Passaram-se dias em que eu e o Apolo, não nos falávamos desde a nossa última discussão. Mal trocávamos olhares e quando eu o via, ele estava indo trabalhar e a noite, ele apenas chegava e já ia para o seu quarto para descansar. Pelo menos, as brigas acabaram por enquanto. Desde daquele dia, eu tentei esquecer o meu passado. Eu não tinha outra escolha, a não ser aceitar o meu destino. Talvez, foi o melhor pra mim, ter me casado com Apolo, mesmo não aceitando ele como marido. Mas não passa na minha cabeça, o que o papai fez. Eu jamais vou perdoá-lo, mas também, não posso ficar me remoendo por dentro.
Decidi que o melhor, é seguir em frente. Bruna não acreditou quando pedi ajuda a ela alguns dias atrás. Mesmo desconfiada, achando que eu possa fazer alguma coisa para prejudicar o seu primo, preciso ganhar a confiança dele. Só assim, não ficarei trancada nessa mansão enorme pelo resto da vida. E foi assim desde a nossa última discussão até hoje, que fiquei isolada. Nem ao menos, Apolo não deixava eu caminhar pelo bosque aqui perto, mesmo com a presença de Mateo. Embora, eu também evitava com que ele me visse pela casa, só assim, não tínhamos desculpas para começar outra briga. Se eu soubesse que casamento seria uma coisa tão difícil de se lidar, eu não entraria nessa.
Assim, por durante esses dias, estou fazendo tudo direitinho como Bruna me ensinou. Já era hora de me tornar uma verdadeira mulher casada e talvez eu já esteja pronta para enfrentar a família do Apolo. Bruna disse que a maioria dos parentes de terceiro grau, não são tão amigáveis assim. Mas como ela, leva a falsidade em banho Maria e tenta ser mais discreta possível, que não tem nada haver com a sua personalidade
Desço as escadas indo ao encontro de Rosa que segura algumas sacolas, com a ajuda de uma das cozinheiras da casa e deixa as duas portas principais da mansão bem abertas, onde vejo uma movimentação estranha no primeiro andar da casa. Alguns homens adentram na mansão, levando até ao jardim, flores e mais flores. Outros, levam caixas e ferramentas. Me aproximo de Rosa, quando ela se vira me olhando nos olhos e leva um baita susto, recuando para trás.
- Valentina? Você precisa parar de fazer isso, pelo amor de Deus! Não quer me ver cantando tão cedo pra ir para o céu, certo? - Ela questiona, me repreendendo com os olhos.
Sorrio entremeio os lábios, balançando a cabeça e quebro o silêncio.
- E então, vai me contar o que é tudo isso? - Questiono, erguendo as sobrancelhas curiosa.
Rosa franze o cenho e molha os lábios dando de ombros, me fazendo segui-la.
- Acho que o Apolo não te contou tudo, Valentina... - Ela diz, fazendo uma breve pausa. Caminho pela mansão até chegarmos ao jardim sempre ao seu lado, quando ela me olha nos olhos. - Bem, uma vez no mês, a família Carmona se reúne para um jantar de boas-vindas para os parentes mais distantes. Nem todos moram na Itália, então a bisavó de Apolo, Dna. Laura, que teve a ideia de reunir a família e os parentes mais distantes para um jantar formal e é claro, agradável. - Ela explica, calmamente sorrindo em linha reta.
- E porque Apolo nunca me levou para um desses jantares, desde quando nos casamos? Ele tem vergonha de mim? - Questiono, intrigada imaginando mil coisas na cabeça.
- Não! Claro que não, filha! - Rosa afirma, balançando a cabeça em negação. - Acha mesmo que tudo que estava acontecendo nessa casa, ele teria coragem de perguntar se queria ir com ele? Ele não foi, justamente por sua causa, Valentina. Poderia ter ido sozinho... Mas as pessoas iriam se perguntar, porque você não foi junto. Ele não queria causar rumores, só isso, filha. - Ela acrescenta, apenas me fitando com os olhos.
Assinto, com a cabeça e sorrio de lado, mas logo desmancho o sorriso, desviando o olhar para toda aquela decoração.
- Talvez, você goste, Valentina! É bom, que você conheça os parentes do seu marido.
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Destinos Roubados
RomanceFinalmente, o grande dia chegou. Valentina Bianchi se casará com o homem da sua vida. Mas após realizar o seu desejo, a vida que planejou, se transformará em um verdadeiro circo de horrores, tendo Apolo Carmona, como o seu marido. Destemido, inte...