c i n q u e n t a e d o i s

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                           Saí de casa e vi um BMW preto descapotável parado a frente da minha humilde casa. Elene e Stef encontravam-se lá dentro. Estavam deslumbrantes.

Aproximei-me e elas gritaram de excitação e de doideira.

"Vocês assaltaram algum stand de automóveis?" Gozei.

Elene riu-se e eu juntei-me a ela. "Claro que não. Nós somos umas santas!" E ai eu ri mais e revirei os olhos. "Foram os meus pais que mo deram. Disseram que tinha de ter a minha dependência e aqui está." Ela abre os braços dramatizando ainda mais a cena. " Afinal não é todos os dias que se fazem 18 anos. Vá lá, entra! Queremos festa!" Ela gritou a última palavra e Stef gritou também.

Elene era a mais velha de nós, visto que já tinha 18. Eu e Stef ainda tínhamos 17, mas a Stef ainda era a mais nova.

O carro movimentava-se pelas ruas de Londres cheias de trânsito, luzes e ainda havia muitas pessoas que passeavam ou simples conversavam num café sorrindo e rindo como se a vida fosse um mar de rosas.

"Nunca tinhas dito que tinhas tirado a carta?" Perguntei para o vento.

"Não veio ao acaso." Elene fui curta na resposta. Esperava uma explicação melhor mas compreendi o lado dela. Ela estava a conduzir e como ainda era nova no mundo dos transportes precisava de estar atenta e alerta a tudo.

As ruas começavam a ficar mais calmas e as luzes a diminuir de intensidade. Estávamos a entrar numa urbanização, logo deduzi que estávamos perto da tal festa de Maryana.

Eu nem sequer conheço a rapariga, só sei que anda noutra turma e que é rica, visto o tamanho da mansão que nos estávamos a aproximar.

Elene estacionou o carro atrás de outros tantos e saímos do mesmo.

"Prontas para a melhor noite das vossas vidas?" Stef gritou bem alto e levantou os braços em contentamento. Só elas.

"Prontas!" Elene respondeu e limitei-me a revirar os olhos. Sinceramente nem sabia porque aqui estava.

Ai... agora é que estou a sentir saudades da minha cama.

Já se ouvia música da mansão e os gritos de bebedeira ou simplesmente porque queriam gritar. Entrei atrás de Elene e Stef no grande jardim e já se podiam observar: bêbados e drogados, bêbados em fase avançada, os que querem parecer que são e estão bêbados, raparigas quase todas nuas, as putas que se atiram aos bêbados á procura de uma noite louca de prazer, depois há os normais e divertidas, e por último as pessoas que não sabem o que estão aqui a fazer e nesse grupo estou euzinha incluída.

"Meu deus, aqui há de tudo." Sussurrei para mim.

"Isto está um máximo!" Elene gritou para mim. Apenas revirei os olhos e apontei para a zona das bebidas. Elas acenaram e saíram disparadas para o meio dos corpos quentes e suados.

"Queria uma sangria!" Pedi ao empregado. Esta rapariga contratou de tudo. Gostava mesmo de saber se os pais dela autorizaram esta festa. Mas o mais provável é não saberem.

Agarrei no copo e agradeci. Rodei os calcanhares e apreciei a festa. Bebi um gole e decidi ir sentar-me num sofá baloiço que estava um pouco mais afastado da confusão.

Caminhei em direção ao mesmo e sentei-me. Dei um bocado as pernas e deixei-me balançar. A brisa fresca batia na minha cara relaxando-me e juro que por momentos deixei de ouvir a música exageradamente alta.

"Estás-te a divertir?" Uma voz rouca mas suave soou ao meu ouvido e arrepiei-me por completo. Senti alguém sentar-se ao meu lado e o cheiro dele invadiu-me as narinas.

Harry's Sky || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora