Harry's Sky || h.s

v i n t e

                                 Nem acreditava no que via. Era o meu avô. O meu avô a andar e a sorrir para nós. Fiquei confusa. Então, desde que aqui cheguei, nunca o vi a andar e a sorri uma única vez, e agora parece que está mais feliz do que uma criança que acabou de receber uma prenda. Aproximamo-nos, eu embora um pouco confusa, com um sorriso na cara por o ver aqui e assim.

O Harry perguntou-me ao ouvido que era, e eu respondi-lhe que era o meu avô, sorrindo.

"O que é que o avô faz aqui?" Perguntei-lhe, mas ele apenas estendeu a mão ao Harry, para certamente ele a apertar. Harry olhou de relance para mim, e eu encolhi os ombros. Ele decidiu apertar a mão do meu avô, um pouco de confusão passava na sua cara e eu sorri com esta visão.

"Vim ver o jardim e conhecer o namorado da minha neta." Ele respondeu. Eu ia para falar, mas o Harry não deixou.

"Olá. Eu sou o Harry, o ..."

"Namorado?" O meu avô perguntou.

Harry olhou para mim, e a minha reação fui piscar os olhos. Eu não o podia ajudar. Eu nem sabia o que éramos e pelos vistos nem ele sabia.

O meu avô deve se ter apercebido da nossa troca de olhares, que logo mudou de assunto, e eu agradeci mentalmente a ele.

"Querem ir 'explorar' comigo o jardim?"

"Sim... pode ser! Acho eu." Olhei para Harry e ele apenas encolheu os ombros, e assentiu. Começamos a andar e durante todo o caminho íamos ouvindo o meu avô disser o nome de todas as plantas do jardim e contar a história de cada delas. De como ele o a minha avó as plantavam e lhe como chamavam. Ouvimos nomes como Rose, Eva, Felicy e ele falou uma em particular. Era uma rosa branca, as minhas preferidas, com o nome de Skylar. Sorri para ele, e limpei as lágrimas fugitivas com as costas das minhas mãos. Estava realmente emocionada. Nunca fui uma rapariga muito sensível, mas claro que toda a gente tinha esse lado. Ninguém é de pedra. Quase que nunca chorava por nada, nem mesmo quando caía e esfolava o joelho. Os meus pais até ficavam admirados de eu ser tão forte, não só psicologicamente mas também fisicamente. O Harry quando se apercebeu, logo me abraçou fortemente e sussurou um 'está tudo bem' ao meu ouvido. Logo sorri e limpei melhor a minha cara, não querendo mostra o meu lado mais sensível e emocional.

Devemos ter passado umas 2 horas a explorar o jardim. Acho que não o vimos todo mas mesmo assim vimos muito. O meu avô sempre disse que adorava ter um jardim enorme, e por isso compraram esta casa e aumentaram o jardim para as suas plantas. Ele também disse que a minha avó sempre adorou flores principalmente rosas.

Já nos encontrávamos dentro de casa. Tinha ficado um pouco frio e o meu avô já estava cansado. Típico dos idosos.

Quando entramos em casa, vi que Liam estava na sala atento á televisão. Sorri e toquei no seu ombro. Ele assustou-se um pouco, mas logo me agarrou começando a fazer-me cócegas. Ria sem parar, até que Liam me beijou a bochecha e me largou, e todo isto sob o olhar atento do Harry.

Sorri e perguntei ao Liam pela minha mãe. Desde a hora de almoço que não a via, e ela tinha-me dito que não ia trabalhar hoje. Liam encolheu os ombros e disse que não sabia dela. Apenas agradeci e subi para o meu quarto, sendo seguida pelo rapaz de olhos verdes e irresistíveis.

Entrei no quarto e sentei-me na cama de pernas cruzadas. Estava demasiado preocupada. Sempre que a minha mãe saía dissia-me onde ia, mas desta vez manteve-se calada. Mas onde será que ela fui?

Bufo e acabo por me enterrar no colchão.

"O que se passa?" Harry falou pela primeira vez que entramos em casa.

"Estou só preocupada com a minha mãe! Ela não me disse onde fui, e isso não é típico dela."

"Ela não te disse nada, porque certamente não queria nos interromper. Ela deve estar a chegar. Está tudo bem!" Ele diz e senta-se ao meu lado, puxando-me para o seu colo.

"Espero bem que sim!" Digo e deito a minha cabeça no seu peito, acabando por adormecer. Estava demasiada cansada, e depois de Harry depositar um beijo na minha testa, acabei por adormecer nos seus braços.

Ainda o consegui ouvir a cantar, mas todo ia começando a desaparecer, e fui ai que parti para o inconsciente.