Harry's Sky || h.s

v i n t e e s e i s

                             O Harry fui o caminho todo em silêncio, e não sei o porquê e manteve uma certa distância de mim. Não sei o que lhe deu para reagir assim. Será que fui eu? O que é que lhe fiz? Ou se calhar nem fui eu, e estou para aqui a marterizar-me. Tantas perguntas e nenhuma resposta.

Suspirei de alívio quando vai que já estávamos na 'nossa' rua, e vi a minha casa. Comecei a acelarar o passo para chegar a casa o mais rápido possível. Estava chateada demais com o Harry. Quer dizer, não era bem chateada mas sim magoada. Acho eu... ugh... não sei! Só queria ir para casa e enrolar-me nos cobertores da minha cama e 'deprimir'.

"Sky! Sky!" Ouvi Harry a gritar. Virei-me, encarando-o.

"Sim!" Disse ironicamente e rudemente.

"Eu.. eu... desculpa..." ele passa a sua mão pelo cabelo, um dos tiques nervosos dele.

"O que foi, Harry? Depois de sairmos do Starbucks, ficaste, sei lá! Mau, nervoso, frio... não sei a razão para teres ficado assim, distante. Odeio ver-te assim, desta maneira, porque ganho medo... de ti, e eu não quero isso. Não quero ter medo de ti porque isso vai prejudicar a nossa 'amizade'.Eu gosto demasiado de ti para me fazeres afastar de ti, Harry! O que se passa?" Explodi.

"Eu não me quero... não me queria afastar, Sky! Eu amo-te!" E ai o meu coração parou, o ar sai dos meus pulmões e forma-se um nó na minha garganta fazendo-me engolir em seco, acabando por me engasgar um pouco. "Eu... eu... não sei o que me deu!"

"Pois Harry. Nem eu sei o que te deu. Odeio ver-te assim. Estavas distante!" Digo e viro costas e caminho em direção a casa, deixando um Harry magoado, destroçado e tímido. Mas eu também não estava bem. Eu não podia mostar o meu lado fraco. Uma coisa que odeio é ser fraca. Entrei em casa, fechando e deslizando pela porta abaixo, ficando sentada no chão. Agarrei as minhas pernas e chorei. Chorei como nunca antes tinha chorado. Chorei por um rapaz. O rapaz que eu amo. Não sei porque deixei as lágrimas escorrerem pela minha cara, mas não me importei. Chorei apenas.

Devo ter ficado ali, no chão, encostada á porta, abraçada as minhas pernas, cerca de 1hora. Agradeci por a minha mãe não estar em casa, não queria que ela me visse assim.

De repente, senti alguém forte a pegar-me ao colo. Logo me agarrei ao seu pescoço para não cair e enterrei a minha cara na sua curva do pescoço. Era Liam. Apenas deixei-me chorar, enquanto ele murmurava palavras calmas ao meu ouvido e me levava para o quarto. Senti o colchão nas minas costas e logo me enterrei nele. Estava cansada. Senti também as minhas sapatilhas serem retiradas, tal como o meu casaco, e logo a seguir senti os cobertores a cobrirem-me. O corpo de Liam deitou-se ao meu lado, e logo me agarrei a ele. Sentia-me protegida ao lado dele. Continuava agarrada a Liam a chorar, enquanto ele deixava beijos prolongados na minha cabeça, e parti para o incoscinte.

Ouvi uma voz rouca a falar-me ao ouvido, e abri os olhos, mas logo os fechei ao ver Harry, e deixei-me estar a ouvir o que ele murmurava enquanto penteava os meus longos cabelos com os seus dedos.

" Eu sei que fui estúpido e idiota por ter reagido assim contigo ontem." O quê? Eu tinha dormido quase o dia todo e a noite? Recorde... " Acho que foram os ciúmes. Sim, eu tive ciúmes teus e do Louis. Não suportei ver-te a rir do Louis, e não das minhas patetices. Eu sei que estou a ser egoísta ao disser isto, mas é a verdade. Eu não queria ignorar-te, mas sabia que se falasse ia acabar por explodir e deixar-te magoada, coisa que aconteceu e eu peço mil desculpas. Eu não te quero perder, e daqui em adiante eu vou melhorar, ou tentar. Tu és e tornas-te-te uma pessoa demasiado importante para mim e se te perder não sei o que será de mim, Sky. Eu sei que ainda só nos conhecemos á 1 mês mas o que eu sinto por ti é muito mais que possas imaginar. Eu amo-te mais do que todo!" Despois desta enorme declaração, Harry chorou. Eu consegui ouvir os seus soluços mas ainda não tinha coragem para abrir os olhos para comprovar a minha 'teoria'. Tudo o que ele me disse, eu dissia-lhe o mesmo a ele pois, de certa forma, é verdade todas as palavras que saíram da sua boca. Uma vontade repentina apareceu no meu corpo de o abraçar, confortar, disser-lhe coisas calmas e que o amava ao ouvido, mas mais uma vez não tinha coragem. Sou uma cobarde. Senti um beijo ser deixado na minha testa.

Adorava quando me beijavam na testa, pois era sinal de respeito, e como toda a gente, adorava que me respeitassem.

Ouvi passos pesados e a porta a abrir-se, fechando-se de seguida. O Harry tinha ido embora, mais uma vez e eu não podia deixar que isso acontece-se. Num ato repentino puxei os cobertores para trás e saltei da cama, acabando por tropeçar na almofada que estava no chão.

Eu e as arrumações.

Abri a porta do quarto e não me importei em fechá-la , apesar de odiar a porta do meu quarto aberta.

"Harry! Harry!" Gritei enquanto descia as escadas logo vi o corpo de Harry no corredor. Chamei-o mais uma vez, até que ele parou e virou-se para mim. Na sua cara estava um sorriso encantador, mas os seus olhos transbordavam confusão e tristeza. Estavam também vermelhos e algumas lágrimas ainda morriam nas suas bochechas. Andei até ele e abracei-o fortemente. Ele retribuiu, agarrando as minhas pernas e enrolando-as á volta da sua cintura, fazendo-me sorri. Enterrou a sua cara na curva do meu pescoço e arrepiei-me ao sentir a sua respiração quente bater na minha pele.

"Ouviste todo o que eu disse?" Ele perguntou ainda com a cara escondida no meu pescoço. Abanei a cabeça e ele suspirou.

"Era para não ouvir?" Perguntei, levando a minha mão ao seu cabelo. Ele encolheu os ombros e sorriu contra o meu pescoço. Não sei quanto tempo ficamos assim, abraçados uma ao outro afastados de todo e todos, mas uma coisa era certa. Eu não ia nem queria deixar escapar este rapaz. Ele é tudo para mim.