c i n q u e n t a e u m

1.1K 57 2
                                    

s k y

                        Uma semana já se tinha passado desde a partida de Liam. Uma semana se tinha passado sem dar muito "lucro" á minha vida. Uma semana desperdiçada.

Se eu estou magoada? Sim. Se quero que Liam volte? Sinceramente agora não. Estava demasiada magoada. Ainda era tudo muito recente.

Nós não podemos decidir se saimos magoados deste mundo. Mas tu tens uma palavra a dizer sobre quem tu queres que te magoe.

Se sinto saudades de Liam? Sinto, muitas. Se quero saber se ele sente saudades minhas? Pouco me importa. Se estou a ser egoísta e egocêntrica? Somos humanos. Sentimos o que quisermos que sintamos e somos o que quisermos que sejamos.

Sim eu sei que ele era o único que me consegue levantar sem que eu tenha medo de cair outra vez. Mas ele fui embora. Já cá não está. Já não está ao meu lado. E agora eu tenho o Harry. E se estou feliz por o ter? Não podia ter pedido mas nada na minha vida. Ele faz-me sentir viva, realizada, acarinhada. Está lá sempre que eu preciso. Sempre que necessito. Se a minha vida desabará se ele desaparecer? Sem dúvida alguma. Ele já é uma parte de mim.

Mas todo o que preciso agora é esperança. Esperança, uma simples palavra que tem reformulado toda a vida. Esperança e paz. É todo o que peço agora na minha humilde vida.

Esperança, paz e felicidade. Mas a felicidade depende do significado que as pessoas lhe dão.

A sola das minhas vans rosa bebé chutavam pequenas pedras do passeio escuro e sujo. Folhas voavam com uma fúria intensa de serem livres enquanto outras tinham a triste vida de ficarem presas ao chão. Algumas pingas de água caiam do céu dando a nostalgia de uma dia triste e cinzento, tal como as nuvens carregadas de água no céu mostravam, a brisa fria levantava os meus cabelos longos encaminhando alguns para a minha cara obrigando-me a afastá-los com as minhas mãos que tremiam como varas verdes. A música de Jason Mraz ecoava pela minha cabeça e aumentei o volume do telemóvel quando vi a escola ao longe.

Hoje não era um dos meus melhores dias e só queria que ele passasse rápido para poder voltar para o meu quarto e deprimir por tudo e por nada.

Mas nada neste mundo faz sentido. Nada neste mundo é igual. Nada neste mundo é diferente. Nada é nada. E nada é bom, mas mau ao mesmo tempo.

Entrei no recinto escolar e logo bufei. Eu gosto da escola, gosto de ter aulas, gosto de aprender para poder me tornar num ser humano mais inteligente, mais culto, mais diferente. E ser diferente às vezes é bom.

Para quê ser igual quando podes ser diferente?

Mas hoje não era um dos melhores dias para passar horas a ouvir professores a falar de coisas que certamente não vão entrar na minha cabeça e que não vou entender.

Levantei a cabeça para poder enfrentar o edifício e os alunos de mochila às costas e respirei fundo. Ajeitei a minha mala no ombro e caminhei um pouco mais confiante de mim, coisa que não tenho feito estes dias. Ser confiante.

Vi Elene e Stef sentadas num banco certamente a contar o que se tinha passado na noite ou tarde do dia anterior e revirei os olhos com o meu pensamento. Tão previsíveis.

Reparo que ela estavam a olhar-me e a acenarem para me juntar a elas. Na minha cabeça só surgiu uma simples palavra. Não. Sorri-lhes e acenei-lhes negativamente.

Continuei o meu caminho e quando entrei no edifício escolar, abri um pouco o casaco devido á diferença enorme de temperatura. Qualquer dia ainda vou ficar constipada com está constante mudança de temperaturas.
Caminhava nos enormes corredores da escola, passando por alunos, docentes, empregadas, professores, pais e pessoas que não sabiam quem eram e que nem pertenciam aqui.

Harry's Sky || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora