Ele me olha por cima com as sobrancelhas franzidas e com total seriedade, me dando a certeza de que estou certa, mas se quer pronunciou uma palavra. Apolo recua e me gira, quando ele me puxa para mais perto dele, sentindo o seu corpo colado no meu outra vez.Apolo me faz enlaçar os meus braços em seu pescoço e ele ergue o meu queixo com o polegar, forçando-me a beijá-lo. Me esquivo, sendo discreta para que não nos notem e ele quebra o silêncio, bufando.
— Seja educada, Valentina! Eu já sei o seu truque. Você pensou que eu não descobriria nada? — Apolo pergunta, baixinho me dando leves beijos na boca.
Limpo a garganta e recuo para olhá-lo bem.
— Do que está falando? Você ficou louco? — Questiono, sem paciência alguma para ouvir as coisas que sai da sua boca.
— Você se produziu toda. Mudou o jeito de agir e de pensar. Valentina, se você pensa que vai ganhar a minha confiança pra depois fugir como fez, você está muito enganada... — Eu o interrompo, soltando os meus braços dele e me afasto para trás.
— Uma mulher casada com um dos homens mais ricos da Itália, não pode se vestir bem e receber dignamente a sua família? Esse é o problema pra você, Apolo? Ou você está com ciúmes e quer descontar em mim a sua raiva? — Digo, dando de ombros, mas logo volto a me virar depois que paramos de dançar. — Tem mais! Se mudei, do jeito que você fala, pode ter certeza que não foi por você. Eu decidi deixar tudo pra trás, porque eu cansei de ser aquela menina ingênua que chegou nessa casa e que você fazia o que queria de mim. Mas isso não vai mais acontecer. Já passou dos limites!
Eu o olho mais uma vez, enquanto Apolo apenas me observando com fúria nos olhos e dou de ombros deixando-o sozinho.
Adentro pela casa, passando pelas portas de vidro do jardim para a sala de visita, andando até chegar nas escadas. Antes que eu subisse o primeiro degrau, Rosa se aproxima e ergue o cenho, quebrando o silêncio.
— Valentina! O que houve? — Ela pergunta, preocupada e pega na minha mão.
— Eu não vou tolerar mais o seu patrão, Rosa! Estou farta! — Digo, baixinho olhando em seus olhos.
— Vocês dois, parecem ser o inferno astral um do outro. Como que duas pessoas chegam a esse ponto? Bem, mas eu não vim falar sobre isso. Valentina, os convidados já estão indo embora e eu acho que pelo menos você também deveria despedir deles. — Rosa aconselha, assentindo.
Assinto, com a cabeça concordando com ela e me viro dando de ombros. Pouco a pouco, me despeço dos familiares do Apolo agradecendo por terem vindo, quando eu o vejo do outro lado da porta. Nossos olhares se cruzam, mas logo volto a despedir dos seus parentes não dando muita importância.
Depois que todos foram embora, Rosa saiu em seguida indo para o seu quarto e eu dou de ombros indo em direção a escada. Apolo faz o mesmo logo atrás de mim, mas não diz uma só palavra. Fico na espera de que ele fale alguma coisa primeiro, mas é em vão. Pelo menos, entendeu o recado.
Viro o corredor seguindo para o meu quarto e entro, já fechando a porta segundos, depois. Tiro os saltos sentindo os pés firmes no chão outra vez e resolvo ir ao banheiro tomar uma, ducha. Tiro o vestido apertado e logo depois, a calcinha ficando completamente nua. Ligo o chuveiro e entro, sentindo a água quentinha escorrer pelo meu corpo passando as mãos pelos cabelos já molhados, levando os fios para trás da orelha, pegando em meus devaneios.
Apolo se quer me conhece direito. Só sabe o que o meu pai disse. Mas ele não sabe dos meus sonhos, não sabe o que eu quero para o meu futuro. E ainda pensa que vou trai-lo. Que espécie de homem é esse, que não conhece a própria esposa? Deus, me dê paciência! — Penso, em silêncio desligando o chuveiro e em seguida me enrolo na toalha para sair do banheiro.
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Destinos Roubados
Roman d'amourFinalmente, o grande dia chegou. Valentina Bianchi se casará com o homem da sua vida. Mas após realizar o seu desejo, a vida que planejou, se transformará em um verdadeiro circo de horrores, tendo Apolo Carmona, como o seu marido. Destemido, inte...