Olho as horas no relógio, observando que o pôr do sol acabará em instantes e mais uma vez, me despeço do horizonte daqui do cais. O vento chicoteia meus cabelos para o lado e me viro pronta para ir embora, quando meus olhos se arregalam surpresos pelo que acabo de ver. Meus lábios se entreabrem e uma adrenalina percorre por todo meu corpo, fazendo com que meus pelos se eriçam por completo.
— Valentina?
Aquela mesma voz que eu escutava o meu nome por todos os lados, é a mesma voz que ouço agora. Como se nunca estivesse ido embora e que sempre esteve por perto. — Penso, em silêncio com os olhos cheios d'água.
— Apolo? — Eu o chamo, aos prantos não acreditando que é ele na minha frente.
Ele se aproxima sem perder o foco dos meus olhos, me olhando fixamente. A camisa branca dobrada, é lançada para o lado pelo vento forte, juntamente com as madeixas loiras que sempre me encantavam. Apolo se aproxima, ao ficarmos frente a frente e ele quebra o silêncio.
— Sou eu, Valentina. Seu Apolo. Eu voltei por você meu amor. — Ele diz, calmamente porém também emocionado.
Balanço a cabeça de um lado para o outro, enquanto sinto seus braços fortes me alcançarem aos poucos me aproximando para mais perto do seu corpo.
— Há uns 15min. atrás, eu pensei que você estava morto. E agora, você está na minha frente. Como se nada tivesse te acontecido... — Digo, fazendo uma breve pausa. — Porquê você me fez pensar que estava morto, quando na verdade está vivo?
Ele balança a cabeça, me fazendo olhar em seus olhos e aproxima o seu rosto no meu.
— Eu sei que eu te devo explicações, Valentina. Eu sei que o que eu fiz, foi errado. Mas você precisa me ouvir... — Eu o interrompo, recuando para trás.
— Preciso te ouvir? Porquê eu precisaria te ouvir, Apolo? Você me fez acreditar que estava morto e me deixou. Uma promessa que você quebrou. E agora, do nada você volta. — Rosno, possessa de raiva fuzilando-o com os olhos.
Novamente, Apolo se aproxima e alcança os meus braços penetrando seus olhos nos meus.
— Eu tive que fazer isso, Valentina. Mas você não tem noção do quanto estou arrependido. Porque o meu dever, era ficar com você. Cuidar de você. Mas eu sei que fui um covarde. Que eu não deveria ter ido embora, enquanto você precisava de mim. — Apolo fala, com tom de angústia na voz.
Meus olhos ardem e então, enxugo as lágrimas ainda olhando para ele.
— E você tem noção do que eu passei? Alguma vez, passou na sua cabeça, como ficou o meu estado mental depois que você se foi? — Questiono, com a voz embargada. O silêncio domina sua voz que ainda me olha com os olhos lacrimejados em lágrimas. — Eu acho que não. Mas por um lado, é até bom que você não saiba. Para você não sentir tanto remorso, como você mesmo diz que sente. — Digo, ao passar por ele e dou de ombros.
Apolo me puxa pelo braço, que novamente nossos olhares se encontram feito brasas ardentes e nossos lábios ficam à milímetros de distância.
— Realmente, eu não sei como você ficou. Mas eu sei que você não deixou de me amar. Se não, você não viria aqui apenas para ver o pôr do sol. Porque aqui, foi o nosso último momento juntos... — Apolo diz, penetrando seus olhos nos meus. Ficamos olhando um para o outro por mais alguns segundos, aproximando-se mais uma vez. — Você precisa ouvir o que eu tenho pra dizer, Valentina.
— É melhor esquecermos essa conversa e você vir comigo. Preciso te mostrar uma coisa. — Digo, limpando as lágrimas e ergo as sobrancelhas.
Ele franze o cenho, sem imaginar o que irá ver com os próprios olhos e quebra o silêncio.
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Destinos Roubados
RomanceFinalmente, o grande dia chegou. Valentina Bianchi se casará com o homem da sua vida. Mas após realizar o seu desejo, a vida que planejou, se transformará em um verdadeiro circo de horrores, tendo Apolo Carmona, como o seu marido. Destemido, inte...