Capítulo 36

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Apolo

   Ainda com o polegar em seu queixo, Valentina e eu, ficamos trocando olhares por alguns segundos a mais. Ela se aproxima dando um passo a frente e balança a cabeça, apoiando a sua mão em meu ombro.

— Apolo... 

   Suas palavras se desmancham em um fio de voz calma, quando eu a vejo caindo em meus braços. Rapidamente, eu a seguro e a pego em meu colo, analisando o seu rosto.

— Valentina? Valentina, acorda! — Eu chamo, desesperadamente passando as mãos em seu cabelo. 

   Eu a puxo para cima ainda em meu colo e entro no apartamento, andando em passos apressados em direção ao sofá, a deitando em seguida, sem me perder dos seus olhos.

— Mas o que está acontecendo... Apolo? O que faz aqui? — Bruna questiona, chegando mais perto.

— Agora não, Bruna! Liga para o Phillip... A Valentina desmaiou. — Digo, em um tom autoritário desviando os olhos para a minha prima e volto a olhar para a minha esposa. — Valentina, acorda!

— O Phillip não é o médico dela, Apolo. Mas eu vou ligar... — Eu a interrompo, estendendo a mão.

— Há quanto tempo, ela vem desmaiando... — Bruna me interrompe, com o telefone na mão.

— A-apolo, a Valentina não desmaiou durante esses dias comigo. Ela só está com muitos enjoos. — Bruna responde, gaguejando.

   Toco em seus cabelos, lhe fazendo um carinho na testa para que acorde, mas se sucesso. Valentina não acorda. Até que vejo os seus olhos se mexendo e abrem aos poucos, olhando para mim.

— Valentina? Valentina... 

— Apolo... O-o que aconteceu? — Ela questiona, baixinho querendo se levantar, mas eu a ajudo calmamente.

— Eu estou aqui, ok? Você está melhor? — Pergunto, analisando ela dos pés a cabeça.

   Valentina assente, levemente com a cabeça e quebra o silêncio.

— Acho que sim. Foi só uma tontura... — Eu a interrompo franzindo as sobrancelhas.

— Só uma tontura? Ou você não está se alimentando direito? — Questiono, um pouco nervoso olhando para ela.

   Valentina me olha sem reação alguma e parece que o seu silêncio, já disse tudo.

— Não precisa dizer nada. Eu sei muito bem o que fazer. — Digo, apenas passando a mão pelo cabelos.

— Como você quer que eu me alimente, sendo que fico enjoada constantemente? — Valentina retruca, me fuzilando com os olhos. — Quer saber? Você pode ir embora, Apolo. Me sinto melhor agora.

   Balanço a cabeça em negação e quebro o silêncio, ao fitá-la com os olhos.

— Nada disso! Eu vou levá-la de volta para a nossa casa, Valentina. Você ficará bem. — Digo, como uma ordem.

— Você não pode obrigar a Valentina voltar para a... — Eu interrompo a minha prima e me levanto segundos depois.

— Bruna, eu sou o marido dela. Agora, não é a melhor hora pra você e todos, jogarem na minha cara o que eu fiz. E vou levar a Valentina comigo. — Digo, convicto erguendo as sobrancelhas.

   Me agacho um pouco e pego a minha esposa no colo, dando de ombros para Bruna e saio do apartamento para a hora de partirmos de volta para casa.

***

   Ao chegarmos em casa, tiro o cinto de segurança e olho para ela, que por todo trajeto, eu não tinha reparado que estaria dormindo. Saio do carro fechando a porta e dou a volta, abrindo a porta do lado de Valentina e tiro o seu cinto de segurança, a pegando no colo, instantes depois. Peço para que um dos seguranças feche a porta e guarde o carro e dou de ombros caminhando até a entrada principal.

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