Com um pouco de receio, agarrei no meu iphone e digitei uma sms.

*Amanhã, às 5 da manhã á porta de minha casa!* Envio. Passado um pouco recebo uma resposta.

*Ok. Onde vamos? Vamos sozinhos? Porquê tão cedo?*

* É surpresa. Vamos eu, tu e o Liam e tem de ser cedo. Não que eu queira mas tem de ser! Beijos Harry. *

*Ok.... beijos Sky. Dorme bem.*

Harry's Sky || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora