c i n q u e n t a e o i t o

928 57 6
                                    

                       As suas mãos agarravam firmemente a minha cintura e os meus dedos entrelaçaram-se como se tivessem vida própria nos seus cabelos cacheados. As nossas bocas mexiam-se como se tivessem sido feitas uma para a outra. O seu sabor a menta era como um vício tão mau mas tão certo.

A temperatura do quarto tinha subido drasticamente e eu já transpirava por todos os lados. Senti uns dentes cravarem-se no meu lábio inferior e puxei levemente os cabelos de Harry com a sensação. Harry geme contra a minha boca e eu sorriu durante o beijo. Os nosso lábios mexiam-se freneticamente e eu passo a língua pelos lábios de Harry pedindo permissão para ele deixar entrar. E ele concedeu-a. Agora as nossas línguas juravam guerra e batalhavam entre si. As mãos de Harry já não estavam na minha cintura mas uma na minha cara e a outra nas minhas costas. O seu polegar acariciava a minha bochecha e eu levo as minhas mãos até á sua nuca puxando-o o máximo para mim. Eu estava completamente doente por ele.

Devido á necessidade de oxigénio no nosso organismo paramos o beijo e Harry encosta a sua testa a minha, raspando o seu nariz no meu num afeto carinhoso. Isso levou-me a fechar os olhos e a suspirar.

"Des-" Interrompiu.

"Shh, vais estragar tudo." Utilizo as mesmas palavras dele e ele solta uma gargalhada alta fazendo-me sorrir. Era o som mais maravilhoso que já tinha ouvido. E agora era o meu preferido.

E mais uma vez as nossas bocas juntam-se para mais um beijo, mas desta era um beijo calmo e saboroso.

Eu já não me sentia assim á muito tempo. Feliz, realizada. Desde ele que eu nunca me tinha sentido assim. E eu tenho medo. Agora que penso nisso tenho medo.

"Ha-rry..." Chamei-o para ele ter a minha atenção.

"Hum..." Era depositados beijos por todo o meu pescoço e minha clavícula. Suspirei alto quando um beijos molhado foi ali depositado. Naquele ponto tão ou mais sensível que uma brisa fria num dia de 30° graus.

"Pára!" Tentei empurrá-lo mas não tinha as forças necessárias para tal. "Por fa-vor..." Quase gritei e empurrei-o novamente e deu resultado desta vez.

"O-o que se passa? Fiz algo de errado?" Ele parecia baralhado. E confuso. E preocupado. E desamparado. E muitas outras coisas que eu não conseguia desifrar. Isto já tinha acontecido á algumas semanas atrás quando eu me zanguei com Harry por causa de um cena estúpida com o tal de Tom. Suspirei.

"Eu... eu tenho medo!"

"Medo? Medo de quê? Eu não te vou magoar. Seria incapaz de o fazer." A sua mão a acariciar a minha bochecha direita.

"É que... é que eu já o fiz, mas não da maneira que queria." Baixei o meu olhar até ao colchão.

"Como assim? Tu não és virgem?" Ele parecia um rapaz de outro mundo a perguntar-me sobre aquilo.

"Sim... quer dizer não. É complicado." Os meus olhos já ardiam. Não chores Sky.

"Queres falar?"

Assenti e ele abanou a cabeça para eu continuar. "Ele chamava-se Jonh. Foi o meu primeiro namorado. Não primeiro amor, mas eu naquela altura tinha 15, não sabia o que era amor só queria um namorado porque todas as minhas amigas tinham. Eu sei, era tão imaturo da minha parte pensar assim, mas eu naquela altura não me importava com isso. Conheci o na praia. Ele também surfava. Tornei-me amiga dele e começamos a aproximar-mos até que ele me pediu em namoro. Já tinha os meus 16 anos. Eu fiquei radiante. Era o primeiro namorado. Ele era lindo. Loiro, olhos claros e um corpo de invejar qualquer um. Eu estava feliz até nós querermos avançar mais na nossa 'relação'." Suspirei e olhei para Harry. A sua cara estava neutra e eu continuei. "Estávamos sozinhos em minha casa. Estava a ser mágico até que ele mudou totalmente. Ele sabia que era a primeira vez que eu o ia fazer, mas não parecia realmente importado com isso. Ele só queria retirar prazer de mim." Lágrimas escapavan dos meus olhos e eu já fungava tremendamente. Senti Harry aproximar-se de mim mas não me tocava. Estremeci e prossegui.
"Ele magoou-me muito e eu só gritava e chorava até que o meu pai nos encontrou. Eu foi levada para o hospital e não soube mais nada do Jonh. É por isso que eu estou com medo. Não quero que volte a acontecer, percebes?" Solucei brutalmente tendo como consequência um par de braços fortes e musculados cheios de tinta preta a agarrarem-me fortemente contra um tronco quente e tonificado. Coloquei as minhas mãos trémulas nas suas costas e abracei-me mais a ele. Num rápido movimento já me encontrava no seu colo. Ele estava encostado á cabeceira da cama para lhe dar maior estabilidade e embalava-me nos seus braços como um bebé perdido e choroso.

Harry's Sky || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora