Capítulo 12

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   Eu não sei o que mais me deixa furioso. Se é o fato de ela ter fugido, ou o medo que sinto de perdê-la. Ter aceitado se casar com Valentina, não foi apenas uma simples dívida quitada. Eu a amei desde a primeira vez que a vi na janela de seu quarto e me apaixonei perdidamente naqueles olhos castanhos ariscos e misteriosos. De forma alguma, não tenho a intenção de machucá-la, mas também, eu a colocarei em seu devido lugar para que saiba, quem é quem manda.

   Acelero o carro sem pensar duas vezes, quando vejo um porsche panamera preto ao se aproximar. Olho firmemente para o motorista e os meus olhos se arregalam, quando ele mira o revólver, prata de calibre 38 para mim, descarregando a arma, na intenção de me acertar. Abaixo a cabeça e em seguida pego o meu revólver que tinha colocado embaixo do meu banco, inclinando a cabeça devagar, atirando contra Carlos. O imbecil que o Gutierrez lhe enviou para me matar. 

   Se ele pensa que vai acabar comigo tão fácil, terá que pensar duas vezes antes de mandar outro otário para me procurar. — Penso, em silêncio pegando em meus devaneios, quando vejo o vidro do carro detonado e muito sangue.

   Me aproximo aos poucos ainda mirando o revólver, sentido para Carlos e eu o vejo pressionando com as mãos em seu pescoço, que jorra sangue para todos os lados. Carlos se agoniza, tremendo por inteiro. Eu atiro contra ele mais uma vez, acertando em cheio seu crânio e ele morre, deixando a cabeça cair para o seu lado esquerdo. Disco o número de Gutierrez, por algumas vezes chama, até cair na caixa postal.

— Da próxima vez que mandar alguém me matar, seja mais inteligente! É melhor que retire o corpo do seu cachorro sarnento da estrada, antes mesmo que a polícia chegue! — Digo, deixando a mensagem na caixa postal e encerro a chamada.

   Dou de ombros voltando para o meu carro e adentro no veículo fechando a porta, seguindo o trajeto para a vinícola.

Horas mais tarde...

   Depois de passar um tempo na vinícola, chego em casa e procuro por Rosa em todos os lugares da casa, mas sem sinal da minha babá. Resolvo subir as escadas e seguir e direção ao quarto de Valentina. Pego a chave e destranco a porta, empurrando-a levemente. Valentina caminha em direção ao quarto após sair do banho ainda com a toalha enrolada no corpo e se assusta ao me ver entrar.

— Apolo? Céus! — Ela grita, assustada levando as mãos na boca.

— Calma! Eu não queria te assustar, Valentina... — Ela me interrompe, ao dar de ombros sentando-se na cama.

— Não é o que parece... — Valentina fala, fazendo uma breve pausa. Ela se vira, inclinando a cabeça me olhando nos olhos. — Afinal, o que faz aqui? Você não vê que estou de toalha?

   Reviro os olhos e bufo, fechando a porta do quarto e me aproximo em passos lentos. Valentina permanece no mesmo lugar sem se mexer e novamente, nos entreolhamos.

— Valentina, você é a minha mulher! E outra, eu já te vi até mesmo sem roupa. — Digo, sendo direto e me sento na cama sem tirar os meus olhos dos seus.

   Suas bochechas se coram de vergonha. Posso ver, que a deixei sem graça. Mas ela fica ainda mais linda, quando está tímida.

— E sem roupa, é mais linda ainda! — Acrescento, erguendo as sobrancelhas e molho os lábios.

   Valentina morde o cantinho do lábio, nervosa, se levantando indo em direção a porta. Me levanto na mesma hora e entro na sua frente, barrando a sua passagem.

— Me deixe passar, Apolo? Você não pode me deixar trancada pelo resto da vida aqui... — Eu a interrompo, me aproximando de seu corpo.

— Pelo resto da vida não! Mas castigá-la por alguns dias, sim! — Afirmo, engolindo em seco.

   Valentina recua para trás e eu a pego pela cintura, trazendo para mais perto de mim.

— Isso que você está fazendo, não é amor! Não é amor, Apolo!

   Eu apenas a observo, fazendo com que os seus olhos, também possam me olhar de volta e eu acaricio os seus cabelos.

— Eu jamais a castigaria por não me amar, Valentina. Mas eu a castigo, por ter fugido. Será que não entende, que é minha... — Ela me interrompe, se debatendo contra mim.

— Isso nunca! Eu jamais serei sua, Apolo! 

   Valentina tenta se soltar, mas eu a trago para mais perto de mim e tomo os seus lábios com um beijo envolvente e feroz. Ela ainda insiste, em se soltar, mas eu a pego pela nuca e continuo a beijar seus lábios procurando desesperadamente sua língua desajeitada e trêmula que dança de um lado para o outro, enquanto resiste aos meus beijos

— Apolo... — Valentina sussurra, fechando os olhos mesmo que as suas mãos, não queiram me tocar.

— Você é minha, Valentina! E eu não vou deixar você ir embora. Isso jamais! — Digo, baixinho lhe dando alguns selinhos carinhosos em sua boca.

   Ela abre os olhos lentamente, enquanto é desejada por mim, mas logo me empurra para trás e escapa dos meus braços, me fuzilando com os olhos.

— Eu farei da sua vida um verdadeiro inferno! Eu juro pra você, Apolo. — Valentina rosna, entredentes.

— É mesmo? E eu juro pra você, que jamais sairá da minha vida! Que jamais, eu a deixarei partir, Valentina! — Falo, em voz alta e dou de ombros ao sair do quarto. 

Destinos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora