Harry's Sky || h.s

t r i n t a e t r ê s

h a r r y

                             Mais um dia sem saber nada de Sky. Será que ela está assim, triste e mal-humorada, como eu? Certamente.

Bufo.

Hoje a minha mãe consegui, pelo menos, fazer-me sair do quarto e pela primeira vez eu dois dias vi luz. Não a luz dos candeeiros mas sim do sol. Ainda me custou sair do quarto mas fiz-lo por causa da minha mãe. Há muito tempo que não estava com ela. Ela trabalha demais no hospital. Eu percebo que ela adore fazer o que faz. Ela é enfermeira no hospital de Londres. Eu tenho orgulho nela, muito. Desde que o meu pai desapareceu, ela não tem andado um pouco em baixo, mas ela esconde-o bem. Não de mim, mas sim das outras pessoas. Ela por mais que tente não consegue me esconder o que quer que seja.

Depois de lanchar com a minha mãe, deu-me uma vontade de não ir para o quarto mas sim para a rua. Saí de casa e dirigi-me para as traseiras de minha casa. Por momentos pensei em ir ao ginásio, mas logo pensei que certamente iria estar lá o Tom, o motivo pelo qual eu e Sky estamos... bem como estamos.

Enalei o cheiro da vida e sentei-me no chão. Estava um sol que aquecia mas também não era muito quente. Adoro estar ao sol, e sei que Sky também gosta.

Uma coisa que temos em comum. Ambos amamos estar ao sol.

Sky. Simplesmente o nome mais pequeno que já ouvi, mas o maior em significado. Significa céu, amor, coragem, felicidade, lutadora, inocente e bela, linda, perfeita. Meu deus, como eu amo aquela rapariga que está a alguns metros de mim. Está na casa ao lado da minha e eu estou com uma enorme vontade de ir ter com ela. Tê-la junto a mim, abraça-la, beijá-la, sentir a sua pele arrepiar com o meu toque e eu com o seu. Mas simplesmente não posso, ou melhor não tenho coragem. Sou um autêntico caralho, é o que eu sou!

Cobarde de merda!

Estava deitado agora na minha cama e como sempre estava a olhar para o teto. Eu acho que o teto tem sido a minha companhia depois de todo o que se passou e aconteceu.

A música da minha banda preferida, The Scrip, ecoava nos meus ouvidos e cabeça. Simplesmente sentia-me relaxado e longe de todos os problemas. Apenas com a imagem da rapariga mais linda, bela e perfeita na minha cabeça.

De repente vejo uma figura feminina a entrar no meu quarto como um furacão. Mãe? Levanto-me rapidamente. Porra que susto...

"Fogo mãe! Ias-me matando de susto!" Digo e ponho a mão no peito.

"Desculpa filho, mas já te estou a chamar á imenso tempo para vires jantar, só que tu não me ouviste por isso vim cá cima. Está tudo bem?"

"Desculpa mãe, mas não quero falar sobre isso." Digo e beijo a sua testa.

"Vamos?" Digo e ela assente. Odeio esconder assuntos da minha mãe, mas estou sem disposição para falar.

Depois de jantar, voltei a subir para o meu quarto. O jantar tinha sido calmo e acabei por contar tudo á minha mãe. Não lhe posso esconder. Não consigo. Ela apenas disse para falar com Sky e esclarecer tudo. A frase sábia da minha mãe ainda pairava na minha cabeça. ' O amor é como o vento. Não podes vê-lo, mas podes senti-lo.'. Sempre tem uma palavra amiga para dizer a minha mãe. Mas fiquei tanto tempo com estas palavras a ecoarem na minha cabeça, que já nem sabia o que queriam dizer. Será que ela queria dizer que eu por mais que tente ver o amor só o consigo sentir?

Ugh... que confuso que aquela mulher me põe.

Decidi ir tomar uma banho, um longo banho. Estava a precisar. Dirigo-me á minha casa de banho e ligo a água. Enquanto ela ficava a temperatura que eu gostava, bastante quente, tirei a roupa do meu corpo. Entrei na banheira e longo gemi. A água fazia-me sentir bem, relaxado, descontraído. Suspirei e deixei-me estar, de 'molho'.

Passado uns 30 minutos, saiu da banheira. Enrolo uma toalha a volta da minha cintura e dirigo-me de novo ao quarto. Depois de vestir os boxeres e uns calções desportivos deito-me, novamente, na cama.

Estava quase para adormecer, quando ouço o meu telemóvel a tocar. Muito atrapalhadamente peguei no objeto que tocava e abri a mensagem. Era de Angy.

"Mas o que é que esta quer agora?" Resmungo.

*Oi mor... estava com saudades tuas! Xx.* Ri. Esta cachopa deve pensar que eu quero alguma coisa com ela.

*o que queres?*

*Quero estar contigo, porquê?*

Agora no quarto só ecoava o som do telemóvel a receber mensagens.

*Porque? Ainda perguntas porque? Depois do que me fizeste, ainda queres estar comigo? Tu és mesmo sem cérebro. Eu já não quero nada contigo, quando é que percebes isso?*

*Ai é? E tu és um caralho!*

Opa... já está a abusar.

* E tu és uma puta sem princípios. Atiras-te a qualquer um... *

*Tu gostas-te quando me atirei a ti!*

*Mas eu fui burro e idiota ao pensar que gostava de ti. Agora deixa-me em paz! Adeus Angy.*

Digito a mensagem e pouso o telemóvel, desligando-o acabando por adormecer.